Se eu perguntasse ao jovem Rafael de 2006 o que ele acharia sobre o futuro da franquia Virtua Fighter, provavelmente nenhuma de suas respostas chegaria perto de adivinhar que, quase 20 anos depois, ele ainda estaria jogando o mesmo jogo relançado inúmeras vezes. O fato é que muita coisa mudou nessas duas décadas, mas a série Virtua Fighter permanece um retrato quase idêntico do que foi desde seu último lançamento numerado até o recente Virtua Fighter 5 R.E.V.O, para o bem ou para o mal. É quase como reencontrar um amigo depois de tantos anos e dizer: “puxa vida, como você não mudou nada desde aquela época!” — salvo um ou outro procedimento estético de harmonização facial de qualidade duvidosa.
Seguindo o movimento da SEGA de tentar reviver franquias clássicas, seja na mão de outras empresas (como aconteceu com o maravilhoso Streets of Rage 4 e o nem tão bom assim remake de Panzer Dragoon), seja por meio de seus próprios estúdios, como a Ryu Ga Gotoku Studio, Virtua Fighter 6 foi anunciado nos 45 minutos do segundo tempo para o final de 2024, durante a The Video Game Awards, surpreendendo alguns e confirmando as esperanças de outros, especialmente os fãs mais assíduos da franquia e do gênero de luta. No entanto, o longo hiato entre Virtua Fighter 5 (lançado em julho de 2006) e os dias atuais custou caro à franquia, que perdeu espaço e reconhecimento, enquanto a série Tekken capinou por muito tempo sozinha o terreno dos jogos de luta 3D para se transformar em uma das principais e bem sucedidas franquias de luta da atualidade.
O que restou para Virtua Fighter foram, ao longo desses anos todos, revisões de Virtua Fighter 5, com personagens extras, ajustes de balanceamento e pequenos aprimoramentos. Tivemos a versão Final Showdown em 2012 (lançada originalmente nos arcades em 2010), distribuída apenas digitalmente no PS3 e X360, e depois incluída como extra em Yakuza 6 e Judgment. Por um milagre, em 2021 a RGG Studio refez VF5 Final Showdown na Dragon Engine para o PS4, dessa vez chamado de Virtua Fighter 5 Ultimate Showdown. Agora, em 2024, a SEGA finalmente trouxe o jogo ao PC, utilizando a versão Ultimate Showdown como base, aprimorando os gráficos, conectividade online e balanceamento de combate, além de adicionar alguns extras via DLCs pagos. O resultado? Uma versão chamada de definitiva de um jogo lançado há quase 20 anos. E esse longo hiato de tempo é perceptível em poucos minutos de jogo em Virtua Fighter 5 R.E.V.O.
DO VIRTUA FIGHTER 5 AO VIRTUA FIGHTER 5 R.E.V.O
Para quem jogou o Virtua Fighter 5 original e, principalmente, sua versão Final Showdown nos consoles ou como mini-game em Yakuza e Judgment, o gameplay de R.E.V.O se mantém essencialmente o mesmo, com ajustes pontuais. O timing dos golpes e todas as nuances do metagame construídos e aperfeiçoados desde Virtua Fighter 4 permanecem intactos. E, sinceramente, esse é um dos pontos mais positivos dessa nova versão: Virtua Fighter 5 continua sendo um jogo de luta incrivelmente técnico e recompensador, com um tipo de combate único que pode parecer simples pelos poucos botões, mas se torna absurdamente complexo conforme o jogador se aprofunda e se dedica com cada personagem escolhido. Para quem se lembra exatamente dos comandos desde a época, eles continuam (quase) todos iguais aqui, com o mesmo peso e ritmo de combate da série.
