Magenta Horizon é um Metroidvania 2D com estética surrealista, desenvolvido pela Hellfire Railway Interactive e publicado pela 2 Left Thumbs. O título brilha no seu combate e em sua movimentação fluida e responsiva. Embora possa ser um pouco difícil de se acostumar no início, o combate é maravilhoso, e quando passa a fazer sentido, o jogo incentiva uma abordagem mais agressiva, com seus sistemas de gameplay que permitem que você tenha o poder de controlar toda uma sala cheia de inimigos variados.
Gretel, a ceifadora da pós-vida
Estamos na pele de Gretel, uma ceifadora de almas perdidas que foi exilada por 200 anos pela alta cúpula do submundo do ninho. Após ser libertada de seu sarcófago por uma alma errante chamada Archibald, Gretel busca o propósito em seu pós-vida. A ceifadora de almas carrega consigo um grande pecado, onde busca ser perdoada para que possa retornar ao seu trabalho de emissária da morte, pecado este que vai sendo abordado ao longo da narrativa, revelando muito do seu passado triste e sombrio.
Um vasto arsenal da ceifadora
Magenta Horizon possui um dos sistemas de cura mais interessantes e legais que já vi em um jogo. Basicamente, temos um projétil recarregável, semelhante a uma bomba, que permite nos curarmos ao atacarmos inimigos durante um certo período de tempo, se os atingirmos primeiro. A bomba de cura é como o sistema de “rally” de Bloodborne levado ao seu limite, onde possibilita um estilo de jogo extremamente agressivo, se você for bom o suficiente para atingir uma série de inimigos com ela e seguir com um grande ataque carregado. Junto dessa mecânica, existe a hiper-armadura, que é um contra-ataque de baixo poder enquanto executa ações, o que permite nos permite permanecer no combate e aguentar os golpes dos inimigos enquanto nos curamos com seu ataque. Realizar isso é uma sensação incrível, e permite que continuamos lutando contra legiões de inimigos que, de outra forma, pareceriam impossíveis de enfrentar. Vale ressaltar também o ranking de estilo que influencia na sua nota final de cada fase – ranking este que é muito similar ao utilizado na série de jogos Devil May Cry.
Mas isso não é tudo. Existem ferramentas fantásticas que temos a nossa disposição. O sistema de ganchos é crucial para reposicionamento e dá um ótimo controle sobre onde você quer estar na luta, e as armas à distância oferecem várias opções interessantes para lidar com os inimigos de maneira estilosa e eficaz – com um bônus extra de permitir que você combine algumas ferramentas de longo alcance para um efeito melhor, bem como os colares encantados que permitem aumentar certos atributos do combate e movimentação para se adaptar melhor durante a jornada.
Metroidvania peculiar
É nítido que o game bebe muito da fonte do popular Hollow Knight, mas aqui existe muita ousadia em suas mecânicas, onde o checkpoint é escasso, e em muitas fases o jogador volta para o início ao morrer para um inimigo ou plataforma. Outro diferencial são suas opções de dificuldade, que não são nada comuns para jogos do gênero, dificuldades essas que no decorrer da jornada aparentam ser desbalanceadas, já que mesmo escolhendo a mais baixa delas o jogador sente um alto desafio por conta da enxurrada de inimigos na tela, unidos ao cenário pouco favorável para uma luta confortável.
Conclusão
Para um título desenvolvido por apenas uma pessoa, Magenta Horizon é uma obra surpreendentemente polida e sólida. Ele combina elementos de Metroidvania com a velocidade e os combos característicos de um Hack ‘n’ Slash, resultando em uma experiência dinâmica e envolvente. O level design é muito bem estruturado, e a trilha sonora se destaca, especialmente em batalhas contra chefes, onde é pontual e marcante. Infelizmente, a história e a narrativa do jogo são seus pontos mais fracos, funcionando apenas como pano de fundo para a ação desenfreada de dizimar inimigos com sua foice. Ainda assim, Magenta Horizon é uma excelente opção para fãs do gênero e para jogadores que apreciam variações criativas dentro dessas mecânicas.