PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC – Análise

Alan Motta Cardoso (@Alanzice)
Alan Motta Cardoso (@Alanzice)

Desde que me entendo por gente e jogava clássicos do fliperama, sempre tive um carinho especial pelo Pac-Man, aquele maluco que andava pelado numa sala escura devorando pílulas e fantasmas. Ao longo dos anos, Pac-Man foi se reinventando saindo de um simples (mas viciante) jogo de arcade para um plataforma 3D com a série Pac-Man World. 

Em 2022, o primeiro jogo da série ganhou um remake muito do parrudo e com o seu sucesso, era esperado que o segundo jogo fosse receber o mesmo tratamento. Desenvolvido mais uma vez pela Bandai Namco, PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC traz aquela renovada no clássico subestimado de PS2, GameCube e Xbox, lançado em 2002.

Uma aventuria clássica mas com novidades

A história começa na pacífica Pac-Village, onde os fantasmas Blinky, Pinky, Inky e Clyde roubam a lendária Fruta Dourada, invocando acidentalmente o rei dos fantasmas, Nefausto (Spooky no original), transformando o mundo em um caos sombrio. Por falar nisso, o jogo está todo localizado em PT-BR, o que é sempre bem vindo.

O enredo mantém a essência leve e divertida do original, mas ganha mais profundidade com cutscenes expandidas e dublagem completa (apenas em inglês) para os personagens principais. 

Os fantasmas continuam fazendo bagunça como sempre.

Pac-Man então embarca em uma jornada por seis mundos temáticos para restaurar a ordem, coletando frutas e itens que repovoam sua vila gradualmente, inclusive, o remake adiciona essa vila central, ao invés do mapa do original. Ela evolui visualmente à medida que os mundos são completados e tem várias coisinhas legais para fazer, até mesmo um gacha (que eu sei que vocês amam)!

Os níveis de PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC tem aquela temática clássica de campos verdejantes a picos gelados, além de vulcões e mundos subaquáticos. O design semi-aberto, que incentiva a exploração sem forçar backtracking excessivo. As fases apresentam gimmicks únicos, como patins inline para trechos de velocidade ou snorkeling para seções submersas. 

O remake expande áreas originais com caminhos opcionais, colecionáveis como frutas douradas e missões secundárias, como resgatar amigos de Pac-Village, que desbloqueiam upgrades e repovoam o hub central (Além disso você ganha roupinhas iradas também).

Pac-Man é oficialmente um cosplayer. É cânon.

Existem também arenas de chefes redesenhadas, onde padrões de ataque foram diversificados para exigir adaptação, como no confronto inicial com uma rã mecânica que agora lança explosivos e projéteis. 

E para os jogadores hardcore, novos níveis opcionais o conteúdo pós-jogo trazem desafios remixados com versões mais difíceis dos níveis, com plataformas instáveis, inimigos mais agressivos e knockback letal em chefes, elevando o replay. 

O modo Time Trial permite corridas cronometradas com leaderboards globais, incentivando speedruns e otimizações de rota, enquanto o Fairy Mode facilita a progressão para iniciantes, reduzindo danos e adicionando checkpoints extras.

E tá bonito

Gráficos e som receberam o mesmo tratamento excelente do primeiro remake, modernizando o visual sem perder o encanto retrô. Os modelos de personagens e ambientes foram reconstruídos em alta definição, com cores vibrantes que realçam as cores primárias clássicas de Pac-Land, de gramados ondulantes a lava borbulhante em vulcões. O jogo roda em deliciosos 60 FPS (exceto no Switch 1, coitado).

A trilha sonora remixada mantém a base do original mas com novos arranjos que são bem agradáveis aos ouvidos e tem um ar bastante nostálgico.

Olha essa mundão grande de meu Deus.

Controles refinados e divertidos

O jogo é um excelente plataforma 3D e muito acessível, podendo até mesmo ser jogado independentemente do primeiro da série World. A jogabilidade core – correr, pular e devorar – flui naturalmente, com o uso criativo de pellets para resolver puzzles ambientais, como ativar switches ou limpar caminhos de inimigos. Inimigos variados, de fantasmas flutuantes a criaturas temáticas como pinguins explosivos, demandam adaptação de ataques, mantendo combates dinâmicos sem virar hack-and-slash.

