Está procurando um novo jogo co-op para jogar depois de It Takes Two e Split Fiction? POPUCOM pode ser a solução! Confira a análise.
O seu novo jogo co-op
POPUCOM, é um jogo de puzzle cooperativo para 2 ou 4 jogadores (inclusive local ou online) desenvolvido pela Hypergryph e publicado pela Glyph Frontier, lançado no dia 1º de junho de 2025. O título está disponível para PC, PS4 e PS5.
Ele é um jogo que não é tão simples de descrever por texto, mas eu definiria POPUCOM como um plataforma 3D que mistura de Puzzle Bobble / Bust-a-Move com uma pitada de Splatoon. Isso porque, a premissa central do jogo gira em torno da utilização estratégica de cores e mecânicas de juntar 3 peças iguais para resolver quebra-cabeças, tipo como acontece com Puyo-Puyo por exemplo (inclusive você vê muitas criaturinhas fofas também). Além disso, você também interage com plataformas dinâmicas e combate inimigos constantemente, sendo realmente necessário trabalho em conjunto para progredir nas fases e campanha. Vale reforçar que POPUCOM é um jogo cooperativo obrigatório, não oferecendo um modo single-player.

POPUCOM é um jogo muito fofo e divertido. Desde os primeiros momentos você vê que está jogando algo diferente e especial. E conforme você vai jogando você só vai percebendo mais isso, ainda mais conforme vai habilitando conteúdos extras como roupas e mini-games que não tem o direito de serem tão bons e elaborados quanto são.
O segredo está no gameplay
A base de POPUCOM é o gameplay. Ele se diferencia de outros jogos do mercado pela sua mecânicas de troca de cores e “junta 3” (match-three). E você logo vai notar que a cor é o elemento central que governa tudo no jogo. Inimigos, interruptores, portais e até mesmo o que pode te machucar estão diretamente ligados a cores. Por exemplo, objetos vermelhos só interagem com jogadores vermelhos, e plataformas azuis só podem ser pisadas por personagens azuis e por aí vai. A campanha foi feita para ser jogada com duas pessoas e por conta disso cada jogador tem duas cores correlacionadas atribuídas que podem (e devem) ser trocadas a qualquer momento (Por exemplo, o jogador 1 fica com vermelho e amarelo; o jogador 2 fica com azul e verde). No modo multiplayer (party) com 4 pessoas cada um fica com uma cor fixa.
Dito isso, o combate e a solução de quebra-cabeças exigem que os jogadores atirem em partes coloridas de inimigos ou em blocos para criar combinações de três cores iguais. Cada jogador tem umas espécie de arma embutida no braço que constantemente atira quase que uma “tinta” na cor correspondente. A mecânica e cores e junta 3 é usada de forma super inteligente ao longo do jogo todo, com direito a inimigos gigantes e bosses que possuem partes em diversas cores diferentes. E tudo se move de uma forma muito fluida e divertida. Quem é das antigas (como eu) logo lembrou das boss battles malucas de Gunstar Heroes com inimigos “modulares”.

A navegação no mundo de POPUCOM também está totalmente ligada à cor; plataformas frequentemente só podem ser pisadas se corresponderem à cor atual do personagem, resultando em queda se a cor for incorreta. Barreiras, interruptores e outros obstáculos ambientais também exigem a ativação pela cor correspondente. Frequentemente você e seu parceiro tem que trocar entre as 4 cores de forma bem rápida, o que mantém a jogatina bem frenética onde você não pode dar mole.
Mas não para por aí, temos gadgets também
- Power Kid: Uma luva de grande porte que permite puxar e arremessar objetos, com a habilidade adicional de trocar de posição com esses objetos para travessias rápidas (teleportes, basicamente).
- Barrier Bot: Um gadget que cria barreiras de energia, capazes de bloquear lasers de cores correspondentes, protegendo os jogadores ou criando rotas seguras.
- Captain Kitty: Semelhante a um desses “jogos de garrinha” (claw machine), este gadget permite manipular e reposicionar objetos no ambiente, essencial para puzzles baseados em física.
- Rollo the Bomb: Permite que o jogador se transforme temporariamente em uma bomba, detonando para destruir blocos e abrir novos caminhos dentro de um raio específico. (bem no estilo Metroid)
O jogo começa relativamente bem tranquilo, introduzindo primeiro as mecânicas básicas (sem gadgets) e logo depois adicionando cada gadget um de cada vez (apesar que você pode escolher a ordem das fases, mas no final precisa pegar todos). Após conseguir os 4 gadgets é que o jogo realmente se abre e fica bem mais complexo. No miolo do jogo você tem que usar tudo ao mesmo tempo basicamente (incluindo as cores e match 3), o que pode gerar uma experiência meio caótica de início mas igualmente satisfatória quando tudo “se encaixa” e os desafios são superados. Ter uma sinergia com quem está jogando é fundamental eu diria e comunicação é importantíssimo. O jogo funciona online mas eu diria que a melhor experiência com certeza é estando no mesmo ambiente com a outra pessoa, já que sincronização entre os jogadores muitas vezes é obrigatória.

