A Sessão Classic da GameFM está de volta, dessa vez, com uma edição especial comemorando o Halloween! E para aproveitar a ocasião, nós vamos fazer um apanhado dos vários jogos de uma das franquias de jogos com temática de terror mais famosas do mundo dos games: Castlevania! Então, a partir de hoje, dia 29, até Segunda-Feira dia 04/11, teremos uma coluna relembrando os jogos mais marcantes da série. E porque não começar do primeiro?
Castlevania foi lançado em 1986 primeiramente para o Famicom no Japão, e os ocidentais só puderam aproveitar as aventuras de Simon Belmont (Shimon Berumondo no Japão) alguns meses depois, em Março de 1987, no NES. O jogo foi relançado diversas vezes para várias plataformas diferentes, como Amiga, C64, PC, Gameboy Advance, e até mesmo para celulares, apesar de esse ser exclusivo do Japão. A Konami, na época, já havia desenvolvido outros jogos conhecidos para o Famicom/NES, como Gradius, Twinbee e Road Fighter, sem contar outras plataformas.
A mecânica do jogo era bastante simples: Um jogo plataforma side-scroller dividido em 6 fases, sem divisões ou caminhos alternativos. No final de cada fase, um chefe esperava o jogador, e esse mesmo era um do já conhecido arsenal de monstros de filmes de terror: Frankstein, Múmias, Medusa, e até mesmo a Morte (único personagem presente em todos os jogos da franquia), sem contar o próprio Drácula.
Falando no próprio, a história do jogo é centrada na ressureição do vampiro mais famoso de todos, em 1691, 100 anos após ter sido derrotado por um dos membros da família Belmont, mais especificamente Christopher Belmont, seu bisavô, que também é o protagonista de Castlevania Adventures para Gameboy. A cada centenário, os corações dos homens se tornam mais sombrios, e se juntam para fazer o ritual que trará Conde Drácula de volta a vida, junto com seu castelo, durante a páscoa. Simon, portador do sagrado chicote Vampire Killer, se aventura dentro do castelo, buscando a destruição de Drácula e seus comparsas.
Os controles são bastante simples, um botão para pular, outro para atacar com o chicote, e os movimentos são feitos pelo direcional. Existem também armas secundárias, que se tornaram marca resgistrada da série, que podem ser coletadas ao longo do jogo, e utilizadas apertando Cima+Ataque juntos. As armas secundárias possuíam várias propriedades diferentes, como a adaga que viaja sempre em linha reta, ou o machado que sempre tem a trajetória de um arco. A melhor e mais famosa das armas, claro é a cruz, que funciona como um bumerangue, e era extremamente forte. Outras armas incluem a água benta e o relógio, utilizado para parar o tempo por alguns instantes.
Estas armas, claro, não eram infinitas, possuíam munição, que era medida por corações, que são coletados durante o jogo, em vários dos objetos do cenário, em especial os candelabros que estão espalhados por todo o castelo. Cada arma tem o seu custo em corações, sendo a mais cara delas o relógio, e a mais barata, a adaga.
Outros power-ups incluem melhorias para o chicote de Simon, que aumentam a sua força e alcance (além de transformar o Vampire Killer em um mangual muito badass), e um outro, bem mais raro, que permite você atirar duas ou até três vezes a sua sub-arma em sequência. E claro, não podemos também esquecer dos pedaços de carne que recuperam a sua vida, e que você encontra geralmente quebrando as paredes do castelo. Lógica de videogame.
Outra marca da série do NES são as suas escadas. O controle escolhido para você passar pelas escadas é o botão Cima no direcional, e a partir do momento que o jogador começa a subir, ele “gruda” na escada, como se ela estivesse com um eletro-imã. Você só pode sair das escadas nas suas estremidades, e mesmo sendo atingido por inimigos, Simon continua firme e forte nas escadas. Isso é bom e ruim, pois a movimentação nas escadas é muito lenta, e extremamente frustrante quando você está cercado de Medusa Heads, outro clássico monstro da série. Como eu odeio Medusa Heads…
Outro ponto bastante frustrante no jogo é quando você é atingido. Quando Simon toma um golpe, ele é arremessado alguns passos para trás, e apenas os mais pacientes não destruiram os controles após ter caído em um buraco pela trigésima vez depois de ser acertado por um esqueleto. Ou um morcego.
