Gerações de jogadores de videogame testaram suas habilidades – e passaram raiva – jogando FIFA e começando suas experiências com o logo da EA Sports, com sua vinheta clássica. A desenvolvedora americana tem uma parceria com a entidade máxima do futebol desde os 90, com jogos todos os anos e ainda especiais nas Copas do Mundo.
Entretanto isso irá mudar. Os pedidos da FIFA para continuar o acordo foram altíssimos e ele não será renovado além de 2022. A EA Sports já teria licenciado o nome EA Sports FC, indicando que continuará a criar seus simuladores de futebol e ainda tem parcerias com times e ligas importantes, mantendo assim a qualidade do jogo.
Como um dos principais atores do mundo do futebol e com um público gamer gigantesco, o Brasil sem dúvidas olha de forma atenta a esses desenvolvimentos da EA Sports e a FIFA. Mas se tudo parece que terá um final negativo para os fãs, ainda mais os tradicionalistas, é preciso pisar no freio e ver por outra perspectiva.
Estímulo à criatividade
Um dos entrevistados foi Allan Jefferson, criador do Bomba Patch, o mod de Winning Eleven que marcou as infâncias e adolescências de muitas pessoas ao redor do Brasil ao criar dentro do jogo a possibilidade de jogar com os times brasileiros e usando o nome real dos jogadores.
Apesar de hoje essas soluções alternativas não terem mais tanto espaço como no começo dos anos 2000, elas são uma prova de como a concorrência e a necessidade de se diferenciar é algo importante. Enquanto o FIFA voltou a conquistar mercado e o Pro Evolution Soccer passou por dificuldades e até mudou a marca recentemente, muitos jogadores reclamaram da falta de inovações, dos bugs dos jogos e até a exclusão de alguns times brasileiros. O FIFA21 não podia registrar o Flamengo, então deu o seu jeito com o Oceânico FC.
Os problemas de licenciamento e as diferentes escolhas feitas pelas ligas, os clubes e até as associações de jogadores irão continuar, mas ter mais desenvolvedores tentando criar seus jogos de futebol é algo muito bom, já que dá mais opções aos jogadores e uma lufada de ar em um modelo que pode estar um pouco desgastado. É estranho que só existam duas grandes opções de jogos em uma indústria de bilhões de dólares e um esporte que tem bilhões de pessoas acompanhando ao redor do mundo.
A EA Sports agora se verá obrigada a mudar e ouvir um pouco mais seus fãs, que são vocais com suas reclamações há alguns anos. Com exclusividades, como a Premier League, com certeza a empresa dos Estados Unidos não perderá tanto mercado. A empresa também tem parceria com a FIFPRO, a associação mundial dos jogadores de futebol, podendo usar seus rostos, corpos e nomes com isso.
E a FIFA, o que fará? Pedindo quantias que chegam ao bilhão de dólares segundo reportagem do New York Times será difícil encontrar interessados, mas é difícil acreditar que tudo só foi um blefe para tirar mais dinheiro da EA. Se foi, o blefe foi visto, entendido e ignorado.
Não faltam desenvolvedores de jogos no mundo e alguns deles, com suas características específicas, podem trazer produtos muito interessantes e loucos para o mercado. Mas como tudo que envolve a FIFA, há um mistério no ar e nenhuma ideia do que acontecerá a seguir, mesmo que em breve tenhamos uma temporada por começar e nenhum jogo da EA Sports que leva o FIFA no nome. O que acontecerá? Teremos que esperar.