Analista aponta jogos como serviço como verdadeira ameaça à indústria

Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabytett)
Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabytett)

Nas últimas semanas, a indústria dos games foi tomada por discussões sobre a sustentabilidade de serviços de assinatura, como o Xbox Game Pass. O debate ganhou força após declarações polêmicas de nomes como Raphael Colantonio – fundador da Arkane Studios –, que afirmou que esses modelos estariam prejudicando o setor.

No entanto, o respeitado analista de mercado Matt Piscatella discorda dessa visão. Em uma publicação no BlueSky, Piscatella comentou que serviços de assinatura não afetam a indústria de forma uniforme, sendo benéficos para uns e problemáticos para outros. Para ele, o verdadeiro fator de desequilíbrio está em outro modelo: os jogos como serviço.

Segundo Piscatella, títulos como Fortnite e seus similares são os principais responsáveis pela concentração de tempo de jogo. Ele afirma que apenas os 10 jogos como serviço mais populares respondem por quase metade de todas as horas jogadas nas plataformas PlayStation e Xbox, sem contar o restante do mercado.

“Alguns acham que serviços de assinatura são ruins, outros acham que são bons. Eles certamente não prejudicam/beneficiam a todos igualmente.”

“Os 10 principais como serviço, sugando quase metade de todas as horas de jogo dos ecossistemas PlayStation e Xbox antes que qualquer outro jogo sequer tenha a chance de competir, são uma ameaça muito maior do que o modelo de assinatura, na minha opinião, mas o que eu sei?”

“Em todas as apresentações que faço, em algum momento digo: ‘o maior concorrente de qualquer novo jogo ou serviço é o Fortnite’. Comparado ao que o grupo de títulos Fortnite/Minecraft/Roblox etc. está fazendo, nada mais importa.”

O alerta de Piscatella é válido. Muitos desses jogos são gratuitos, o que os torna extremamente acessíveis. Jogadores investem centenas de horas nesses títulos, deixando de lado experiências tradicionais e pagas. O resultado é uma indústria que, em busca de fatias desse lucro bilionário, tenta replicar o modelo live service, muitas vezes sem sucesso.

Embora o debate envolvendo modelos de assinatura ainda seja relevante, a ascensão e o domínio dos live services seguem como um desafio ainda mais complexo. Um modelo que pode sustentar gigantes e, ao mesmo tempo, engolir projetos mais tradicionais no caminho.

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