Arte de capa produzida por Paulo Teles, confira seu trabalho no Instagram @yonami.official
Desenvolvido pela Ethereal Fish Studio, Star Fire: Eternal Cycle é o primeiro jogo da desenvolvedora, que estreia com um estilo de ação frenética com alguns elementos de gameplay roguelike, ambientado em um universo distópico pós-apocalíptico com abordagens ao cyberpunk, onde o jogador controla sua personagem dispondo de um arsenal que varia desde manoplas de combate corpo a corpo até mesmo lança-chamas que disparam rajadas contínuas de ataque. Aqueles já familiarizados com jogos como Hades reconhecerão padrões, como um hub onde o jogador pode escolher seu equipamento inicial e evoluções permanentes compradas com pontos adquiridos durante o jogo, que aumentam exponencialmente ao concluir os níveis em qualquer dificuldade.
Roguelike em pele de Hack ‘n’ Slash…?
Ao escolher seu equipamento, a personagem entrará em áreas divididas em subníveis cujas dificuldades aumentarão gradativamente conforme o progresso do jogador, podendo escolher caminhos que oferecem recompensas variadas em direção ao final da área, com a possibilidade de escolher recompensas a cada subnível finalizado. As recompensas variam entre itens de equipamento – oferecendo benefícios variados que afetam o dano base, ataques críticos, recuperação/aumento de vida, melhorias de ataques da arma, entre outros bônus ligados diretamente a atributos base da personagem –, otimização de vitalidade e pedras elementais – cujas skills são ativadas baseadas em combinações de pares do mesmo elemento, oferecendo novas habilidades próprias a cada nível.
De maneira similar aos RPGs tradicionais, a personagem também ganha pontos de experiência a cada inimigo eliminado, evoluindo durante o combate e podendo optar por escolhas variadas como velocidade de ataque, aumento do bullet time, habilidades intrínsecas da arma, etc.
Beat’em Up
O combate é fluido e conta com algumas simplificações na gameplay, tornando a ação bastante intuitiva. Uma vez que os inimigos vêm em grandes quantidades ao longo das dungeons, o é incentivado a adotar estratégias mais agressivas, combinando ataques múltiplos com golpes especiais (que sofrem cooldown), além de super ataques que gastam barras de especial – assim como em um jogo de luta. Os famosos Desperate Moves (DM) também estão presentes, executados com a barra de especial cheia, capazes de arrancar uma lasca enorme de energia de um chefe ou eliminar vários inimigos ao mesmo tempo. Um destaque especial é que estes ataques variam de arma para arma, oferecendo uma gama de animações e estratégias mais vasta ao jogador.
Além de ataques que podem ser facilmente cancelados ao longo dos combos, a personagem também possui uma esquiva/dash que permite alternar os alvos com facilidade, possibilitando fugir de hordas de inimigos e ataques devastadores. Além disso, as esquivas perfeitas realizadas no último instante recompensam o jogador com um tipo de bullet time, fazendo com que a personagem se mova mais rápido que os inimigos e aumentando ainda mais a chance do jogador performar combos e causar mais dano aos adversário por um tempo limitado – que também pode se beneficiar da evolução da personagem, ganhando mais esquivas subsequentes ou um aumento no período de bullet time.
Com a união dos seus poderes…
Se o combate é o corpo deste jogo, pode-se dizer que o sistema de poderes elementais é sua alma, pois muita da estratégia de combate está relacionada à maneira como o jogador organiza as pedras elementais e se beneficia de seus bônus, contando com habilidades que simplesmente aumentam o ganho de ouro ao se eliminar inimigos; escudos protetores que explodem causando danos pesados aos inimigos; bolas de fogo que se dispersam e queimam os adversários com danos constantes; relâmpagos que cercam a personagem causando danos repetidos; aumento de velocidade; dano elemental causado durante a movimentação e até mesmo vinhas que surgem e atingem os inimigos em diversos pontos da área. Evidentemente, o sistema de elementais adiciona um novo elemento (!) à estratégia de gameplay, uma vez que alguns inimigos são mais suscetíveis a um elemento do que outro.
O Fantasma na Concha
A direção de arte segue um padrão mais estilizado (animated) com gráficos em cel shading e ilustrações simplificadas para ícones. As animações (e alguns elementos in game) possuem câmeras rápidas e dinâmicas para movimentação, dando o charme que um jogo frenético e radical como esse exige. A HUD é simples e exibe os elementos necessários para informar o jogador tanto sobre seu progresso quanto informações sobre skills ativas e/ou passivas disponíveis. O motion graphics também traz um estilo hi-tech para as animações e a identidade visual, tanto para os conceitos de personagens quanto para os elementos gráficos. Alguns jogadores encontrarão referências pontuais, como a descida para a primeira área do jogo, o DeLorean voador ao fim da primeira área ou até mesmo o chefão “verme da areia” da segunda área.
Conclusão
Star Fire: Eternal Cycle é um jogo muito divertido que pode agradar não apenas o público que aprecia títulos na pegada roguelike, como também aos fãs de jogos de luta (!) por sua jogabilidade fluida, frenética e dona de uma estratégia quase rítmica – embora possua uma trilha sonora praticamente esquecível –, podendo proporcionar muita diversão com todos esses elementos combinados nas mãos de jogadores que gostam de experimentar combos diferentes com finalizações animadas e poderosas. As transições entre estágios são como intros estilizadas a cada round de um King of Fighters ou um Guilty Gear, convidando o jogador a compor sua própria orquestra de porradaria.
Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Indie Herb Games.