Para quem nunca se aventurou na franquia, algumas diferenças precisam ser destacadas: do Virtua Fighter original até a última versão, todos os personagens se mantém e maioria dos golpes clássicos são executados da mesma forma, porém há uma diferença gigante após o combate de Virtua Fighter 3 até o título atual. Apesar da proposta de parecer um jogo de luta “realista” (uma vez que os personagens não usam poderes especiais, mas pulam até a lua, se deixar), os primeiros Virtua Fighters ainda tinham uma lógica bem mais fantasiosa nos combates. A partir do VF3, as mecânicas tomaram um aspecto mais similar à evolução dos jogos de luta 3D que temos hoje em dia. Do ponto de vista de mecânicas de combate, Virtua Fighter 5 R.E.V.O é dinâmico e excelente de se jogar por herança de um sistema de luta que foi muito refinado ao longo de anos. Para quem gostaria de tentar algo diferente de Tekken, a série Virtua Fighter pode ser uma tentativa mais que válida para se aprender junto às suas regras específicas, como a mecânica de Ring Out e a agilidade de combates com movimentos que tiram danos generosos, principalmente quando são realizados em contra-ataques aos golpes dos oponentes.
Do ponto de vista da estagnação de um título requentado de quase 20 anos, é perceptível como, em alguns aspectos, a série já está datada, deixando espaço para que Tekken fizesse muito mais sucesso ao longo desses anos. Isso se deve a uma estética única, com exageros e loucuras à parte, uma grande quantidade de personagens, colaborações bizarras, além do refinamento do combate e de uma história própria – pontos que contribuem para o charme da série Tekken. Por sua vez, Virtua Fighter 5 R.E.V.O possui um total de 19 personagens (com estilos de luta bastante distintos), com exceção da chefe Dural, que não é jogável nesta versão. O número relativamente pequeno pode afastar, inicialmente, alguns interessados, apesar da grande quantidade de golpes e da complexidade do combate de cada personagem tornar o aprendizado estimulante. Para uma jogatina básica e despretensiosa entre amigos, apenas para se divertir, a falta de personagens e o visual mais “pé no chão” podem gerar um certo desinteresse rapidamente. Além disso, por se tratar de um sistema de combate de muitos anos atrás, a execução de certos movimentos às vezes parece um pouco dura e estranha, apesar de haver um cuidado especial na forma como os golpes são executados em relação ao timing dos botões pressionados pelo jogador.
Graficamente, o jogo recebeu um update generoso a partir da Dragon Engine, desenvolvido pela a Ryu Ga Gotoku Studio. Como a versão R.E.V.O foi baseada no update para PS4, o título não possui o mesmo apelo visual de jogos da geração atual, mas os personagens estão mais bonitos do que nunca, levando em conta a versão original. As fases também receberam ajustes visuais e apresentam uma boa variação: algumas saltam mais aos olhos, principalmente os cenários de praia e os com maior vegetação, enquanto outras parecem estar ali apenas para fazer o jogador focar mais no combate. Nesse aspecto, a RGG Studio, baseando-se no jogo original, não tinha muito o que incrementar. O foco da versão para PC foi melhorar a qualidade gráfica de algumas texturas e permitir que o jogo rode em 4K a 60 FPS. Devido à escolha gráfica, o jogo ainda apresenta um bom desempenho em computadores mais antigos e mantém a taxa de quadros constante sem grandes problemas – o que, de fato, é o mais importante para que o combate se mantenha competitivo e divertido.
O maior problema está nos outros detalhes que passam longe do próprio gameplay, que continua funcionando muito bem desde a versão original até hoje.
O (POUCO) CONTEÚDO
Apesar do preço bastante acessível e das melhorias em relação à versão de PS4, Virtua Fighter 5 R.E.V.O peca na falta de conteúdo e apresenta menos atividades do que sua versão original de 2006. Por se tratar praticamente de um remaster com gráficos atualizados da versão Final Showdown, muitas opções da versão inicial de Virtua Fighter 5 ficaram de fora e, infelizmente, não foram incorporadas no que deveria ser a “versão definitiva” do jogo.
