DOOM: The Dark Ages – Análise

Douglas Souza Dos Santos (@Cliffburtonildo1)
Douglas Souza Dos Santos (@Cliffburtonildo1)

A franquia mais icônica do gênero First Person Shooter está de volta: DOOM: The Dark Ages chega com a missão de renovar a série, apostando em criatividade e em um novo estilo de combate. Desenvolvido pela id Software e publicado pela Bethesda Softworks, o novo título serve como um prelúdio de DOOM (2016) e DOOM Eternal, revelando os primórdios do nosso já conhecido Doom Slayer durante a era medieval – destroçando demônios das formas mais brutais possíveis.

Prepare sua super escopeta e escudo: nesta análise, vamos explorar os segredos daqueles que enfrentaram o inferno antes de você – e descobrir como seguir o mesmo caminho. Vem comigo!

How is hell?

DOOM: The Dark Ages se passa em um período anterior aos eventos de DOOM (2016) e DOOM Eternal, servindo como um prelúdio da saga. Nesta nova aventura, a narrativa acompanha a origem e a ascensão do Doom Slayer, revelando como ele se tornou a força implacável e aterrorizante que marcaria presença nos capítulos mais recentes da franquia.

Diferentemente dos títulos anteriores – que focavam mais em expandir os horizontes da franquia –, este capítulo aposta em uma abordagem mais voltada à construção do personagem. A história é inteiramente centrada no Doom Slayer, explorando sua jornada desde os tempos antigos, enfrentando horrores medievais e forças demoníacas em um mundo brutal, sombrio e opressivo.

Com uma atmosfera que mistura fantasia sombria com elementos de ficção científica, o jogo busca se aprofundar no mito por trás do guerreiro, revelando as origens de sua fúria, sua ligação com o universo dos Sentinelas e o peso de seu papel como o Terror do Inferno. É um mergulho profundo na lenda que os fãs conhecem, mas ainda não viram nascer.

Doom Slayer todo imponente / Reprodução: Autor

Sente-se e relaxa-te, deixa as legiões te possuírem

Todos nós já sabemos que o foco da série DOOM é em seu combate, e neste título não é diferente. Aqui, temos um vasto arsenal de armas de fogo e armas corpo a corpo. A id Software fez uma mudança que, à primeira vista, parece bem duvidosa: abandonou as famosas Glory Kills, dando mais importância aos ataques melee, tornando o combate muito mais dinâmico e fluído.

Quem sai de DOOM Eternal e vai direto para DOOM: The Dark Ages sente uma tremenda diferença, tanto em sua movimentação – que aqui é bem mais pesada, passando um ar de imponência –, quanto na sua velocidade, já que a proposta do game é fazer o jogador usufruir de toda a gama de ações que o Escudo pode proporcionar.

Falando no Escudo, ele é uma adição surpreendente, transformando o combate quase que em uma dança: podemos se defender e dar parry em ataques de curta e longa distancia, ao mesmo tempo em que o utilizamos para locomoção em algumas sessões de plataformas – já dizia o sábio: “Jogos com Parry? Gostoso demais”. Essa mecânica é essencial neste novo título, tornando o combate muito mais agressivo e satisfatório. Arremessar o Escudo de Serra e ver o impacto dele nos demônios é uma das sensações mais satisfatórias de todo o jogo.

Outra adição foram os modificadores, que permitem ajustar o dano recebido, o dano causado, a agressividade dos inimigos, a velocidade dos projéteis e até a velocidade do jogo – este último, na minha opinião, é o modificador essencial do game. Usei a velocidade em 140%, e isso tornou minha experiência de combate a melhor possível.

O seu arsenal é impressionante e fala por si só: são 13 armas de fogo, 3 armas corpo a corpo e 4 runas para o Escudo. Embora muitas delas já sejam conhecidas de jogos anteriores, as novas adições se destacam pela criatividade excepcional – e vale destacar algumas dessas inovações.