Ou uma Medusa Head.
Eu odeio Medusa Heads.
Enfim, voltando. Outra característica um tanto curiosa de Castlevania é a sua gravidade. Quando Simon pula, ele se comporta da forma como deveríamos esperar, mas a partir do momento que ele desce de uma plataforma para a outra, a velocidade é alucinante, como se o núcleo da Terra quisesse atraí-lo para o seu ventre com todas as forças. Isso não estraga a jogabilidade, mas te deixa atento, e te ensina que em Castlevania, é quase sempre melhor pular.
O jogo fez um sucesso absurdo, especialmente pela sua icônica trilha sonora, que já foi remixada de todas as formas possíveis em futuros jogos da franquia. Um sucesso merecido, e foi também um dos grandes marcos da história do videogame, e do NES.
Uma interessante curiosidade está nos créditos do jogo (presentes apenas nas versões de NES), onde o casting do jogo inteiro foi composto por paródias dos nomes de atores e diretores famosos dos filmes de terror antigos, e livros de terror também. Aí vai a lista com os nomes referenciados:
- Terence Fisher (como Trans Fishers)
- Bram Stoker (como Vram Stoker)
- James Bernard (como James Banana)
- Christoper Lee (como Christopher Bee)
- Bela Lugosi (como Belo Lugosi)
- Boris Karloff (como Boris Karloffice)
- Lon Chaney (como Love Chaney)
- Lon Chaney, Jr. (como Love Chaney, Jr.)
- Barbara Shelley (como Barber Sherry)
- Max Schreck (como Max Schrecks)
- Glenn Strange (como Green Stranger)
- Oliver Reed (como Cafebar Read)
- Andre Morell (como Andre Moral)
- John Carradine (como John Candy)
Outra peculiaridade são as diferenças entre a versão japonesa e a versão americana. A japonesa possuía um sistema de save, baseado no nome que o jogador colocava. A disposição dos candelabros é diferente também, de modo que a versão japonesa, como era comum naquele tempo, é mais fácil do que a versão americana. A japonesa também possuía uma música a mais.
Uma útlima coisa que vale a pena mencionar é Castlevania Chronicles, um remake do primeiro jogo que foi primeiramente lançado para Sharp X86000, um computador pessoal, exclusivo no Japão, e mais tarde para o resto do mundo na versão de PlayStation 1. A versão de PS1 não só apresentava fases totalmente redesenhadas, como fases extras, e uma completa remodelagem dos personagens, principalmente Simon, cortesia da artista Ayami Kojima, que fez a arte do preferido de muitos, Castlevania: Symphony of the Night.
É… legal. Sem desemerecer o trabalho de Kojima, que é uma artista realmente incrível (e o mais incrível é que ela aprendeu tudo sozinha), mas Simon ficou com cara de mulher. Uma mulher musculosa. Em Symphony of the Night Alucard ficou perfeito no traço da senhorita Kojima (que não tem parentesco com Hideo Kojima, já chequei), mas não encaixa muito bem no pobre do Simon. Ficou bem estilo japonês, meio andrógino. Tem gente que aprova, é questão de gosto.
Terminando, Castlevania é um dos mais importantes jogos do gênero, e recebeu muito mais continuações e spin-offs do que muito jogo moderno por aí, o que é a prova maior da força da série. E nos despedimos por aqui, em mais um episódio da Sessão Classic, e nos vemos amanhã, com Castlevania II: Simon’s Quest!
E.P.I.C.O.
o melhor jogo da minha vida que eu zerei 32 vezes é o eterno Castlevania: Symphony of the Night <3