Kojima esclarece ausência de atores japoneses em seus jogos

Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabytett)
Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabytett)

O renomado produtor Hideo Kojima é conhecido por utilizar atores de Hollywood em suas produções. O protagonista de Death Stranding, por exemplo, é ninguém menos que Norman Reedus, famoso por interpretar Daryl Dixon em The Walking Dead. No entanto, é notável a escassez de atores asiáticos – especialmente japoneses – em seus jogos, algo que o próprio Kojima decidiu esclarecer recentemente.

Em entrevista à IGN Japão, Kojima revelou que sempre teve o desejo de incluir mais atores japoneses em seus projetos, mas esbarrava em limitações técnicas relacionadas ao hardware. Segundo ele, pessoas asiáticas – com destaque para mulheres jovens – possuem uma pele tão bonita e suave que torna-se difícil de reproduzir com fidelidade por meio da computação gráfica, resultando em personagens com aparência artificial. Em comparação, outras etnias apresentam características de pele que, segundo o produtor, oferecem um resultado visual mais realista.

“É difícil fazer com que os asiáticos se pareçam com suas contrapartes reais em CG. Mulheres e jovens, em particular, têm uma pele linda e macia. Os asiáticos, e não apenas os japoneses, são conhecidos por sua pele linda e macia, então acaba parecendo CG… Por outro lado, é mais fácil realçar os detalhes em pessoas mais velhas ou com muitas sardas. Já tentei usar japoneses no passado, mas é difícil fazê-los parecer com suas contrapartes reais em CG… No entanto, desta vez usei uma nova tecnologia e estou bastante satisfeito com o resultado. Bem, gostaria de fazer ainda melhor da próxima vez.”

Kojima afirmou estar satisfeito com a presença da atriz nipo-australiana Shioli Kutsuna em Death Stranding 2, responsável por interpretar a personagem Rainy. Apesar de ter nascido na Austrália, Kutsuna possui ascendência japonesa, e representa uma das poucas figuras de origem nipônica nos jogos do criador de Metal Gear. Kojima, inclusive, elogiou a atuação da atriz durante a entrevista.

“Ela foi muito impressionante. Não se intimidou com os outros atores e foi muito natural. Ela se deu bem com todos, então foi muito útil. Não posso cuidar dela para sempre (risos).

[…] Acho que consegui interpretá-la muito bem desta vez, incluindo seu cabelo preto, e tenho certeza de que posso fazer ainda melhor na próxima fase, então espero trabalhar com atores japoneses no futuro. Bem, uma ambientação japonesa também seria ótima.”

Curiosamente, a única vez em que um jogo de Kojima teve o Japão como cenário foi em Snatcher, um de seus primeiros trabalhos, lançado em 1988. Será que seus próximos projetos, OD e Physint, se passarão em solo japonês? Só o tempo dirá.

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