Rematch – Análise

Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabytett)
Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabytett)

Num cenário saturado por jogos de futebol que tentam alcançar a simulação – e falham miseravelmente –, experiências arcade focadas puramente na diversão são sempre bem-vindas. É nessa pegada que o estúdio Sloclap, conhecido por seu trabalho em Sifu, surpreende com o anúncio de Rematch, sua versão de Rocket League com… humanos? Pois é. Quem diria que a combinação mais básica dos esportes resultaria em um jogo honesto, divertido e com personalidade própria? Vem comigo nesta análise descobrir os gols e os deslizes de Rematch, o jogo de futebol do momento!

Bateu no cantinho e entrou: gooooool!

Logo ao iniciar Rematch, somos apresentados às mecânicas por meio de um tutorial simples, com uma pequena narrativa: nosso jogador demonstra habilidade, é contratado por um time e precisa evoluir. Esse é o único momento em que o jogo tenta construir uma história – mas sejamos sinceros: quem se importa com isso em um jogo de futebol? A introdução é básica, mas cobre bem as principais ações, como correr, chutar, passar, defender e outras.

Confesso que, ao testar a versão beta, torci o nariz para a gameplay. O número de comandos apresentados logo de cara é grande, e pode ser intimidador – especialmente para quem vem de EA Sports FC ou eFootball. No entando, bastam apenas alguns minutinhos para tudo começar a fazer sentido. Além disso, vale destacar que Rematch ignora completamente as regras do futebol tradicional: nada de faltas, impedimentos ou pênaltis. Aqui, é tudo na base do freestyle – no melhor estilo do saudoso FIFA Street. Ô, saudades!

Ao contrário dos simuladores tradicionais, onde controlamos o time inteiro, aqui controlamos apenas o nosso jogador, enquanto o restante do elenco é comandado por outros jogadores online. Assim como em outras situações competitivas, a comunicação em equipe é a base da vitória, o que pode representar um desafio, considerando trolls no chat de voz ou o uso irônico das frases pré-definidas do jogo. No entanto, basta jogar com amigos que este problema é sanado rapidinho, tornando o jogo ainda mais divertido.

Fecha o canto, goleirão! / Reprodução: Divulgação

Apesar da curva de aprendizado, Rematch recompensa o jogador rapidamente. O jogo oferece diferentes tipos de passe – rasteiro, por cima –, dribles – simples ou elaborados, como a lambreta – e uma mecânica de chute surpreendentemente bem desenvolvida. O chute é controlado por um círculo central na tela: o analógico direito – que também controla a câmera – direciona a bola, enquanto o esquerdo define de qual lado você a acerta, possibilitando chutes com diferentes curvas, força ou precisão, fazendo jus ao velho ditado futebolístico: “matou o goleiro”.

Mas nem só de ataque é feito o futebol. Em Rematch, a defesa também tem seu charme! O goleiro é um dos jogadores primordiais no game, e pode ser trocado de duas formas: automaticamente após levar um gol ou manualmente, quando um jogador de linha assume a posição. Ser goleiro exige atenção constante, e assim como na vida real, saber a hora certa de sair do gol pode mudar o jogo. Emendar um contra-ataque com lançamento longo e ver a bola estufar a rede é extremamente satisfatório. Ah, e vale destacar: os comandos do goleiro são absurdamente mais simples e intuitivos de serem realizados, tornando o “guarda-redes” relativamente fácil de jogar, mas difícil de dominar.

Segura o contra-ataque! / Reprodução: Divulgação

Nem tudo é gol de placa

Apesar da jogabilidade sólida – e até mais refinada do que eu esperava –, Rematch tem suas limitações. O jogo oferece poucos modos ao jogador: partidas online 3v3, 4v4 e 5v5, além do tradicional modo ranqueado. Nada de campanha, desafios extras ou modos offline. Além disso, não há opção de remapear os controles, o que certamente seria um facilitador para quem vem de outros jogos do gênero.

Outro ponto negativo é a monetização. Estamos falando de um jogo pago, custando R$ 89, que ainda assim possui passe de batalha. Embora existam recompensas gratuitas, a maior parte dos itens está no passe de capitão, que custa 1.000 moedas, ou R$ 33,99. Quer usar skins de personagens famosos como Ronaldinho Gaúcho ou o goleiro Ter Stegen, ou ainda itens de marcas como a Puma? Prepare-se para desembolsar mais R$ 33,99 por cada conjunto. Entendo que o estúdio precisa monetizar, mas esse modelo funciona melhor em jogos gratuitos.

A personalização também deixa a desejar. Apesar de estar presente, o visual dos itens é genérico e pouco atrativo, especialmente se comparado a Rocket League, que é referência nesse quesito. Isso pode desmotivar os jogadores a customizar seus avatares, obrigando a pagar com dinheiro real pelos melhores itens e skins do game caso queira bons visuais.

Com todo respeito: que diabos de roupa é essa? / Reprodução: Divulgação

Aquele 0x0 com muitas chances

Rematch é uma das experiências futebolísticas mais interessantes dos últimos anos, focada unicamente na diversão, ainda que mantenha um certo nível de competição. Sua base é sólida e há bastante espaço para melhorias e novidades. No entanto, apesar da brincadeira garantida, este é um daqueles casos em que vale a pena considerar esperar por uma promoção, já que seu preço, diante do conteúdo presente no lançamento, se mostra um pouco fora da realidade para um live service. De qualquer forma, é você quem decide quanto vale a sua diversão!

Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Theogames, em parceria com a Sloclap e a Kepler Interactive.

Ficou curioso sobre Rematch? Então confira a live que fiz com o Alan (@alanzice), onde exploramos o game juntos. Prepare-se para uma gameplay de (pouca) qualidade!

Rematch
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