O ano era 2007, e a Sony anunciava que a Rockstar Games estava trabalhando em um novo jogo exclusivo para o PlayStation 3. Dois anos depois, na finada E3, o nome Agent era oficialmente revelado – uma das poucas informações concretas sobre o projeto até hoje. Em 2018, a marca Agent foi oficialmente abandonada, e o tão aguardado jogo de espionagem já não existia mais.
Dan Houser, cofundador da Rockstar Games, resolveu dar as caras e participou de uma conversa com Lex Fridman, abordando diversos assuntos sobre o estúdio e sua carreira. Um dos tópicos que não poderiam ficar de fora foi Agent – e, finalmente, descobrimos o motivo de o jogo nunca ter saído do papel.
Segundo Houser, a Rockstar trabalhou em várias versões de Agent, mas nenhuma conseguiu avançar. O produtor explica que o estilo que o estúdio imaginava simplesmente não funcionava, e que histórias de espionagem tendem a funcionar melhor no cinema. Ele destacou que seria necessário pensar em ideias “fora da curva” para adaptar esse tipo de narrativa aos videogames.
“Trabalhamos bastante em várias iterações de um jogo de espionagem em mundo aberto, mas ele nunca se concretizou. Agent teve cerca de cinco versões diferentes. Cheguei à conclusão de que não funcionava. Às vezes ainda penso nisso, fico deitado pensando sobre o assunto, e concluo: o que faz essas histórias funcionarem tão bem no cinema é exatamente o que as torna difíceis de funcionar em videogames – ou talvez eu precise pensar em uma forma completamente diferente de fazê-las funcionar como um jogo.”
Houser também comentou que, embora o público soubesse que Agent se passaria na Guerra Fria, essa não era a única ambientação cogitada. Diversas equipes da Rockstar trabalharam em diferentes versões, incluindo uma ambientada nos tempos modernos. Nenhuma delas, porém, seguiu adiante.
Com Agent cancelado há anos e outras franquias icônicas paradas, a Rockstar parece hoje completamente focada em Grand Theft Auto e Red Dead Redemption, sem sinais de investir em novas IPs ou revisitar títulos clássicos.