  • Pulverizador Esmaga-Crânios — Literalmente uma Light Machine Gun que dispara fragmentos de crânios dos inimigos, onde possuí um alcance amplo, ideal para grupos de inimigos.
  • Mangual — Uma arma Melee medieval que causa dano adicional à escudos e armaduras de metal.
  • Disparadora Arrebatadora — Uma arma robusta, ao ser carregada, dispara uma esfera de metal capaz de causar um enorme dano de impacto.
  • Maça do Medo — Uma arma de estilo medieval que causa um dano massivo aos inimigos atingidos, combinando perfeitamente com o perfil brutal do Doom Slayer.
Uma arma f*** para um personagem f*** / Reprodução: Autor

O diabo não está brincando contigo

Fiquei receoso quando anunciaram que o game teria um semi mundo aberto para explorar, mas essa preocupação desapareceu assim que comecei a me aprofundar na exploração das fases. O jogo apresenta várias arenas de batalha gigantescas, interligadas por bifurcações que incentivam a exploração. Nessas áreas, podemos encontrar ouro, rubis e pedras de abantesma — itens usados para realizar upgrades nas armas.

Além disso, há as áreas de confrontos de moral, onde enfrentamos um demônio líder protegido por uma legião de seguidores. Ao derrotá-los, conquistamos essências demoníacas, que aumentam a barra de saúde, o escudo ou a munição do personagem.

As seções com o dragão e o controle do Kaiju – Atlas – estão bem posicionadas entre as missões, mas, no fim das contas, me pareceram superficiais. Elas quebram o ritmo do jogo e carecem de profundidade. Além disso, seguem movimentos pré-definidos e oferecem pouca liberdade durante o combate.

Momentos de calmaria entre toda a carnificina / Reprodução: Autor

Está Satanás na capa

Este terceiro capítulo da trilogia é muito mais cinematográfico que os anteriores, entregando mais cutscenes dentre os combates e tornando a narrativa bem mais atrativa. O jogo possuí um total de 22 capítulos, durando e média 20 a 30 minutos por fase – parece muito, mas o seu ótimo combate torna tudo mais satisfatório.

No quesito trilha sonora, o jogo fica visivelmente aquém dos títulos anteriores da franquia. A ausência do aclamado Mick Gordon pesa bastante, resultando em composições genéricas e pouco memoráveis. O metal pesado e as batidas marcantes de bateria ainda estão presentes, mas carecem da excelência e intensidade que marcaram os jogos anteriores. Há uma ou outra faixa que se destaca durante algumas batalhas, mas, no geral, a trilha soa apagada e sem impacto, ocupando um papel secundário e pouco inspirador em grandes batalhas.

Um dos principais problemas do título está em seu desempenho. A adição do DLSS como uma espécie de “muleta gráfica” não é exclusividade da id Software, mas aqui ela se mostra particularmente problemática. Até o momento desta análise, o jogo vem enfrentando travamentos e crashes relacionados ao uso do DLSS, o que compromete seriamente a experiência. Em minhas 18 horas de gameplay, foram quatro travamentos – todos em momentos cruciais da campanha. No fim, tive que desativar o recurso para conseguir avançar na aventura sem interrupções.

Momento Tumblr / Reprodução: Autor

DOOM é simplesmente BADASS

DOOM: The Dark Ages é, sem dúvida, o título mais ousado da trilogia. Ao invés de se apoiar fortemente em seus antecessores, o jogo apresenta uma série de novas mecânicas criativas e divertidas, oferecendo uma experiência renovada. Aqui, vemos o Doom Slayer em seu auge – elevado ao status de verdadeira lenda. Seu arsenal variado, combinado com os modificadores, transforma o combate em algo extremamente prazeroso e viciante.

DOOM: The Dark Ages não tenta reinventar a roda – e nem precisa. O jogo entrega o clássico e brutal DOOM que os fãs conhecem, agora com mecânicas modernas, criativas e bem executadas, oferecendo as ferramentas perfeitas para dizimar hordas infernais com estilo.

Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Bethesda.

DOOM: The Dark Ages
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