Indiana Jones e o Grande Círculo: A Ordem dos Gigantes – Análise

Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabytett)
Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabytett)

Indiana Jones e o Grande Círculo foi lançado em dezembro de 2024 e, como acontece com muitos jogos que chegam perto do fim do ano, acabou sendo esquecido. Considero isso um ultraje, já que estamos falando de uma das melhores experiências de 2024, jogo que recebeu nota 9/10 aqui na GameFM. Agora, a MachineGames lançou a expansão A Ordem dos Gigantes, que promete ampliar ainda mais a aventura de Indy nos videogames. Mas será que essa DLC mantém a qualidade do jogo base ou acaba soando desnecessária? Vamos descobrir juntos nesta análise, explorando os esgotos de Roma!

Mitra

Para acessar A Ordem dos Gigantes, não é necessário finalizar a campanha principal, já que a nova aventura se desenrola em paralelo com as missões da história, mais precisamente durante a investigação da múmia de gato. Basta confirmar no menu se a DLC está ativa, viajar até o Vaticano e procurar pela missão “Um mistério começa…”, que já deve aparecer no seu diário.

É nesse ponto que conhecemos o padre Ricci e seu carismático papagaio Pio. Com eles, descobrimos a lenda do Cruzado Anônimo, um gigante que nunca retirou o elmo e que teria sido guardado pelo papa Paulo IV em uma câmara secreta sob a Casina do Vaticano. O problema é que os camisas negras trancaram o local, impossibilitando Ricci de prosseguir com a investigação. Cabe então a Indiana Jones explorar os esgotos de Roma e desvendar os mistérios por trás do culto a Mitra.

A história do culto é instigante, e os bilhetes espalhados enriquecem bastante a ambientação. No entanto, sinto que a expansão se torna acessível cedo demais. A missão acaba entregando elementos que tiram o peso do mistério em torno de Locus, o gigante da campanha principal, já que vemos outros gigantes antes do momento ideal. Minha recomendação: se for sua primeira vez no jogo, deixe a DLC para a reta final, ou parte da magia do enredo principal pode se perder.

Apesar disso, a expansão oferece uma trama sólida no estilo clássico de Indiana Jones e o Grande Círculo. Quem procura por mais aventuras certamente encontrará novidades aqui – mas sem esperar reviravoltas grandiosas ou personagens tão marcantes.

Porrada nos cultistas! / Reprodução: Divulgação

Haja puzzle

Ao contrário do jogo base, onde temos momentos de exploração em áreas mais abertas – ou “open bairro”, como gosto de chamar –, aqui ficamos restritos ao esgoto de Roma, a histórica Cloaca Máxima, um dos mais antigos sistemas de saneamento do mundo. O cenário é fechado e até claustrofóbico, o que levanta até a questão de como os cultistas sobrevivem nesse labirinto. Ainda assim, as ruínas são interessantes, e a mistura de ambientes úmidos com iluminação de tochas cria uma atmosfera bem envolvente, especialmente com o uso do ray tracing obrigatório.

Essa mudança de cenário também afeta a gameplay. Se no jogo base passávamos boa parte do tempo socando fascistas, na DLC a ação dá lugar a uma sequência muito mais focada em puzzles. Passei facilmente mais de uma hora resolvendo enigmas, alguns deles bem desafiadores.

Cloaca Maxima / Reprodução: Divulgação

O problema é que nem toda dificuldade vem de um bom design. No puzzle do labirinto, por exemplo, é preciso guiar uma bola de fogo por caminhos no chão usando canos espalhados. Mas a quantidade de peças é limitada, e precisamos reposicioná-las enquanto a bola continua rolando – o que já é tenso. Para piorar, muitas vezes os canos não encaixam corretamente, gerando frustração. A dificuldade em geral é bem acima do jogo base, exigindo observação e interpretação de textos – ótimo para quem gosta de rachar a cuca, mas decepcionante para quem preferia a porradaria.

Ainda assim, há combates ocasionais contra cultistas. Normalmente enfrentamos no máximo dois inimigos por vez, já que os cenários apertados não favorecem batalhas maiores. Mesmo na única parte com ondas de inimigos, o combate continua simples, e Indy dá conta com facilidade. Há quem diga que a dificuldade se adapta ao progresso do jogador no jogo base, mas como iniciei um save novo, talvez eu tenha sido favorecido.

No geral, A Ordem dos Gigantes dura de 2 a 5 horas, dependendo do tempo gasto nos puzzles ou eventuais mortes na exploração. No meu caso, foram 4 horas de jogo, com direito a bastante sofrimento nos enigmas e quase todos os bilhetes coletados.

O puzzle do labirinto formou um labirinto no meu cérebro / Reprodução: Divulgação

Fim da história

Para quem estava com saudades, Indiana Jones e a Ordem dos Gigantes entrega exatamente isso: mais Indiana Jones. A expansão mantém os elementos característicos do jogo base: combate cadenciado, puzzles desafiadores e mistérios para investigar. Porém, ela traz poucas novidades, acrescenta pouco à narrativa principal e pode pesar no bolso, considerando o tempo relativamente curto de campanha. Reviver um dos meus jogos favoritos de 2024 foi divertido, mas a expansão não chega a ser memorável.

Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Bethesda.

 

Indiana Jones e o Grande Círculo: A Ordem dos Gigantes
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