Assassin’s Creed Shadows chegou ao mercado em março deste ano, marcando a tão aguardada estreia da franquia no Japão. No entanto, quem acompanhou os meses que antecederam o lançamento sabe bem o caos que tomou conta da internet por causa do protagonista Yasuke – um samurai africano negro que realmente existiu.
A simples presença de Yasuke foi suficiente para gerar um alvoroço na comunidade gamer, especialmente entre grupos de direita. O barulho foi tão grande que até Elon Musk entrou na onda de críticas, alegando junto a outros “fãs” que o jogo não representava fielmente a história de Yasuke ou do Japão.
Durante a Paris Games Week, realizada entre 30 de outubro e 2 de novembro, o CEO da Ubisoft, Yves Guillemot, apresentou um vídeo (via Kotaku) mostrando como a empresa reagiu à onda de ódio que Shadows enfrentou.
Segundo o material exibido, ao perceber o volume de ataques, a Ubisoft decidiu reforçar o foco no “núcleo” da experiência – os elementos que definem Assassin’s Creed –, sem deixar de se posicionar e de defender a própria visão criativa. A estratégia, ao menos na teoria, teria ajudado a reconquistar o público mais fiel da série.
“Com nossos aliados ao nosso lado, recuperamos a confiança: para nos manter firmes, correr riscos e nos expressar — mesmo contra os haters mais barulhentos. E, quando Assassin’s Creed Shadows foi lançado, graças aos nossos fãs, o momento finalmente estava a nosso favor.”
Guillemot também comentou sobre a postura da empresa, ressaltando que Shadows era, acima de tudo, um videogame – e não uma mensagem política.
“Inicialmente ficamos surpresos com a intensidade dos ataques. E rapidamente percebemos que se tratava de uma batalha — uma batalha com nossos fãs — para demonstrar que éramos, de fato, mais um videogame do que uma mensagem.”
Apesar da polêmica, é difícil medir o real impacto do hate sobre o desempenho do jogo. A Ubisoft deixou de divulgar dados detalhados de vendas, mas sabe-se que Assassin’s Creed Shadows teve um bom início, com boas avaliações da crítica especializada e resultados comerciais sólidos nas primeiras semanas.
No fim das contas, toda a treta envolvendo Yasuke acabou como um sopro ao vento – e o jogo seguiu seu curso, sem o peso das controvérsias que o antecederam.
