Metaphor: ReFantazio – Análise

Lafaiete Augusto
Lafaiete Augusto
6 min de Leitura

Metaphor: ReFantazio é o mais novo “Persona que não é Persona”, digo, “RPG japonês” (JRPG) desenvolvido pela Atlus, liderado por Katsura Hashino, conhecido por seu trabalho na série Persona. Lançado em outubro de 2024 para PC, PlayStation e Xbox, o jogo rapidamente conquistou a atenção dos fãs do gênero, vendendo um milhão de unidades nas primeiras 24 horas e alcançando uma nota 94 no Metacritic. Será que ele atende a todo esse hype?

Um plot diferente

Ambientado no reino de Euchronia, Metaphor: ReFantazio mergulha os jogadores em um mundo fantástico marcado por profundas injustiças sociais e discriminação. A sociedade do jogo é estruturada em uma hierarquia racial baseada em atributos físicos fantásticos, onde certas tribos são privilegiadas enquanto outras são marginalizadas. O protagonista pertence à tribo “Elda”, a mais desprezada, composta por indivíduos que se assemelham a humanos sem características distintivas.

A narrativa central gira em torno do “Torneio do Trono”, uma competição que determinará o novo monarca após o assassinato do rei anterior. Os participantes devem viajar por diversas regiões, auxiliando os habitantes locais para ganhar popularidade e reivindicar o trono. Acompanhado por sua fiel companheira fada, Gallica, o protagonista embarca em uma jornada que explora temas como discriminação, opressão sistêmica e a luta por justiça social.

Um belo cast de personagens, com direito ao menino” Persona”.

Ainda é Persona querendo ou não

Metaphor: ReFantazio combina elementos clássicos de JRPG com inovações que enriquecem a experiência do jogador. O sistema de combate é baseado em turnos, exigindo estratégias cuidadosas para explorar as fraquezas dos inimigos e evitar emboscadas. Uma característica notável é o sistema de classes, denominado “arquetipos”, que permite aos jogadores personalizar e evoluir as habilidades de seus personagens. À medida que os relacionamentos entre os personagens se desenvolvem, novas habilidades e estratégias são desbloqueadas, incentivando a interação e o aprofundamento das conexões dentro do grupo. E se isso parece familiar, é porque é mais ou menos como Persona funciona.

Além disso, o jogo incorpora mecânicas em tempo real e a capacidade de “rebobinar” ações, permitindo que os jogadores corrijam erros e evitem frustrações desnecessárias. Essas adições modernizam a jogabilidade tradicional dos JRPGs, tornando-a mais acessível e dinâmica.

O jogo mais estiloso de 2024

Visualmente, Metaphor: ReFantazio é simplesmente absurdo, apresentando um estilo artístico detalhado e característico da equipe de Hashino e tendo um menu ainda mais bonito que o de outros jogos de SMT e Persona. Os ambientes são ricamente elaborados, desde cidades vibrantes até paisagens naturais deslumbrantes, cada uma com sua atmosfera única. As animações dos personagens são fluidas, e as expressões faciais transmitem emoções de maneira convincente, enriquecendo a narrativa.

A trilha sonora, composta por Shoji Meguro, complementa perfeitamente a ambientação do jogo. As músicas variam de temas épicos que intensificam as batalhas a melodias suaves que acompanham momentos introspectivos, contribuindo para a imersão do jogador no mundo de Euchronia.

Olha esse HUD. Lindo é pouco.

Temas e Profundidade Narrativa

Uma das características mais marcantes de Metaphor: ReFantazio é sua abordagem corajosa e profunda de temas sociais complexos. Ao contrário de muitos jogos que tratam a discriminação de forma superficial, este título mergulha nas raízes da opressão sistêmica, explorando as dinâmicas de poder e preconceito que permeiam sua sociedade fictícia. A jornada do protagonista não é apenas uma busca por poder, mas uma luta para desafiar e transformar um sistema profundamente enraizado de desigualdade.

A narrativa também aborda questões de identidade e pertencimento, à medida que o protagonista, pertencente à tribo mais marginalizada, busca seu lugar em um mundo que o rejeita. As interações com outros personagens e as decisões tomadas ao longo do jogo influenciam o desenrolar da história, permitindo múltiplos finais e incentivando a rejogabilidade.

Concluindo

O hype para Metaphor: ReFantazio era grande e ele atendeu as expectativas. Os fãs de Persona (e cia) estão comendo muito bem esse ano. O jogo consegue equilibrar uma narrativa profunda e temas sociais relevantes com uma jogabilidade envolvente e acessível. A abordagem madura e nuançada de questões como discriminação e opressão sistêmica foi destacada como um avanço significativo na representação de temas sociais em jogos de fantasia. Faltou as waifus mas a gente releva porque o jogo é muito bom. Obrigatório para os fãs de Persona, SMT e jogos da Atlus.

Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela SEGA.

Metaphor: ReFantazio
9.5
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