Capcom Arcade Stadium é uma coletânea de jogos lançada em 2021. Reunindo 32 títulos que marcaram gerações, a proposta do jogo é bem óbvia: apelar à nostalgia dos jogadores através de uma forma acessível e moderna de conferir jogos icônicos. No entanto, o que deveria ser uma grande celebração acaba se tornando apenas um pacote funcional, mas sem alma. Curioso para entender mais sobre o motivo dessa opinião? Vem comigo nessa análise!
Diamantes brutos em meio a oportunidades perdidas
Capcom Arcade Stadium possui uma seleção de 32 jogos, e ao mesmo tempo em que este é seu maior trunfo, é também o seu problema. Analisando por um lado, temos clássicos icônicos, como Street Fighter II: The World Warrior, Ghosts ‘n Goblins e Final Fight. Outras surpresas agradáveis estão presentes na coletânea, como Strider e 1943: The Battle of Midway. Só estes jogos já são o suficiente para fazer valer o preço da coletânea.
No entanto, existem algumas ausências que não fazem sentido. Onde está Alien vs. Predator, considerado por muitos o melhor beat ‘em up da Capcom? Por que Darkstalkers está presente na coletânea apenas por meio de Night Warriors? Jogos como Cadillacs & Dinosaurs e The Punisher também seriam adições importantes e acabaram ficando de fora. Muito provavelmente, a empresa japonesa optou por jogos mais fáceis de licenciar, o que é uma pena, pois demonstra uma clara falta de curadoria.
Precisão técnica, mas com algumas ressalvas
No quesito técnico, Capcom Arcade Stadium entrega uma experiência sólida em geral. A emulação é fiel aos títulos originais, mantendo não só o estilão pixelado, como todas as questões técnicas: física, timing de animações e peculiaridades de cada placa arcade. A inclusão de recursos modernos como save state e a função de retroceder são adições muito bem-vindas, ainda mais quando lembramos que diversos dos títulos presentes são absurdamente difíceis.
Porém, nem tudo são flores, e existem ressalvas a serem feitas. Alguns jogos apresentam um leve input lag que, embora possa parecer imperceptível em primeiro momento, está ali presente na experiência. Street Fighter II, por exemplo, sofre com esse problema, tornando alguns combos mais difíceis de serem executados. Falando em combos, outra característica negativa da coletânea é que não há a possibilidade de remapear botões, o que pode decepcionar alguns jogadores que buscam opções avançadas.
Apresentação sem sal
Capcom Arcade Stadium apresenta uma interface funcional, mas bem sem sal. Os menus são organizados de forma acessível, permitindo fácil navegação entre os jogos, mas o design é genérico e sem inspiração. A Capcom já fez trabalhos melhores em outras de suas coletâneas, como a Capcom Fighting Collection, que incluía galerias de arte e músicas desbloqueáveis.
É isso que mais decepciona nesta edição, a falta de materiais extras. Não há entrevistas com desenvolvedores, artes conceituais, ou até mesmo textos contendo histórias e curiosidades dos títulos. A Capcom é uma das empresas mais importantes da história dos games, e deveria se importar mais com detalhes como esse, mas acabou deixando de lado até informações básicas sobre cada jogo. A coletânea falha em transmitir a paixão e história por trás dos clássicos.
Uma jogatina acessível
Capcom Arcade Stadium é, no final das contas, um produto competente. Ele cumpre muito bem seu papel de emular jogos clássicos icônicos da empresa, oferecendo uma experiência fiel aos títulos originais, ao mesmo tempo em que adiciona recursos modernos, como o save state e rewind. Infelizmente, faltou um pouco mais de carinho com a própria história. Para aqueles que procuram uma forma acessível de acessar diversos clássicos, a coletânea é uma boa opção.
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Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Nuuvem e Capcom.
