Anger Foot – Análise

Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabyte)
7 min de Leitura

Anger Foot é o mais novo título da desenvolvedora Free Lives, renomada pelo sucesso de Broforce. Publicado pela Devolver Digital, o jogo promete muita ação com base em “pézadas” ao som de um frenético hardstyle. Com inspirações inegáveis de Hotline Miami, será que a experiência proporcionada por Anger Foot é sólida, ou nosso amigo terá que visitar um podólogo para resolver seus problemas? Confira!

Tudo pelos pisantes

Anger Foot, como muitos títulos similares, não possui uma história profunda. Nosso protagonista, que carrega o nome do jogo, tem seus quatro raros pisantes da marca Preemo roubados pela Gangue Violenta, uma das quatro grandes gangues de Merdópolis (sim, esse é o nome da cidade). Agora, cabe a Anger Foot enfrentar todos os chefões para recuperar seus belos pares de tênis, enquanto se aventura por uma cidade repleta de crimes e caos.

Mesmo que a história seja quase inexistente, os personagens têm seu charme. Em alguns momentos, podemos dialogar com diversos membros das gangues entre uma fase e outra, o que nos permite entender um pouco mais da visão dos habitantes de Merdópolis. Diversas piadas estão presentes, e críticas sociais também podem ser encontradas aqui e ali. Não nego que talvez o humor possa cair na mesmice ao longo da experiência, mas não é algo que tire sua graça.

Gangue Violenta é a primeira das gangues que vamos enfrentar / Reprodução: Autor

Tiro, pézada e bomba

A gameplay do jogo é frenética. Em resumo, vamos dar chutes, atirar com armas que coletamos dos inimigos e pular. Existem diversos tipos de inimigos, desde simples batedores até homens-bomba que podem explodir você em questão de segundos. Passamos pelas fases até chegarmos ao chefão de uma das gangues, e assim seguimos até o fim do jogo. As fases são, em geral, curtas, independentemente do seu estilo de jogo, e raramente levam mais de 2 minutos para serem finalizadas. O respawn após morrer é quase instantâneo, e mesmo voltando ao início da fase, a ação é quase interminável.

Para os que buscam completar tudo o que o jogo oferece, cada fase possui um total de 3 estrelas. Uma delas está garantida apenas ao finalizar, mas as outras duas exigem o cumprimento de certos desafios. Posso dizer por experiência própria que há uma certa dificuldade aqui, que certamente agradará os que curtem dar uma de speedrunner ou os que amam desafios elevados. Conseguir mais estrelas nos permite desbloquear novos pisantes para usar, cada um com uma habilidade diferente, podendo ajudar muito em determinadas fases.

E claro, não podia deixar de falar de um dos maiores brilhos de Anger Foot: sua trilha sonora. Composta quase inteiramente por músicas do gênero hardstyle, ela complementa a gameplay com batidas rápidas, pesadas e intensas, combinando muito bem com a ação que o game proporciona. A variedade de músicas é boa e, para os mais interessados, já está disponível para ouvir no seu serviço de streaming favorito. Apenas não gostei do fato das músicas reduzirem de intensidade quando paramos a matança, mas compreendo o motivo disso.

Tome pézada na fuça! / Reprodução: Divulgação

Anger Foot tem um pé meio fedorento

O maior problema de Anger Foot, ao meu ver, é a repetitividade. É inegável que existe um fator replay interessante para aqueles que desejam concluir todos os desafios e coletar os pisantes, porém o jogo acaba sendo mais do mesmo do início ao fim. A fórmula é repetitiva e cansativa e, em pouco mais de uma hora jogando, senti que já tinha visto tudo o que o jogo tinha a oferecer. Vamos chutar e atirar até o fim do jogo, sem exceções, e, diferente de Mullet MadJack – jogo que analisei recentemente –, diria que Anger Foot não sabe a hora certa de finalizar a campanha, indo um pouco além do tempo ideal.

As batalhas contra chefes em Anger Foot são, em geral, nada inspiradoras. Os chefes têm padrões extremamente fáceis de memorizar e uma vida que diminui rapidamente com seus chutes. Com exceção de um chefe específico, não há nada memorável nas batalhas e, por muitas vezes, me senti lutando contra alguém irrelevante, e não um poderoso líder de gangue. Para piorar, as batalhas são atrapalhadas por um problema maior: quedas de framerate.

A otimização do jogo está longe de ser das melhores. Por diversas vezes, presenciei quedas na taxa de quadros a ponto de atrapalhar a gameplay, que deixava de ser fluida e rápida. A luta contra o chefe da Gangue Empresarial, por exemplo, me incomodou mesmo com o gráfico na qualidade baixa. Ao que tudo indica, os desenvolvedores já estão cientes do problema, que está afetando até mesmo jogadores com hardwares potentes. Portanto, quem sabe até o momento em que você está lendo esta análise, o problema já tenha sido corrigido.

Quedas de framerate em batalhas contra chefes (como essa) atrapalham demais / Reprodução: Autor

Gostar de pés é algo pessoal

Anger Foot tinha tudo para ser um literal Hotline Miami em 3D e oferece uma boa dose de ação junto de um frenético hardstyle que deve agradar a maioria, desde jogadores comuns até aqueles que buscam dificuldade ao completar os desafios. No entanto, é inegável que seus pontos negativos, como a otimização instável e a repetitividade presente na gameplay, acabam tirando um pouco do brilho total do jogo. No final, apesar dos deslizes, ainda foi uma boa entrada. Nota final: 7.5/10.

Prós:

  • Gameplay frenética
  • Trilha sonora incrível
  • Desafios que são realmente desafiadores
  • Apesar de simples, a história tem seu charme

Contras:

  • Repetitividade se torna um problema em pouco tempo
  • Chefões nada memoráveis
  • Péssima otimização

Anger Foot: É um jogo frenético e com muita ação mas que infelizmente sofre por conta da repetitividade. Apesar disso, ainda é um jogo mais que recomendado! budabyte

7.5
von 10
2024-07-13T19:37:58-0300
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