Arzette: The Jewel of Faramore – Análise

Gabriel, vulgo Buda (@budabyte)
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Talvez você já ouviu falar de Dopply, não? Ele é conhecido por ter criado um remake não oficial de Link: The Faces of Evil e Zelda: The Wand of Gamelon, dois infames jogos lançados para o Philips CD-i, amplamente considerados como os piores Zeldas da história. Mas e se Dopply, ou Seth Fulkerson para os mais íntimos, enxergasse beleza onde poucos enxergam? É aí que surge Arzette: The Jewel of Faramore.

De volta ao Philips CD-i

A trama do jogo é simples: no passado, um demônio chamado Daimur lança um ataque contra o reino de Faramore, com a ajuda do duque Nodelki, um traidor. O demônio busca controlar o reino e mergulhá-lo na escuridão. Os habitantes do reino decidem então invadir a morada de Daimur e conseguem selá-lo no Livro de Oakurin, utilizando as Jóias de Faramore. O traidor Nodelki, não aceitando sua punição de trabalho eterno, reúne novamente as joias e liberta Daimur, desencadeando um novo conflito, 10 anos após os eventos iniciais.

O principal destaque de Arzette, sem dúvidas, é sua estética. O jogo é fortemente inspirado no Zelda CD-i, especialmente em seus visuais, que reproduzem aquela bizarrice que a Nintendo até hoje tenta esquecer. As cutscenes são particularmente notáveis, sendo idênticas às do jogo lançado no console da Philips, tanto em traços, cores e framerate. Embora a animação não seja exatamente bonita (até porque esse nem é o objetivo), é inegável que a proposta foi executada com perfeição.

Não posso concluir este tópico sem mencionar as incríveis músicas de Arzette. Sabe aquela típica trilha sonora dos anos 90, que te envolve em uma estranha sensação de conforto ao ouvi-la? Aquela que te faz deixar seu personagem parado em uma determinada área só para apreciar por vários minutos? Pois bem, saiba que você encontrará essa mesma sensação aqui. Os temas das fases são, em sua maioria, muito bem elaborados, com excelentes basslines e ótimos sons de flauta. Gostaria de destacar especialmente as músicas de Faramore Town e Cogwyn Caves.

Estilo antigo, gameplay atual

Quanto a gameplay, Arzette é um simples jogo de aventura e plataforma 2D, onde o jogador explora o reino de Faramore em busca de diversos objetivos. Para alcançar Daimur, por exemplo, é necessário ativar um tipo de farol presente em algumas fases, além de reunir todas as Joias de Faramore, a fim de forjar a espada perfeita que permitirá enfrentar o inimigo.

Um aspecto positivo da gameplay são os itens colecionáveis. O jogo estimula revisitar várias fases repetidamente. Sempre que o jogador encontra uma barreira, é necessário retornar a outras fases em busca de soluções alternativas para avançar. Itens como velas (sim, velas) são essenciais para enfrentar chefes, e existem armas especiais para destruir bloqueios. Apesar desse estímulo proporcionado pela introdução de novas mecânicas, o backtracking pode se tornar cansativo em certo ponto, sendo um aspecto que poderia ser reduzido.

Outro aspecto interessante do game são as missões secundárias que podem ser realizadas. O jogador encontra diversos personagens pelo mapa, cada um mais bizarro que o outro, que podem solicitar favores em troca de recompensas. Isso adiciona ainda mais motivos para revisitar determinadas fases. Arzette faz questão de dar atenção a praticamente todos os personagens presentes, já que todos têm alguma influência na conclusão de 100% da campanha.

Apesar da simples e divertida gameplay, Arzette é fácil até demais. A maioria dos inimigos mal ataca, muitos deles lançam ataques à distância que podem ser facilmente refletidos com um item desbloqueado durante o jogo. Além disso, a duração é relativamente curta, em torno de 3 horas, e é possível terminá-lo ainda mais rapidamente com conhecimento prévio do que fazer. Se você não está interessado em completar 100%, pode se decepcionar com a curta duração.

Até no lixão nasce flor

Arzette é a prova de que qualquer coisa pode servir de inspiração, mesmo que essa inspiração venha de um dos piores jogos da história de uma das franquias mais respeitadas dos videogames. Um meme que se transformou em um jogo divertido e charmoso. Fiquei com um gostinho de quero mais e aguardo ansiosamente por uma continuação no futuro. Nota final: 8.5/10

Prós:

  • Inspirado com perfeição em Zelda CD-i
  • Ótima trilha sonora
  • Personagens bizarros e divertidos
  • Gameplay divertida

Contras:

  • Backtracking incomoda com o tempo
  • Não oferece grandes desafios
  • Curta duração

Arzette: The Jewel of Faramore: Arzette é a prova de que qualquer coisa pode servir de inspiração, mesmo que essa inspiração venha de um dos piores jogos da história de uma das franquias mais respeitadas dos videogames. Um meme que se transformou em um jogo divertido e charmoso. Fiquei com um gostinho de quero mais e aguardo ansiosamente por uma continuação no futuro. budabyte

8.5
von 10
2024-02-26T08:45:07-0300
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