Batman: The Telltale Series – Análise (PS4, XOne, PS3, 360, Android, iOS, PC e Mac)

Pedro Varoni
Pedro Varoni
5 min de Leitura

Batman ganha nova interpretação em game da Telltale

A origem de Batman é uma história que já foi contada de tantas formas que perdemos as contas. Filmes, quadrinhos, seriados, desenhos, games. Agora, com Batman da Telltale, lançado nos consoles, PC e dispositivos móveis, vemos mais um pouco do início da saga do Homem-Morcego, desta vez com uma apresentação bem diferente do que estávamos acostumados.

Também dividido em episódios, como qualquer outro game da Telltale, o jogo apresenta um Batman ainda em prazo de experiência. Ele acabou de se tornar o herói que conhecemos, mas ainda não é de conhecimento público – ainda está naquela fase de ser mais lenda urbana do que ícone inspirador.

Isso fica claro logo nos primeiros momentos de jogo, quando vemos bandidos falando de Batman como se ele não fosse um ser existente, e sim algum tipo de rumor que corre pelas ruas. Além disso, seus inimigos também não estão formados – o jogo mostra o primeiro encontro entre o herói e a Mulher-Gato, por exemplo, de forma bem intensa.

A jogabilidade é extremamente parecida com o que já foi visto em outros títulos da Telltale, mas que incrivelmente combina muito bem com Batman, que é um detetive. No melhor estilo de “apontar e clicar”, é preciso investigar os cenários, levantar provas, procurar pistas e mais elementos no estilo do personagem.

Tudo isso é feito com comandos simples, mas há também momentos de combate, que funcionam de forma bem indireta. As sequências de comandos, neste caso, são mais rápidas e podem falhar se o jogador não for atento o suficiente com o que aparece na tela. Não há um combate cadenciado como na série “Arkham”, mas sim algo totalmente “escriptado”, sem possibilidade de variação.

Mas Batman da Telltale se destaca pela história – e que história! O game é mais focado em Bruce Wayne do que em Batman, para se ter uma ideia de como a produtora resolveu abordar o enredo. Temos Bruce desenvolvendo seu laços com amigos e inimigos, incluindo a mafia de Gotham City, como Carmine Falcone.

Há variações interessantes em relação à história de Batman, como o fato de termos um Pinguim, Oswald Cobblepot, não apenas magro, mas também amigo de infância de Bruce. Pode ser uma clara influência da série Gotham, que mostra a cidade em suas origens e focada em James Gordon, até então policial e ainda não comissário, mas nunca saberemos ao certo.

Em termos gráficos, não há muito o que se falar a não ser as mesmas críticas que valem para jogos mais antigos da Telltale: o game está bonito, bem feito, mas apresenta aquelas infinitas travadas nas cenas e personagens que se movimentam de forma estranha e “dura”. A Telltale pode caprichar no que manja mais, realmente, que é em contar histórias – o nome denuncia, não é mesmo? –, mas em termos técnicos continua deixando a desejar um pouco.

Como sempre, os episódios também duram pouco menos de duas horas. Isso não chega a ser uma crítica, mas sim um aviso. Ao longo da saga, você vai ter jogado um game de praticamente 10 horas de duração – são cinco episódios, no total –, mas tenha em mente que cada um deles tem um início, desenvolvimento e fim.

Conclusão

Batman da Telltale faz um bom trabalho ao reimaginar de novo o início de carreira do Homem-Morcego, ainda que tenha falhas na execução técnica. Porém, há mudanças interessantes no “lore” do personagem, como seu primeiro encontro com a Mulher-Gato, além do fato de termos um Pinguim amigo de infância de Bruce Wayne. Bruce, aliás, é um ótimo personagem central e bem mais interessante que Batman, neste caso. Só faltou mesmo um pouquinho mais de inspiração nos controles e motor-gráfico para ficar realmente digno do herói, que é um dos ícones dos quadrinhos. Nota 7.5/10.

Batman: The Telltale Series: Batman da Telltale faz um bom trabalho ao reimaginar de novo o início de carreira do Homem-Morcego, ainda que tenha falhas na execução técnica. Porém, há mudanças interessantes no “lore” do personagem, como seu primeiro encontro com a Mulher-Gato, além do fato de termos um Pinguim amigo de infância de Bruce Wayne. Bruce, aliás, é um ótimo personagem central e bem mais interessante que Batman, neste caso. Só faltou mesmo um pouquinho mais de inspiração nos controles e motor-gráfico para ficar realmente digno do herói, que é um dos ícones dos quadrinhos. pedrovaroni

7.5
von 10
2016-12-01T19:32:38-0300
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