Você conhece “Gôku”?
O bom está de volta! O hype em torno do anúncio de DRAGON BALL Sparking! ZERO estava altíssimo, porque indicava a volta da série Sparking! (conhecida no Ocidente como Budokai Tenkaichi), facilmente a mais popular entre os fãs do universo de Dragon Ball. E a ideia era exatamente essa. Trazido novamente pela Bandai Namco, o título prometia trazer toda a nostalgia dos jogos clássicos da série com direito a uma seleção de lutadores monstruosa e muito acima de outros jogo de luta contemporâneos.
Após mais de uma década desde o último título da franquia, as expectativas eram mais que altas. Será que ele conseguiu cumprir o que prometia? (spoiler: sim).
Um jogo mais que bonito
Desenvolvido com a Unreal Engine 5, era esperado que essa volta da série teria gráficos e efeitos visuais bem bonitos. A essa altura do campeonato, já se sabe o que esperar de jogos baseados em Dragon Ball: é como se você estivesse assistindo o anime. Eu diria que não chega no nível absurdo de Dragon Ball FighterZ (porque a desenvolvendora, Arc System Works, é fora da realidade) mas cada lutador é fielmente recriado para capturar os mínimos detalhes de sua aparência no anime (Goku com cabelo de banana e tudo). É como se você estivesse assistindo uma versão em 3D do desenho.
Os efeitos visuais também seguem a mesma qualidade. Usar poderes ou virar Super Saiyajin enchem a tela de brilho e efeitos, com direito a destruição de cenário. Os aspectos mais importantes de um jogo como esse estão presentes e certamente a UE5 ajuda bastante a criar uma experiência bem bonitona. O jogo roda a 60 FPS cravados também o que torna a jogatina ainda mais agradável (e indepentende da plataforma escolhida).
Hora da porrada
O que é um jogo de luta sem bons controles, não é mesmo? Eu diria que o sistema de Sparking! ZERO é basicamente o mesmo que já vimos nos jogos antigos (o que pra mim é bom). O combate é realizado em arenas totalmente 3D com a câmera localizada sobre o ombro dos personagens, dando liberdade total para voar, teleportar e usar ataques característicos de cada boneco. Os controles são relativamente simplificados, o que permite um maior público curtir o jogo, tanto que usar os poderes especiais é bem simples. Eu vejo jogadores “mais hardcore” reclamando que acaba sendo tudo meio que parecido, mas para comportar o absurdo número de 182 lutadores, é esperado que alguns atalhos sejam tomados. O mesmo com balanceamento. Aqueles que preferem jogar online e competitivamente reclamam que alguns personagens são claramente melhores que outros (meio que igual ao anime?), mas sinceramente, para mim essa sempre foi a graça da série Budokai Tenkaichi. Quer uma luta “justa” e equilibrada? Jogue Dragon Ball FighterZ. A prioridade de Sparking! ZERO claramente é a diversão, o que pra mim está ótimo.
Um jogo “roliço”
Além dos 182 personages jogáveis, que falei anteriormente, Sparking! ZERO é um jogo mais que recheado em conteúdo, coisa bem rara no meio dos jogos de luta, eu diria. Ele é um dos maiores jogos de luta já feitos e até mesmo dentro dos jogos de Dragon Ball ele traz muita coisa para você se ocupar por um bom tempo.
Primeiro que temos muitas campanhas além da principal do Goku, mostrando diversos momentos icônicos da franquia, de Dragon Ball Z a Dragon Ball Super. E conforme você vai jogando, não só habilita novos personagens, fases e itens de personalização, como novas campanhas de outros personagens vão surgindo, mostrando outros pontos de vista da campanha. Eu achei interessante também as missões “What if”, onde, dependendo da decisão que você toma, vemos situações e finais completamente inéditos (e claro, não canonicos. Ou será que canônicos se considerarmos o multiverso?).
Nota-se um ênfase grande no conteúdo de Dragon Ball Super (e até mesmo o recente Daima), o que é esperado, pois são os mais recentes. Mas temos também bastante conteúdo de Dragon Ball GT, que apesar de ser a ovelha negra da franquia, tem cada vez mais admiradores (finalmente).
Faltou pouco para ser perfeito
Minha crítica fica para o multiplayer local, algo que gastei horas e horas jogando com amigos nos outros jogos da série. Ele é consideravelmente limitado na tela dividida mantendo a jogatina numa única fase. Felizmente na versão de PC você pode usar mods para liberar todo o conteúdo e ter uma experiência local completa (só não conta para ninguém que fui eu que falei isso). O online funciona bem como os outros jogos de Dragon Ball e já é esperado a essa altura do campeonato. Claramente a prioridade foi dada para o online, o que é uma pena. Quem sabe um dia não lançam um update que melhore isso de maneira oficial?
Uma outra crítica minha é em relação a dublagem. O jogo oferece opções de áudio em japonês e inglês, com os dubladores originais reprisando seus papéis, o que é ótimo. Porém eu diria que já passou da hora de termos os dubladores clássicos brasileiros reprisando seus papeis. Felizmente o jogo está todo localizado em português, mas não ouvir a voz do Wendel Bezerra como Goku certamente fez falta.
Concluindo
DRAGON BALL Sparking! ZERO é um jogo mais que recomendado. A Bandai Namco conseguiu entregar uma experiência digna da clássica e recheada de conteúdo e personagens. Jogo obrigatório para os fãs de Dragon Ball, principalmente de Dragon Ball Super. Ele está saindo para PS5, Xbox Series X|S e PC, sendo que eu sempre recomendo a versão de PC para maior “liberdade” e opções, mas independente da versão você vai ter uma experiência inesquecível e nostalgica.
Ficou interessado? Você pode obter a versão de PC do jogo diretamente na Nuuvem clicando aqui.
Além disso, também fiz um gameplay completo da campanha do Goku (e mostrando o conteúdo do jogo) lá no canal de lives.