Dentre os modos disponíveis na versão base, vamos focar primeiro do modo online: é possível disputar lutas ranqueadas e participar de salas fechadas para subir de titulação, de kyu para dan e assim sucessivamente – um sistema que nasceu em Virtua Fighter e, posteriormente, também foi adotado por Tekken. Nas salas fechadas, é possível criar regras específicas para modificar a lógica de espera entre os combates, mas nada muito além disso. Modos como Team Battle, presentes em jogos anteriores como Virtua Fighter 3 (similar ao formato já conhecido de The King of Fighters), não estão disponíveis no mesmo formato e poderiam dar mais variedade aos combates, principalmente para jogadores que querem apenas se divertir sem comprometer seus rankings. Há também um modo de torneio, que ocorre eventualmente conforme o calendário da Sega, permitindo que os jogadores disputem seus títulos no ranking mundial de forma mais competitiva.
Nas opções offline, há o modo de luta contra um segundo jogador ou CPU e o modo Arcade, que permite ajustes básicos como dificuldade, tempo de duração, quantidade de vida e número de rounds. Não há uma história no modo Arcade, mas isso não é novidade, pois a franquia Virtua Fighter sempre careceu de um modo história, recorrendo apenas ao anime Virtua Fighter 2 e a um jogo de pachinko que explora a trama de Virtua Fighter 4 (decisões estranhas, vai entender). Também existe um modo de treinamento, essencial para que os jogadores compreendam a complexidade e o timing de execução dos golpes de cada personagem, além de um sistema de frame data para o aprimoramento de estratégias. O treinamento é dividido em três opções: uma visão geral do metagame da série, uma lista de golpes específicos de cada personagem e um modo livre, no qual o jogador pode programar o computador para executar diferentes ações e aprimorar seus reflexos. No entanto, para quem já jogou Virtua Fighter 4 Evo, faz falta um modo de recomendações de combos para cada personagem, algo que auxiliava iniciantes a entenderem e adaptarem estratégias sugeridas pela própria equipe do jogo e utilizadas em campeonatos.
Há também um modo de customização dividido em diferentes etapas: é possível criar um card pessoal com informações do jogo online, destacando seu personagem favorito e título, que funciona como um cartão de visita para outros jogadores. Além disso, é possível customizar as músicas que tocam em cada fase, desde que se adquira o DLC Pack de músicas. A seleção é generosa, incluindo várias faixas da série VF e também da série Yakuza, mas a ausência de uma opção para tocar todas as músicas extras aleatoriamente é um problema, pois o jogador precisa retornar ao menu inicial sempre que quiser trocar a trilha sonora.
Por fim, há a customização dos personagens, permitindo modificações nas roupas originais, desde o corte de cabelo até acessórios como um Dreamcast gigante nas costas (o que, convenhamos, deve ser um pesadelo para a coluna dos personagens), entre outras bugigangas cosméticas. No entanto, o modo sofreu um corte considerável de conteúdo em relação às versões anteriores: agora, cada personagem tem apenas quatro roupas diferentes, com opções limitadas para alteração de camisa, calça e tênis. A quantidade de itens disponíveis na versão R.E.V.O é bem menor do que nas versões passadas. Além disso, roupas especiais, como o traje da Ulala para a Sarah (com uma animação comemorativa especial), não estão presentes nesta versão. Não se sabe se elas serão incluídas em atualizações futuras ou via DLC. Para piorar, grande parte da customização está bloqueada atrás de DLCs pagos à parte, incluindo trajes comemorativos dos 30 anos da franquia, trajes clássicos com o charmoso visual retrô do primeiro Virtua Fighter e roupas da série Yakuza. Essas roupas especiais não podem ser modificadas e só podem ser selecionadas na tela de escolha de personagens nos menus de combate.
