Você já imaginou se Red Dead Redemption, Darkwatch e God of War tivessem um filho? Bem, Evil West é o resultado dessa mistureba toda. Desenvolvido pela equipe da Flying Wild Hog, conhecida por seu trabalho na franquia Shadow Warrior, o jogo promete uma experiência de ação frenética em um cenário do velho oeste infestado por vampiros. Mas a questão é: Evil West é realmente bom, ou será que o título “mau” é apropriado? Vamos descobrir!
O bom
É impossível começar a análise de Evil West sem mencionar seu ponto forte: a gameplay. O ditado “tiro, porrada e bomba” nunca foi tão apropriado. Nosso protagonista, Jesse, tem a opção de enfrentar vampiros tanto com sua manopla, priorizando o combate corpo a corpo, quanto com um amplo arsenal de armas que são desbloqueadas ao longo da campanha, variando de um simples revólver a uma machinegun.
Nosso arsenal pode ser aprimorado através de pontos que ganhamos ao subir de nível ou através de dinheiro encontrado em locais aleatórios do cenário. Este, aliás, é quase completamente linear, com poucos caminhos escondidos que oferecem recompensas maiores. Embora não possa afirmar com certeza, diria que é praticamente impossível adquirir todos os upgrades em uma única jogada, sendo necessário iniciar o New Game Plus para desbloquear tudo. Vale ressaltar que é possível redefinir os upgrades em momentos específicos, permitindo mudanças na sua estratégia.
Quanto ao combate em si, a variedade de armas proporciona uma experiência diversificada. A cada capítulo, novos inimigos surgem, exigindo que usemos todas as armas disponíveis de forma estratégica, pois cada uma delas pode ser útil em situações específicas. A esquiva também é crucial, já que depois de atirar, é provavelmente a ação que você mais vai realizar. Existem alguns momentos de incômodo, visto que existe a possibilidade de você se esquivar para uma área mais confinada e acabar ficando preso devido à grande quantidade de inimigos, mas são raros os momentos que isso acontece.
E falando sobre os inimigos, devo mencionar os chefões. Apesar de serem poucos, totalizando apenas quatro, todos eles proporcionam uma dose intensa de ação e desafio. Aqueles que apreciam desafios e chefes com múltiplas fases vão se sentir em casa jogando Evil West. É crucial ter agilidade e precisão em todas as batalhas, pois tudo acontece em alta velocidade, e frequentemente você estará enfrentando outros inimigos menores que tentam atrapalhar.
Por último, gostaria de expressar meus elogios a Evil West por seguir na contramão da indústria. Enquanto muitos jogos priorizam um mundo aberto vazio e repleto de ícones sem sentido, aqui temos um jogo que, como mencionei anteriormente, é linear e dividido principalmente por capítulos. Isso demonstra que nem todo jogo precisa ser de mundo aberto para se manter relevante na modernidade; os jogos lineares ainda têm espaço no mercado, desde que sejam bem desenvolvidos e divertidos, como é o caso de Evil West.
O mau
O jogo se passa nos Estados Unidos e apresenta uma trama bastante clichê: pessoas começam a se transformar em vampiros devido à Morfose, cabendo ao Instituto Rentier erradicar essa ameaça. Os principais vilões do jogo são Peter D’Abano e sua filha adotiva, Felicity, que é a antagonista principal. No geral, a história não se leva a sério em momento algum, contando com diversos personagens secundários engraçados e carismáticos.
Apesar disso, sinto que a campanha carece de profundidade. O fato da trama ser, em diversos momentos, escrachada, não é motivo para ignorar algumas questões. Senti falta de saber mais sobre diversos personagens, principalmente sobre a família D’Abano. Mesmo tendo coletado grande parte dos itens informativos ao longo da minha jornada, ainda fiquei com a sensação de querer saber mais sobre o universo de Evil West.
O feio
Evil West apresenta uma estética visual peculiar. Apesar de possuir cutscenes impressionantes e uma iluminação que em alguns momentos é muito bonita, a qualidade das texturas oscila muito. Joguei ele praticamente todo no preset Alto para manter a estabilidade, mas mesmo quando alterei para a qualidade máxima, os problemas de textura ainda aconteciam, então acredito que seja algo do próprio jogo. É uma experiência bastante estranha estar imerso em um ambiente visualmente atraente, enquanto o chão parece um borrão, por exemplo.
Outro aspecto que causa bastante incômodo durante o gameplay é o atraso na troca de armas. Em várias ocasiões, desejei selecionar um explosivo, que causa um alto dano, mas tive que esperar um curto período que pode ser irritante o suficiente para permitir que o inimigo ataque. Se você pressionar o botão errado, considerando a quantidade de armas disponíveis, isso só prolonga ainda mais o tempo necessário. Apesar de potencialmente quebrar o ritmo frenético, a implementação de uma roda de armas com um breve slowdown seria muito bem-vinda neste jogo, tornando a seleção de armas mais rápida e menos confusa.
Veredito
Evil West não traz inovações significativas e tem seus problemas, mas se destaca ao cumprir com maestria o que os jogos devem fazer: proporcionar diversão ao jogador. Seu combate é extremamente gratificante e repleto de momentos desafiadores, e quando combinado com os personagens carismáticos encontrados ao longo da campanha, resulta em uma fórmula simples e divertida. Embora possa carecer de polimento em alguns aspectos, no geral, a experiência é sólida. Nota final: 8.0/10.
Prós:
- Gameplay divertida
- Personagens carismáticos
- Linearidade caiu muito bem
- Dificuldade desafiadora na medida certa
Contras:
- Falta profundidade a história
- Delay na troca de armas
- Qualidade gráfica oscila muito
Evil West: Evil West não traz inovações significativas e tem seus problemas, mas se destaca ao cumprir com maestria o que os jogos devem fazer: proporcionar diversão ao jogador. Seu combate é extremamente gratificante e repleto de momentos desafiadores, e quando combinado com os personagens carismáticos encontrados ao longo da campanha, resulta em uma fórmula simples e divertida. Embora possa carecer de polimento em alguns aspectos, no geral, a experiência é sólida. – budabyte