Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um Souslike side scrooling em 2.5D, desenvolvido pela Primal Game Studio e distribuído pela Knights Peak. Vamos juntos nessa análise defender a todo custo o nosso clero, contra toda a invasão de monstros e bruxas que assola nossa crença e o nosso reino.
O braço direito do Clérigo Rei
Nesse mundo estamos na pele de um Inquisidor, o braço direito do alto clérigo da igreja, que conduz uma implacável perseguição com o objetivo de eliminar todos os traços de magia em Faelduum.
Durante uma de suas missões, o Inquisidor é incumbido de executar uma bruxa aprisionada após prolongadas sessões de tortura. Contudo, em vez de consumar uma punição severa, ele concede a ela um fim compassivo com sua lâmina. Para seu espanto, no instante final, a bruxa sorri com alívio – e, de forma misteriosa, sua alma e seus poderes se fundem com o corpo do Inquisidor.
No entanto, o Inquisidor é poupado pelo Padre Rei, que enxerga nele um novo instrumento de sua vontade. Revestido de um propósito renovado, ele é designado como agente direto da coroa e incumbido de uma nova missão: encontrar e eliminar uma segunda bruxa, oculta em algum recanto esquecido de Faelduum.

A Entropia está dentro de nós
Mandragora: Whispers of the Witch Tree tem um combate dinâmico, onde qualquer vacilo ou qualquer “spamada” de botão é fatal. Aqui temos alguns movimentos básicos de um bom Metroidvania, como o Pulo Duplo e o Wall Sliding – sendo adaptado por um gancho que cumpre bem o seu papel.
O título tem um alto índice de backtracking e exploração, que beneficia muito os jogadores mais curiosos, oferecendo uma boa variedade de segredos, baús escondidos e chefes secretos.
O game conta com seis classes, possibilitando uma interessante sinergia entre elas para nos beneficiar durante a batalha. São elas:
- Vanguarda – Guerreiro focado em força e resistência;
- Agente do Caos – Um piromante com exímio domínio sobre o fogo;
- Arcanista do Caos – Exerce o poder sobre a energia do caos para causar medo no coração dos inimigos;
- Sombra da Noite – Uma classe focada em destreza, com alta agilidade com adagas e que causa buffs como veneno, gelo, fogo, etc.;
- Vigilante Selvagem – Um druida, sua build é focada em controlar poderes da natureza, que causam bastante dano em área;
- Celestial – Um guerreiro cuja a build é focada em dano sagrado.
Na minha jornada, acabei escolhendo a mescla dentre Vanguarda e Agente do Caos, para me beneficiar tanto de um alto dano crítico com Grand Swords e também para atormentar inimigos com buffs e piromancias de fogo.

Entre bruxas e vampiros
O combate contra os chefes são o carro chefe do título. Enfrentamos uma vasta variedade de inimigos, desde a brutamontes com Grand Sword à dragões gigantescos. Infelizmente, o jogo tem a “síndrome de Elden Ring”, apresentando uma lista de chefes relativamente repetitivos durante o decorrer do jogo, mas é claro que isso não tira o brilho dos chefes principais, que possuem uma direção de arte e movimentos muito bem feitos e aplicados, com muitos deles possuindo de 5 a 10 golpes padrões – que podem ser muito bem contornados com algumas horinhas de tentativa e erro.
O desafio nas lutas é bem elevado, comum de jogos do gênero Soulslike, mas em algumas batalhas, os desenvolvedores pesaram muito a mão. Felizmente, graças ao reset de build que conseguimos durante algumas horas de jornada, podemos readequar nossa build para lutar de igual para igual com qualquer chefe, já que são inúmeras as opções de mescla e sinergia dentre as classes, tornando as lutas mais justas.

Portal para Entropia
A direção de arte deste título foi a primeira coisa que me chamou a atenção. Com praticamente tudo desenhado a mão, Mandragora: Whispers of the Witch Tree tem toda uma identidade própria. O trabalho que fizeram com os visuais na Entropia foi espetacular, me fazendo tirar diversas capturas de tela a todo instante.
Sua trilha sonora é outro aspecto que brilha, oferecendo uma sonoridade densa e com umas pitadas de suspense, que se encaixa muito bem com todo o contexto aplicado no jogo.
Infelizmente, durante as minhas 30 horas de jornada, encontrei alguns bugs que atrapalharam a gameplay. Um dos problemas mais cruciais foi o da habilidade Fênix durante o chefe final do jogo em sua segunda fase. A habilidade consiste em ressuscitar nosso protagonista com 50% de sua vida máxima ao receber um dano fatal. Porém, em vez de revivermos na segunda fase, somos teleportados para a primeira parte da luta, impossibilitando prosseguir com o combate. Esse é um bug sério, forçando o jogador a reiniciar o jogo toda vez que morrer com essa habilidade ativada. Até o momento de publicação desta análise, o problema continua presente.

É como se a FromSoftware desenvolvesse um Soulslike 2.5D
Mandragora: Whispers of the Witch Tree me surpreendeu bastante na sua gama de possibilidades de builds e em seus chefes muito bem feitos. Esperava um Metroidvania morno em seu combate, e fui surpreendido com algo totalmente diferente. A sua direção de arte é impecável, trazendo toda a decadência e horror deste mundo de fantasia. Sua árvore de habilidades é um show a parte, tendo um grande leque de possibilidades de junção de builds. Mandragora: Whispers of the Witch Tree cumpre seu papel, ofercendo um ótimo combate com elementos de Soulslike e Metroidvania e com uma direção de arte de cair o queixo.
Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Primal Game Studio e Knights Peak.