E se você gosta de um desafio, certamente vai curtir POPUCOM. Eu diria que em diversos momentos ele deixa It Takes Two e Split Fiction no chinelo em termos de complexidade e dificuldade dos puzzles. Existem fases (principalmente as opcionais e de desafio) que realmente vão exigir muito das suas habilidades gamers podendo ser consideradas realmente difíceis para jogadores casuais ou inexperientes. Os chefões são bem legais e criativos e alguns “chefões desafio” podem testar bem suas habilidades. Não esperava que o jogo faria um uso tão inteligente das habilidades e
Mas a boa notícia é que, como falei anteriormente, o jogo te dá inúmeras opções de personalizar a jogatina e fazer com que todo mundo se divirta sem se frustrar. De opções de acessibilidade até assistências (além de já ter vidas infinitas), POPUCOM vai fazer de tudo para garantir que você curta e termine o jogo. Eu pessoalmente recomendo logo de cara tirar o fogo amigo (que sim, existe no jogo lol) para evitar caos e discussões entre os jogadores, haha.
Outros detalhes
Não falei até agora mas o jogo até tem uma história. Acredito que tenha ficado bem óbvio até o momento storytelling não é o foco principal do game (e isso não é um problema). Você e seu amigo precisam salvar o mundo de uma ameaça espacial e precisam juntar partes para fabricar um foguete para derrota-lo. Coisa bem típica.

Graficamente o jogo é bem bonito e não é tão pesado (no PC). Cheguei a testar numa verdadeira batata de computador e ele rodou relativamente bem até. Mas com os gráficos no máximo você certamente terá visuais coloridos e vibrantes. É tudo muito fofo e carismático e claramente o jogo bebe de muitas fontes diferentes de influências visuais. Eu diria que até um pouco de Astro Bot é possível notar no jogo, com robôs fofinhos e fases desconectadas flutuando nas nuvens.
A trilha sonora é bem fofinha também com músicas simples mas que você vai ficar sussurrando após as jogatinas. Os efeitos sonoros são todos bem agradáveis também e os feedbacks visuais e auditivos são muito bons. No geral POPUCOM é um jogo bem agradável e acessível de se jogar.
Uma caixinha de surpresas
E tudo que falei até agora se aplica basicamente ao modo campanha do jogo. Você também pode jogar as fases individualmente. Mas não para por aí. Conforme você vai jogando e coletando medalhinhas, você vai habilitando mini-games, algo que totalmente não esperava que o jogo teria (e nem que fosse necessário, até porque já acho ele bem completinho). O que chama atenção é a complexidade de alguns desses mini-games. Temos verdadeiros “jogos indies” escondidos dentro de POPUCOM com mecânicas complexas e múltiplas fases. Mas claro, tem uns bem bobinhos também no nível de jogos de flash do passado que certamente servem como boas distrações e descanso dos desafios principais.

Além disso existe também um Party Mode, o único modo em que é possível jogar até 4 jogares. Você e seus amigos recebem uma série de desafios para resolver. Com 4 jogadores a experiência certamente é bem caótica mas com certeza divertida.
Críticas?
POPUCOM é excelente, mas não é perfeito. Por mais que seja bem divertido ter tantos gadgets, as vezes você tem opções demais, digamos assim, e os controles, por mais que sejam intuitivos, eu perdi as contas de quantas vezes escolhi os itens errados ou fiz o que não queria por conta de tantos botões que você tem que apertar. Não quis usar acessibilidades no jogo mas elas certamente ajudam. Pode ser skill issue? Pode. Mas em vários momentos eu pensei que aqueles que não tem experiência com jogos podem ter dificuldades e se enrolar em diversos momentos. O importante é ter paciência e coordenação. Felizmente a punição por errar é mínima então o negócio é ficar tentando até conseguir.

Apesar de graficamente ser agradável, devo admitir que os elementos visuais podem ser repetitivos. Falta um “Q” a mais para ficar perfeito eu diria. Talvez mundos mais vistosos e visualmente complexos. Mas eu diria que os quebra-cabeças compensam, afinal, meio que essa é a ideia do jogo. Por falar nisso (e sobre as cores), por algum motivo o jogo não mantém as cores de forma consistente. Em algumas fases você é amarelo e vermelho (por exemplo), outras amarelo e laranja, outras vermelho e laranja, por aí vai. Por mais que as cores sejam próximas, as vezes buga um pouco a sua cabeça, ainda mais no segundo jogador variando de cores como verde, aqua e roxo.
Tem aqueles que gostariam de uma experiência solo e realmente o jogo não tem. Acho que a maior oportunidade desperdiçada é não ter um “Friend Pass”, como It Takes Two, onde apenas um jogador precisa do jogo e pode convidar um amigo online. A única forma é jogando fisicamente no mesmo lugar ou usando serviços como Parsec onde basicamente você tem que fazer uma gambiarra para jogar online com apenas uma cópia.
Mas isso tudo que falei são apenas pequenos problemas em uma experiência no geral muito agradável. Ainda assim acho importante apontar esses pontos (e quem sabem a coisa não muda com updates futuros).
Concluindo
Eu amei POPUCOM e recomendo a todos. Para aqueles que procuram um novo jogo cooperativo obrigatório após jogar It Takes Two e Split Fiction, eu diria que POPUCOM consegue satisfazer bem esse desejo. É uma experiência fofa, agradável e as vezes bastante desafiadora. Com pouco mais de 10 horas de duração, é uma experiência bem recheada também (ainda mais se você for pegar 100%). Uma bela surpresa para o ano de 2025 e tenho certeza que será o GOTY de alguns casais, haha.
Eu amei POPUCOM e recomendo a todos. Para aqueles que procuram um novo jogo cooperativo obrigatório após jogar It Takes Two e Split Fiction, eu diria que POPUCOM consegue satisfazer bem esse desejo. É uma experiência fofa, agradável e as vezes bastante desafiadora. Com pouco mais de 10 horas de duração, é uma experiência bem recheada também (ainda mais se você for pegar 100%). Uma bela surpresa para o ano de 2025 e tenho certeza que será o GOTY de alguns casais, haha.

Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Theogames, em parceria com a Hypergryph e Glyph Frontier.
Confira o trailer do jogo abaixo: