Diretor de Shadow of the Colossus questiona necessidade constante de inovação de mecânicas

Douglas Souza Dos Santos (@Cliffburtonildo1)
Douglas Souza Dos Santos (@Cliffburtonildo1)

Fumito Ueda, renomado diretor por trás de clássicos como Shadow of the Colossus, Ico e The Last Guardian, reacendeu uma discussão relevante no cenário dos games ao afirmar que os tempos de inovação constante em mecânicas de jogo estão, possivelmente, ficando para trás. Para ele, o futuro do design não está necessariamente em criar algo inédito do zero, mas em como os elementos já existentes são executados e combinados.

Em entrevista ao portal japonês Denfaminicogamer, Ueda revelou que teve essa percepção ao observar To a T, o novo título do criador de Katamari Damacy. Segundo o diretor, o jogo despertou a reflexão de que não é mais essencial apresentar uma mecânica totalmente nova a cada projeto. Em vez disso, Ueda defende que sistemas já conhecidos podem ser refinados, reinterpretados e integrados de forma criativa com a direção de arte, narrativa e ambientação – entregando uma experiência que ainda surpreende e envolve o jogador.

Essa perspectiva aponta para uma mudança significativa na forma como os jogos são concebidos. O foco deixa de estar na criação de algo totalmente novo e passa a recair sobre a maneira como os elementos já conhecidos são aplicados e aprimorados. Para Ueda, o que realmente distingue um bom jogo não é necessariamente a inovação técnica, mas a forma como ele desperta sensações, emociona e permanece na memória do jogador.

Ueda também enfatiza que a originalidade de um jogo não depende exclusivamente da introdução de mecânicas inéditas. Para ele, o verdadeiro diferencial está na maneira como essas mecânicas – mesmo já conhecidas – são refinadas e integradas ao conjunto da obra. A experiência do jogador ao controlar os personagens, o impacto visual proporcionado pela direção de arte e a forma como tudo isso se entrelaça à narrativa são, segundo o diretor, aspectos capazes de transformar algo familiar em uma experiência marcante. “É melhor aprimorar as mecânicas existentes do que inventar algo completamente novo”, afirma Ueda, reforçando sua crença de que excelência está mais na execução do que na novidade em si.

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