Spider-Man: Miles Morales – Análise

Gabriel, vulgo Buda (@budabyte)
8 min de Leitura

Spider-Man: Miles Morales é uma sequência do primeiro Spider-Man e foi lançado em 12 de novembro de 2020, sendo um título de lançamento do PlayStation 5. O jogo aproveita o poder do novo hardware, trazendo melhorias como ray tracing, tempos de carregamento quase instantâneos, texturas mais detalhadas e um modo de desempenho que roda a 60fps. Mas será que o jogo corresponde às expectativas? Um título que se assemelha a uma DLC do seu antecessor pode ser superior em alguns aspectos? E como está o port para PC? Essas são algumas questões que vamos abordar nesta análise. Vem comigo!

Miles Morales > Peter Parker? Talvez.

A história de Spider-Man: Miles Morales começa pouco depois dos eventos do primeiro jogo. A campanha inicia com Peter e Miles escoltando Rhino até a prisão, até que o contêiner de transporte se desprende do helicóptero e cai na cidade, causando caos. Após as lutas, que servem como tutorial, Miles descobre que Peter vai tirar férias como Spider-Man, viajando com Mary Jane para um trabalho como fotógrafo. Após fazerem um juramento, Miles recebe um novo traje e inicia sua jornada como o único Spider-Man de Nova York.

Apesar de ser mais curta, a história de Miles Morales é mais coesa. Todos os personagens são essenciais e bem escritos, e a relação de Miles com sua família e amigos é cativante, assim como sua evolução ao ser o único Spider-Man da cidade por um tempo. O vilão (sem spoilers) é realmente odiável, e os que tentam enfrentá-lo também têm motivos válidos, criando um dilema moral nas costas de Miles durante sua jornada. Ver o crescimento de Miles como pessoa foi, para mim, ainda mais satisfatório do que ver as evoluções de Peter no primeiro jogo.

As cenas de ação são espetaculares, e apesar de o jogo ter menos batalhas contra chefes do que seu antecessor, elas continuam surpreendentes. O destaque vai para a missão final, repleta de ação do início ao fim e com momentos emocionantes. Outros pontos ao longo da campanha também são dignos de elogios, mas seriam spoilers mencioná-los aqui. A Insomniac conseguiu manter o mesmo clima de ação dos filmes.

Miles e Peter: a dupla dinâmica / Reprodução: Autor

Gameplay aprimorada

Com um novo protagonista, Miles Morales oferece uma gameplay com diferenças claras em relação ao seu antecessor. A base do jogo ainda está presente, funcionando de forma semelhante, mas com mudanças que deixam claro que estamos controlando Miles, e não Peter. O jovem herói tem um estilo de combate mais acrobático e divertido de ver, além de movimentos únicos ao balançar nas teias, sendo um tanto desajeitado, mas também estiloso e cheio de truques.

Uma das principais diferenças são os poderes de Venom, que Miles recebe logo na primeira missão. Esses poderes bioelétricos são fundamentais tanto para o combate quanto para a exploração. Eles não apenas aumentam o dano de Miles, mas também permitem combinações criativas de ataques, sendo essenciais para derrotar inimigos mais fortes. A gestão da energia Venom é crucial, já que esses ataques drenam uma barra de energia que se recarrega com golpes e ações acrobáticas, incentivando um estilo de jogo agressivo e dinâmico.

Por fim, uma melhoria significativa em relação ao Spider-Man de 2018 é a quantidade reduzida de conteúdo. Isso mesmo: menos é mais. O primeiro jogo era mais longo e cheio de missões secundárias e atividades, algo que, para mim, fazia dele um verdadeiro “Ubi-like”, lembrando os jogos da Ubisoft. Em Miles Morales, o conteúdo é mais conciso. As habilidades de Miles são realmente úteis, ao contrário das de Peter, que eram muitas e frequentemente subutilizadas. Infelizmente, as missões secundárias continuam sendo um ponto fraco, já que, assim como no primeiro jogo, elas pouco acrescentam à história.

Combate acrobático de Miles é muito legal de se ver / Reprodução: Autor

Espetáculo visual, como sempre

Não é surpresa para ninguém que Spider-Man é um título visualmente impressionante. Mesmo lançado em 2018, o primeiro jogo ainda é um dos mais bonitos, e Miles Morales mantém esse padrão. Embora as melhorias gráficas não sejam tão gritantes – principalmente porque joguei ambas as versões no PC –, há melhorias visíveis, como texturas mais detalhadas. Outro fator que se destaca é o cenário de inverno em Nova York, com neve e decorações natalinas, proporcionando uma atmosfera diferente do seu antecessor.

A trilha sonora do primeiro Spider-Man não foi um grande destaque para mim, focando em melodias épicas que, apesar de boas, não se destacaram. Já em Miles Morales, a trilha sonora é adaptada para o personagem, com músicas puxadas para o hip-hop e o estilo urbano, criando uma experiência sonora mais alinhada com o herói. Embora o gosto musical seja subjetivo, senti que a trilha sonora deste título se encaixou bem mais com o protagonista.

Por outro lado, a dublagem continua sendo um ponto fraco. Assim como no jogo de 2018, falta emoção nas vozes dos personagens, exceto pela voz de Miles. Além disso, algumas mudanças no elenco de dublagem são perceptíveis. J. Jonah Jameson, antes dublado pelo icônico Mauro Ramos (conhecido por dar voz ao Pumba e ao Shrek), foi substituído por Jorge Destez. Embora a nova voz não seja ruim, senti falta do tom mais marcante de Ramos.

Os detalhes na roupa de Spider-Man são uma completa loucura! / Reprodução: Autor

Menos é mais

Spider-Man: Miles Morales é o exemplo perfeito de que menos pode ser mais. O jogo é mais curto que seu antecessor e oferece menos atividades no mapa, mas é direto e objetivo, como os jogos AAA modernos deveriam ser. Nem sempre adicionar conteúdo irrelevante só para aumentar a duração é uma boa estratégia, e nisso Miles Morales acerta em cheio, focando no essencial. Pode ser uma opinião controversa, mas acredito que Miles Morales é superior ao primeiro Spider-Man e se posiciona facilmente como um dos melhores jogos de super-heróis já feitos.

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Spider-Man: Miles Morales
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