Horizon Zero Dawn me fez curtir jogos ‘infinitos’ novamente
Pense em um jogo “vivo”. Esse conceito talvez seja floreado demais para uma simples análise de um jogo, mas é como eu consigo definir Horizon Zero Dawn. A nova obra da Guerrila Games, a mesma produtora que nos trouxe Killzone, é um dos jogos mais bem produzidos e expansivos que já joguei na vida. Uma verdadeira obra viva, que me fez acreditar novamente nos títulos “infinitos”, enquanto segurava o controle de PS4 na mão.
Aloy é a personagem central da aventura. Controlamos a moça desde sua infância, quando ainda descobrimos que ela é uma espécie de órfã. Tem apenas um pai adotivo, que a cria ao longo dos anos, até sua vida adulta. Aprendemos um pouco também sobre seu clã, que aparentemente repudia pessoas que não possuem mães e não as considera iguais – por isso Aloy, e seu pai, são exilados.
Contudo, Aloy evolui. De uma simples renegada ela é elevada a status de heroína pouco tempo depois que o jogo começa. A partir do momento em que temos também a jovem sob total controle, temos suas habilidades afloradas, exímia no arco e flecha e também uma guerreira plena com outros tipos de armas, e armadilhas.
Até aí temos um detalhe que não falamos ainda: o mundo de Horizon se passa anos no futuro do nosso atual mundo. Aqui as máquinas assimilaram animais selvagens, ao menos a maioria deles, e dominaram florestas, montanhas e planícies. Os humanos, os poucos que restam, vivem em aldeias, tentando se proteger destas ameaças, mas há sempre um mal escondido aqui ou ali, seja com máquinas ou com humanos corruptos.
Horizon Zero Dawn é um jogo de mundo aberto que não se compara com qualquer outro mais recente. Melhor dizendo, talvez seu exemplar mais similar no mercado seja The Witcher 3: Wild Hunt, outro excelente título, mas este da CD Projetk RED. Porém, a grandiosidade vista por aqui nos surpreendeu mais ainda.
Ao contrário de Geralt, Aloy é mais esguia e tem comandos mais “naturais”. Tudo que ela faz tem uma animação única e a possibilidade de cada movimento se expandir só aumenta a cada novo comando aprendido pelo jogador. Suas armas possuem uma forma de ataque singular, suas habilidades melhoram de forma natural – é tudo bem fluido e nada exagerado, ao menos nos termos de jogabilidade.
Controlar Aloy é um prazer que não cansa. A jovem se move com graciosidade, mas também possui fibra para encarar as lutas mais crueis, contra as máquinas mais gigantescas ou contra hordas de guerreiros humanos “do mal”. E acredite: tudo que você viu nos trailers da E3, com todos aqueles movimentos complexos, é plenamente possível e de forma bem simples nos controles.
Um dos maiores êxitos de Horizon é casar, perfeitamente, os controles com seu design geral. Apesar de ser um jogo de mundo aberto, não há como ficar verdadeiramente “perdido”, como normalmente acontece em um GTA, por exemplo. O mapa é bem claro e os objetivos sempre te dizem de forma certeira para onde ir, mesmo que você queira perder algum tempo realizando aquela missão paralela para render mais experiência.
O sistema de “craft”, ou seja, aquele que te deixa criar itens e armas, também funciona de forma primorosa, sem qualquer preocupação ou complicação. Apenas junte os itens pedidos, retirados da natureza ou de monstros derrotados, e crie ou melhore suas armas. Tudo direto ao ponto, e ao mesmo tempo complexo, já que é possível melhorar de forma personalizada e única cada arma – adicionando mais dano, dano elemental e outras variáveis.
E quanto ao tempo? Horizon Zero Dawn vai durar, facilmente, pelo menos 20 horas nas mãos de qualquer jogador, mesmo aquele que correr para terminar a aventura o quanto antes. Quem quiser coletar tudo, realizar missões paralelas e se preocupar bem com a história vai passar muito além disso. Coloca aí pelo menos 40 horas de jogo, se não mais.
Conclusão
Tudo é tão natural em Horizon Zero Dawn que você até se sente estranho, ou estranha. Você joga, joga, joga e não se cansa. Só vai parar de jogar pois lembra que tem outros afazeres, mas é fácil se perder na jogabilidade fluida do game e nos gráficos que, sim, são de babar. A Guerrilla saiu de sua zona de conforto ao deixar de lado Killzone e apostar em um jogo totalmente diferente. O que vimos em Horizon nos deixou de queixo caído e esperamos ver a experiência repetida em uma eventual sequência. Nota 9/10.
Horizon Zero Dawn: Tudo é tão natural em Horizon Zero Dawn que você até se sente estranho, ou estranha. Você joga, joga, joga e não se cansa. Só vai parar de jogar pois lembra que tem outros afazeres, mas é fácil se perder na jogabilidade fluida do game e nos gráficos que, sim, são de babar. A Guerrilla saiu de sua zona de conforto ao deixar de lado Killzone e apostar em um jogo totalmente diferente. O que vimos em Horizon nos deixou de queixo caído e esperamos ver a experiência repetida em uma eventual sequência. – pedrovaroni