O ênfase em exploração recompensa a curiosidade, com segredos escondidos em alcovas que desbloqueiam bônus como mini-games arcade clássicos de Pac-Man. Apesar de alguns trechos repetitivos e mais devagar nos mundos iniciais, o pacing acelera indo para o final com desafios e bosses cada vez mais intensos.

Além do visual, eu diria que uma das melhorias mais importantes de PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC é a jogabilidade. Ela foi refinada para oferecer uma experiência fluida e responsiva, deixando o remake bem mais polido que o original. Pac-Man agora se move com precisão aprimorada, permitindo saltos, rolagens rápidas e até mesmo o “butt bounce” (famosa bundada). Uma novidade é o Super Butt Bounce (vulgo SUPER BUNDADA), que usando um timing preciso, lança o Pac-Man em alturas ainda maiores.

Além disso, mecânicas como o Flutter Jump para planar, o Flip Kick para ataques aéreos e o uso de Power Pellets para arremessos à distância retornam com melhorias também. A câmera foi ajustada e está muito melhor, sendo bem menos intrusiva, facilitando navegação em ambientes 3D.

Se divirta com um amigo!

Outra novidade do remake (e uma das adições mais legais) é o co-op local. Apesar de não ser o que você imagina (dois Pac-Mans), agora você pode jogar com mais uma pessoa ao mesmo tempo. No caso, o segundo jogador assume um “Pac-Drone” para suporte com disparos. Lembra um pouco co-ops de jogos como Jet Force Gemini ou Super Mario Odyssey.

Chame um amigo para descer o berro nos bichos.

Nem tudo é perfeito

Apesar de todas as melhoras que ajudam (e muito) a polir o original, ainda existem problemas. Alguns chefes tem aumentos gigantescos de dificuldade do nada o que pode ser frustrante, principalmente para os mais novos. Alguns níveis subaquáticos, apesar das melhorias em snorkeling, ainda sofrem com controles bem meh (mas isso é culpa de fases de água em geral, eu diria).

O co-op eu acabei de elogiar mas eu adoraria que fosse um cooperativo “completo” com dois jogadores “de verdade”. Quem sabe até mesmo um modo competitivo ou online.

Porém não acho que nada disso tire o brilho do jogo ou estrague a experiência.

DLC do Sonic?

Pois é, Sonic e Pac-Man fizeram um collab meio doida. Como Pac-Man está participando de Sonic Racing: CrossWorlds como corredor (e também com pista própria), já era esperado que o contrário fosse acontecer. Sonic pode não estar literalmente em PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC, mas o Pac-Man ganha uma roupinha do Sonic e pode jogar em 3 atos da Green Hill (um deles uma boss battle).

O bizarro é que você joga em fases clássicas de Sonic mas com a jogabilidade do Pac-Man, o que facilmente buga o seu cérebro. O DLC é curtinho mas é divertido e recheado de referências e easter eggs. Serve como um belo desafio extra e uma curiosidade antes de mais nada. Não espere ver um jogo completo assim tão cedo. A roupinha fica liberada também para usar no jogo base o que certamente vai deixar sua jogatina mais divertida. 

Separadamente o DLC é meio salgadinho, mas ela vem na versão Deluxe do jogo, que é a forma que recomendo de adquirir.

Agora quero um bonequinho do Pac-Sonic

Em conclusão

No geral, PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC é mais uma grande adição na última leva de remakes de clássicos da nossa infância. A Bandai Namco tem mandado muito bem em trazer Pac-Man para uma nova geração de jogadores. Por mais que o clássico esteja sempre lá, eu diria que essa é a forma definitiva de jogar o segundo jogo da série.

E agora é bem óbvio que teremos um do World 3 também. Mal posso esperar! 

Só tá faltando Klonoa agora, hein? ;)

PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC está disponível para basicamente tudo: Nintendo Switch 1 e 2, PC, PS4 e PS5, Xbox One e Xbox Series X|S.

Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Theogames e Bandai-Namco.

PAC-MAN WORLD 2 Re-PAC
8
Criteria 8
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