Quanto à personalização da performance do jogo, as opções são básicas e funcionais. O jogador pode ajustar configurações gráficas pré-determinadas, modificar a resolução e usar escalonamento de textura para melhorar a qualidade visual. Também há ajustes de áudio e mapeamento de botões do controle, mas algumas dessas opções só podem ser alteradas na tela inicial, obrigando o jogador a sair das salas online para modificar certas configurações – o que pode ser irritante.
No geral, esse é o maior ponto fraco de Virtua Fighter 5 R.E.V.O: para um jogo que celebra os 30 anos da franquia, ele é um dos que oferecem a menor quantidade de conteúdo. Comparado à sua versão original de 2006, que foi lançada há quase dois terços da história da série, essa nova versão deixa a desejar em quantidade. Virtua Fighter 4 Evo ainda é o título mais completo da franquia, oferecendo um modo Quest recheado de atividades e desafios, além da possibilidade de enfrentar versões digitais de jogadores profissionais japoneses. Virtua Fighter 5, embora tenha menos recursos que VF4 Evo, ainda conta com um modo Quest robusto, proporcionando boas horas de diversão contra a CPU. A ausência de um modo semelhante em VF5 R.E.V.O é um grande desperdício, especialmente considerando que o jogo busca atrair novos jogadores. Além disso, o conteúdo extra mais interessante está preso em DLCs pagos. O custo total do jogo com DLCs ainda é acessível, mas essa estratégia de monetização é decepcionante, visto que as versões anteriores eram mais completas sem custos adicionais. Para piorar, o DLC com roupas de Tekken não está incluído em nenhum pacote, sendo necessário comprá-lo separadamente, o que encarece ainda mais a experiência completa do jogo.
FOCO NO ONLINE E EM E-SPORTS
O foco principal desta versão de Virtua Fighter é o cenário competitivo (e-sports), tanto que a edição de 2021 do jogo é chamada de Virtua Fighter E-Sports no Japão. Nesse aspecto, Virtua Fighter 5 R.E.V.O trouxe melhorias significativas no modo online em relação às versões anteriores. Pela primeira vez na franquia, há a implementação do rollback netcode, tecnologia que melhora a estabilidade das partidas online, mesmo com taxas de ping mais altas. No entanto, o jogo ainda apresenta alguns problemas de desempenho com essa tecnologia, ocasionalmente falhando em registrar golpes ou prejudicando a fluidez da partida até desconectar o jogador, caso a conexão esteja instável. No geral, as partidas funcionam bem na maior parte do tempo, salvo exceções em situações extremas de ping muito alto.
A separação entre partidas ranqueadas e salas personalizadas permite que o jogador entre direto no combate online sem complicações ou organize confrontos específicos com amigos. Além disso, tanto no modo de criação de salas quanto no menu inicial, é possível assistir a lutas de outros jogadores, algo bem interessante e que motiva o jogador a entender alguns movimentos ou estratégias utilizadas pela comunidade nas batalhas. Também é divertido ir subindo de ranking com os seus personagens, o que afeta no nível e técnica dos jogadores que você encontrará mais à frente. Em níveis maiores você terá batalhas cada vez mais técnicas e difíceis, exigindo melhorias no seu entendimento sobre o jogo caso você não queira cair nos rankings e perder titulações mais altas dos personagens. É um fator competitivo que já estava presente desde a versão original do jogo e que contribui para manter a comunidade do jogo evoluindo de forma constante.
Por outro lado, a interface do modo online poderia ser mais otimizada. Trocar de personagem em uma sala é um processo burocrático, e iniciar uma partida com outro jogador exige que ambos confirmem simultaneamente, caso contrário, a luta não acontece. Em alguns momentos, também tive dificuldades para visualizar e entrar na sala de amigos, porém nada que algumas novas tentativas resolvam. Além disso, as interações dentro das salas são limitadas a stickers e mensagens pré-definidas, sem uma comunicação mais dinâmica.
