Quem aí se lembra do Tamagotchi, vulgo Bichinho Virtual? Eu me lembro muito bem do que eu tinha e também me lembro que esqueci de alimentá-lo certa vez e o matei. Completamente irresponsável na época. E era realmente esse o objetivo do Tamagotchi: testar o nível de responsabilidade da pessoa ao cuidar de um bichinho como se ele realmente necessitasse de carinhos reais, como seu gato ou até seu filho.
Lançado pela Bandai em 1996, o Tamagotchi tornou-se febre mundial rapidamente, vendendo milhares de unidades por dia, recebeu versões variadas e este ano ainda ganhou um port para Android, em fevereiro. Mas apesar de seu favoritismo e fama, o Tamagotchi tem perdido espaço considerável pra outro simpático bichinho carente: o alienígena triangular Pou.
Pou é também uma espécie de bichinho virtual um tanto mais interativo do que o Tamagotchi (tirando o fato de que o segundo podia se comunicar com outros por infravermelho na segunda versão e até ter filhos) por conta do sistema de toque que simula até mesmo um cafuné ou carinho. O alienígena passa de level a medida que cresce, se cansa, dorme, come, tem que brincar (olhando estupidamente para uma bola que fica batendo de um lado para outro na tela do smartphone), comer e pode ser personalizável.
O aplicativo oferece uma “infinidade limitada” de itens para personalizar o Pou, os próprios itens mesmo e o ambiente. Comida, poções, bolas, roupas, papéis de parede e até mesmo cortes de cabelo são destraváveis de acordo com o level do bichinho, inclusive o corte chamado “Bieber”. Mas como todo desenvolvedor de apps não é bobo, alguns itens só podem ser comprados com dinheiro real.
O favoritismo de Pou tem crescido tanto que tem ofuscado o brilho do Tamagotchi original. Mas o interessante é que com Pou, pessoas estão indo atrás do próprio Tamagotchi para saber como era cuidar de um bichinho virtual anos e anos atrás, quando alguns deles ainda nem eram nascidos.
Pou pode até ser legal, interativo e colorido, mas só Tamagocthi é Tamagotchi.