Inicialmente, quando me deparei com Lightyear Frontier em um evento do Xbox, o rotulei como mais um cozy game de fazendinha, e acabei ignorando ele completamente. No entanto, meses depois, minha busca por experiências aconchegantes me levou a reconsiderar, e agora, em 2024, cá estou eu explorando o universo relaxante oferecido por esse jogo desenvolvido pelo novato estúdio Frame Break.
Explorando um novo planeta
A narrativa começa sem delongas. A Terra é considerada inabitável, e decidimos partir para um local chamado Colônia Anos-Luz. Ao chegarmos, reconstruímos nosso robô mecha e conhecemos PIP-3R, que irá nos guiar durante a jornada. Infelizmente, a história de Lightyear Frontier tem poucos avanços, com apenas algumas informações adquiridas ao coletarmos artefatos, e algumas possíveis revelações no final do game. Os desenvolvedores já prometeram novidades quanto a isso no roadmap, resta aguardar para descobrirmos um pouco mais sobre a Colônia Anos-Luz.
Embora eu tenha inicialmente subestimado Lightyear Frontier como um jogo de fazendinha, ele se mostrou muito mais do que isso. Mesmo que o cultivo seja uma parte significativa da gameplay, a exploração das áreas inabitadas é o verdadeiro foco. A tarefa principal é limpar essas áreas para coletar recursos e desbloquear novas construções e melhorias para o mecha. No entanto, a repetitividade deste ciclo pode se tornar cansativa, já que a gameplay segue um padrão previsível.
Basicamente, seguimos o seguinte ciclo, do início ao fim: liberamos uma área, descobrimos todos os recursos presentes, fabricamos novas construções, aprimoramos o mecha e repetimos o processo para todas as áreas até desbloquear a estrutura estranha que dá acesso ao fim do game. Apesar das melhorias para o mecha facilitarem a exploração, esse ciclo cansa com o tempo, já que envolve frequentes deslocamentos pelo mapa para realizar a mesma tarefa. É importante notar que não há automação disponível, pelo menos não nesta versão inicial, então todas as tarefas precisam ser realizadas manualmente.
Outro ponto um tanto incômodo durante a exploração é o controle do mecha. Não é novidade que mechas sejam difíceis de controlar, independentemente do jogo, mas é bastante comum que o robô capote ou dê cambalhotas ao encontrar um obstáculo. Felizmente, desvirar o mecha é simples e, caso ele fique preso, é possível corrigir isso com um único botão no menu. No entanto, essa dificuldade de controle pode atrapalhar a experiência de exploração, que teoricamente deveria ser relaxante.
Sozinhos, mas nem tanto
Apesar de passarmos a maior parte do tempo sozinhos, há dois personagens que surgem ao longo da jornada: Lola e Ulf. Com Lola, temos a possibilidade de comprar e vender itens, sejam recursos ou decorações, e também de adquirir novas peças para o nosso mecha, permitindo uma mudança completa de sua aparência. Por outro lado, Ulf funciona principalmente como um comprador, solicitando itens específicos em troca de dinheiro.
Além disso, o jogo apresenta a presença de animais, que desempenham um papel importante na mecânica de regeneração do mapa. Cada área possui animais específicos que requerem alimentos específicos. Ao alimentar estes animais, ou até mesmo diretamente seus ninhos, a taxa de regeneração dos recursos da área aumenta. Portanto, para aqueles que desejam farmar um determinado recurso de forma mais rápida, basta alimentar os animais correspondentes.
Falando em animais, um aspecto que pode desagradar alguns, mas que pessoalmente me agradou, é a ausência de desafios. Com exceção de algumas pragas que ocasionalmente podem surgir para destruir plantações, não há ameaças que possam causar a morte do jogador na Colônia Anos-Luz. O maior obstáculo para o mecha é a água, e se ele cair em uma área mais profunda, simplesmente reaparece como se nada tivesse acontecido. Essa abordagem se alinha bem com a proposta do jogo, que é proporcionar uma experiência de exploração totalmente relaxante.
Gráfico e trilha sonora
Graficamente, o jogo é muito bonito, em consonância com sua proposta artística. Os cenários são belos e vibrantes, e a iluminação é impressionante, especialmente durante os momentos de nascer e pôr do sol. No entanto, notei que o jogo parece estar um pouco mal otimizado, especialmente durante a mineração de recursos, quando a taxa de quadros tende a cair. Este é um problema que certamente pode ser corrigido com atualizações futuras.
A trilha sonora do jogo é belíssima, caracterizada pelo uso frequente do violão, proporcionando uma sensação reconfortante. Em certos momentos, ela evoca uma melancolia que transmite uma sensação de solidão, contudo, considero que isso se integra muito bem à atmosfera do jogo, especialmente considerando que estamos praticamente sozinhos no planeta (a não ser pelos comerciantes).
Faltam melhorias, mas a base existe
Lightyear Frontier apresenta uma base sólida para se tornar algo ainda maior no futuro. A experiência atual é breve e carece de alguns ajustes e um pouco mais de conteúdo, mas sem dúvida o jogo está preparado para proporcionar horas agradáveis e relaxantes para aqueles que desejam jogá-lo. No aguardo para ver o que o futuro reserva para a Colônia Anos-Luz. Nota Final: 7.5/10.
Prós:
- Desbloquear novas áreas é divertido
- Nenhum desafio que possa te matar
- Gráfico muito bonito
- Trilha sonora relaxante
Contras:
- História sem grande desenvolvimento inicialmente
- Controlar o mecha pode incomodar
- Repetitividade da gameplay
Lightyear Frontier (Acesso Antecipado): Lightyear Frontier apresenta uma base sólida para se tornar algo ainda maior no futuro. A experiência atual é breve e carece de alguns ajustes e um pouco mais de conteúdo, mas sem dúvida o jogo está preparado para proporcionar horas agradáveis e relaxantes para aqueles que desejam jogá-lo. No aguardo para ver o que o futuro reserva para a Colônia Anos-Luz. – budabyte