Elon Musk é uma das figuras mais conhecidas do mundo moderno, seja por bem, seja por mal. O bilionário, dono da SpaceX, Tesla e X/Twitter, está sempre na boca do povo, mas muitas vezes por polêmicas, e não por boas ações, algo que vem afetando inclusive nomes renomados da indústria de games.
Austin Grossman, escritor de Deus Ex, comentou ao PC Gamer que ter Musk como um de seus fãs é o seu pior legado. Musk já havia declarado anos atrás que Deus Ex é um de seus jogos favoritos, mas para Grossman isso é motivo de desconforto – afinal, a obra trata justamente sobre o controle do mundo por forças conspiratórias e elites poderosas.
“Esse tipo de peso político e sátira social é um verdadeiro ponto em comum entre Deus Ex e Dishonored. É o que Elon Musk gosta, assustadoramente. Está assustadoramente presente na visão de mundo de Elon Musk. Então esse pode ser seu legado mais longo e pior.”
“É bizarro que Elon Musk não reconheça onde ele realmente se encaixa no universo de Deus Ex, porque não é no papel de J.C. Denton. Musk claramente imagina que é o J.C. Denton deste mundo – um homem comum e franco, enfrentando a elite. Como é óbvio para todos, Musk é quem detém o poder e é patologicamente incapaz de uma introspecção honesta.”
“Eu diria que Musk é como um vilão de Deus Ex, exceto pelo fato de que a franquia não tem nenhum vilão tão chorão, egoísta e delirante quanto ele se mostrou ser.”
As falas de Grossman evidenciam uma tensão cada vez mais presente entre cultura pop e seus admiradores. O caso revela como certas obras, criadas para criticar estruturas de poder e desigualdade, acabam sendo apropriadas justamente por aqueles que ocupam os papéis criticados.
Essa inversão de papéis reforça o impacto cultural dos jogos, mas também mostra como suas mensagens podem ser distorcidas por quem prefere se ver como protagonista, mesmo quando a realidade aponta para o contrário.