Jogos com a câmera Over the Shoulder (sobre o ombro) são amplamente conhecidos na indústria, principalmente em jogos de ação e aventura, como God of War. Enquanto alguns jogadores estão saturados desse padrão, outros apreciam o nível de proximidade e conexão que essa perspectiva traz ao explorar o mundo em terceira pessoa.
Agora, imagine se Diablo IV fosse lançado com essa câmera. Isso provavelmente causaria um grande impacto, tanto entre os fãs da franquia quanto entre aqueles que a conhecem apenas de nome. Diablo sempre foi caracterizado por sua câmera isométrica, e uma mudança tão drástica poderia parecer uma loucura. De acordo com o jornalista Jason Schreier, conhecido por suas investigações na indústria de games, isso quase aconteceu. O diretor Josh Mosqueira, responsável pela expansão Reaper of Souls, tinha o desejo de tentar algo completamente novo para a franquia.
Depois de anos em Diablo III, Mosqueira estava pronto para tentar algo completamente novo. Ele reuniu alguns artistas e designers e começou a conceituar o próximo jogo Diablo, que tinha o codinome Hades e divergiria da série de várias maneiras importantes: a câmera seria sobre o ombro em vez de isométrica; o combate seria mais impactante, semelhante à série Batman: Arkham; e o jogo teria morte permanente — toda vez que seu personagem morresse, ele desapareceria para sempre, dando a você vantagens para a próxima rodada. Foi um afastamento drástico do que as pessoas esperavam de Diablo IV, mas Mosqueira havia conquistado a confiança da equipe executiva para experimentar.
Obviamente, uma mudança desse tipo traria desafios enormes. Problemas relacionados a como o modo cooperativo funcionaria começaram a surgir, além da diferença gritante entre a experiência isométrica tradicional e a visão em terceira pessoa. Praticamente tudo no jogo teria que ser alterado, exceto a atmosfera sombria que caracteriza a série.
No fim, Mosqueira deixou a Blizzard em 2016 e o projeto foi rebootado, resultando no Diablo IV que conhecemos hoje.