Shadow Labyrinth – Análise

Lucas Rodrigues
Lucas Rodrigues

Desenvolvido e publicado pela Bandai Namco, Shadow Labyrinth é o mais novo jogo da franquia Pac-Man. O título representa uma ambiciosa mudança de rumo para a icônica franquia, abandonado o tradicional estilo come-come em prol do gênero Metroidvania. O game insere o jogador na pele do enigmático Espadachim No. 8, acompanhando pela esfera Puck, em uma jornada de exploração e combate dentro de labirintos repletos de perigos e mistérios. Mas será que esses novos ares são o suficiente para tornar Shadow Labyrinth uma experiência válida? Confira na análise!

Espadachim No. 8

A narrativa de Shadow Labyrinth começa com o despertar do Espadachim No. 8 em um mundo desolado, marcado pelas ruínas de uma antiga guerra intergaláctica. Sem memória clara de seu próprio passado, nosso protagonista recebe orientações de Puck, uma entidade luminosa e esférica que o guia na busca por fragmentos de informação e poder.

À medida que avança, o espadachim descobre vestígios de civilização extintas, ruínas tecnológicas e experimentos que deram errado, revelando então a base da história: um conflito entre corporações cósmicas e rebeldes que desejavam libertar o planeta de um domínio opressor. Por meio de relatórios criptografados, hologramas corroídos e encontros com alguns sobreviventes, o jogo vai colocando perguntas na mente do jogador, fazendo-o questionar quem realmente é o verdadeiro herói e vilão dessa história.

Reprodução: Divulgação

Metroidvania

Assim como em outros jogos do gênero metroidvania, Shadow Labyrinth adota m design de mundo interconectado, onde cada área só se torna totalmente acessível após desbloquearmos novas habilidades. Nas primeiras horas, o ritmo de gameplay é reduzido, servindo como um tutorial para o combate com espadas e esquivas, bem como para a mecânica de parry, que pode interromper ataques inimigos quando realizada no tempo certo.

Com o progresso, surge o sistema ESP Gauge, que mistura energia para habilidades especiais e resistência, obrigando o jogador a equilibrar o uso de golpes carregados – como disparo de orbes, uso de escudos e rajadas de área – com a necessidade de poupar energia para movimentos defensivos.

Uma das inovações mais notáveis de Shadow Labyrinth é o modo GAIA, onde Puck consome fragmentos de inimigos derrotados e, ao encher uma barra específica, realiza uma fusão ao espadachim, resultando em um tipo de robô mech capaz de esmagar obstáculos e bosses com ataques devastadores. Essa alternância de ritmo quebra a monotonia do combate e dá ao jogador momentos de poder quase ilimitado, embora breves.

Reprodução: Divulgação

Além disso, há trechos de “rail mode” durante a gameplay, que inserem o jogador em corredor energizados, onde Puck assume a liderança e percorre labirintos verticais coletando itens enquanto desvia de armadilhas. Essas fases remetem diretamente ao estilo clássico de Pac-Man, mas de forma reimaginada.

O level design, embora criativo, pode confundir o jogador em certos momentos, exigindo o uso de mapas mentais e pontos de salvamento constantemente. A curva de dificuldade do jogo oscila, com momentos generosos durante áreas iniciais, e situações de apuros em locais posteriores, oferecendo plataformas estreitas e inimigos implacáveis que podem frustrar quem espera um equilíbrio.

Reprodução: Divulgação

Artisticamente agradável

Visualmente, Shadow Labyrinth mescla estilos industriais, bioluminescência natural e ruínas futuristas, resultando em cenários que impressionam pela paleta contrastante entre tons escuros e toques vibrantes de neon. Cada bioma – desde túneis melancólicos à fábricas abandonadas – possui identidade própria, com detalhes de destruição e vegetação tomando conta de construções metálicas.

A trilha sonora, embora crie de forma minimamente decente uma atmosfera de suspense e urgência, peca pela repetição de temas em loops prolongados. Por outro lado, os efeitos sonoros de lâminas cortando o ar, explosões mecânicas e transformações GAIA são satisfatórios, reforçando o impacto de cada ação do jogador. Pequenos arranjos musicais – como nos segmentos de Puck – quebram a monotonia, mas carecem de melodias que grudem na memória.

Reprodução: Divulgação

Conclusão

Shadow Labyrinth se destaca como um experimento ousado, fundindo o estilo arcade de Pac-Man com a complexidade de um metroidvania. Suas mecânicas híbridas, visuais caprichados e momentos de adrenalina garantem uma experiência satisfatória, mas que acaba sendo prejudicada por um level design confuso e dificuldade desequilibrada. Ainda assim, para os fãs do gênero, é uma jornada válida, embora não seja marcante.

Esta análise é baseada na cópia de PC fornecida pela Theogames e Bandai Namco.

Shadow Labyrinth
7.5
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