Outro erro notável é separar a base de jogadores da versão Ultimate Showdown de PS4 e a versão R.E.V.O para PC. Ainda não há updates quanto à SEGA sobre a possibilidade de cross-play entre as plataformas, porém seria uma adição mais que bem-vinda, uma vez que a série já é conhecida por um público bastante nichado e separá-los em uma barreira de console e PC prejudica ainda mais o movimento reduzido de jogadores ativos online.
VIRTUA FIGHTER 5 R.E.V.O É VIRTUA FIGHTER 5 (QUEM DIRIA?)
Ao final da experiência, fica claro que, quase 20 anos depois, continua um jogo de luta muito competente e divertido e que vale a pena se aprofundar, caso seu objetivo seja dar uma chance para a série ou conhecer algo diferente de Tekken no universo de jogos de luta 3D. Porém, Virtua Fighter 5 R.E.V.O, apesar de ser um marco para a franquia por marcar seu retorno aos PCs, desde Virtua Fighter 2, carece de conteúdo suficiente para entreter jogadores para além do seu combate rebuscado, principalmente em comparação com a própria versão original do jogo que saiu em 2006.
Apesar de divertido e mais que recomendado para quem deseja experimentar um jogo de luta técnico e bastante recompensador do ponto de vista de profundidade de combate, ele quase não traz recursos para além de sua jogabilidade que justifiquem manter sua comunidade ativa, quanto mais trazer novos usuários com novidades ou atividades para além do jogo online. Em resumo, o tiro acaba saindo pela culatra pois um jogo com uma quantidade reduzida de conteúdo em contrapartida com outras franquias já estabelecidas no mercado, como o caso de Tekken, por sua vez trará menos usuários novos, reduzindo a quantidade de jogadores online que é de fato o maior diferencial do jogo. Sem o online ativo e disputado, o que sobra é pouco para se aprofundar e fazer jus ao nome de uma franquia tão importante. Mesmo com o DLC (pague o aluguel), o conteúdo adicional não é o suficiente para se divertir sozinho e a falta de crossplay entre as versões de PS4 e PC acentua a possibilidade de esvaziamento dessa comunidade ao longo do tempo. Quase duas décadas depois, o Rafael de hoje se diverte tanto quanto o de antigamente lutando com o Akira em partidas online (apenas os loucos fazem isso, recomendo começarem com o Jacky ou a Pai, vai por mim), mas sabendo que a série e seu público merecem muito mais do que Virtua Fighter 5 R.E.V.O tem a oferecer atualmente. Que o Virtua Fighter 6 possa ser a evolução que realmente esperamos e queremos.
Conclusão
Virtua Fighter 5 R.E.V.O marca o retorno da franquia aos PCs após quase 20 anos de relançamentos e melhorias pontuais, mantendo sua jogabilidade técnica e recompensadora. Apesar das atualizações gráficas, melhor conectividade online e a implementação do rollback netcode, o jogo sofre com a falta de conteúdo significativo, tendo menos modos e opções que sua versão original de 2006. A ausência de crossplay entre PC e PS4 e o pouco conteúdo customizável via DLCs pagos limitam ainda mais sua longevidade, para além do gameplay. Embora seja um excelente jogo de luta, seu foco maior em multiplayer e e-sports com decisões que limitam o crescimento da base online de jogadores, prejudica a atração de novos jogadores e a manutenção de uma comunidade ativa. O lançamento evidencia o interesse pela série num período importante de comemoração de 30 anos, mas apesar da ótima oportunidade de se jogar um jogo de luta bastante técnico, faltou um pouco mais de carinho para o que deveria ser a “versão definitiva”. Que Virtua Fighter 6 ofereça muito mais para evoluir a franquia da forma que ela merece.
Esta análise é baseada na cópia de PC fornecido pela SEGA.
E para aqueles que tiverem curiosidade, fiz uma live junto com o Alan (@Alanzice) mostrando como é o jogo (principalmente o multiplayer):