CODE Bunny – Análise

Lafaiete Augusto
6 min de Leitura

CODE Bunny é um jogo de ação e plataforma 2D em pixel art, inspirado por clássicos como Mega Man Zero e Gunvolt. Desenvolvido e publicado pelo estúdio indie Team Seventh Star, o jogo tem origem no Brasil, mais precisamente no Pará, e já se destaca como um dos melhores da região Norte. Tive a oportunidade de experimentar uma versão beta durante a Gamecon Acre 2024, realizada em 31 de outubro. Lá, pude ter um gostinho do que o jogo oferecia e ainda conversei com Lavie Murchio, uma das desenvolvedoras, que me contou um pouco sobre o projeto e seu desenvolvimento. O jogo estava disponível para testes no Itch.io desde 2023, mas finalmente foi lançado na Steam em 19 de dezembro. Chega de apresentações e vamos à análise!

Coelho pra todo lado

Em CODE Bunny, os jogadores adentram um mundo futurista habitado por coelhos e enfrentam batalhas de alta velocidade, usando artes marciais aprimoradas pelo poder do Aethr, uma combinação de tecnologia e magia que é extraída de um meteoro chamado Yliaster. Assumimos o papel de Axel Loop, um exímio patinador, e Hazel Jones, uma espadachim brilhante. Juntos, eles fazem parte do programa espacial VY e lutam para proteger a cidade de Lumna da ameaça do misterioso grupo rebelde Mad Bunny. Com movimentos rápidos e ataques poderosos, o combate flui junto à movimentação dos personagens, permitindo atravessar estágios enquanto você destrói inimigos com estilo.

A história se destaca já que além de ser bem escrita, ela foge do clichê de mocinhos contra vilões. Nem tudo é preto no branco, e CODE Bunny deixa bem claro que o cinza é o que rege o foco da narrativa. Todos os personagens têm um alvo ou motivo bem explícito, e nenhum NPC é inútil. O jogo oferece duas campanhas ao iniciarmos o modo história, assim como em Mega Man X4. Ao escolhermos um dos dois personagens disponíveis, os eventos e diálogos são alterados, o que aumenta o fator replay. Fechar ambas as campanhas é primordial para descobrir todos os segredos que o jogo oferece!

Seleção de personagens / Reprodução: Divulgação

Rápido como uma lebre

A gameplay de CODE Bunny é bem rápida, e assim que você masteriza os controles, fica muito fácil passar pelos níveis e derrotar os chefes. É neste tópico que minhas críticas se baseiam, já que ser rápido é uma faca de dois gumes, pois apesar de tornar o jogo mais dinâmico, acaba encurtando muito a sua duração. No geral, a experiência é bem tranquila, e levei cerca de 3 horas e meia para fechar ambas as campanhas, sem pular nenhum diálogo e selecionando todas as conversas secundárias para não perder nada da história. Compreendo perfeitamente a decisão de optar por uma dificuldade mais baixa, afinal, o jogo precisa atrair o público e apela aos jogadores casuais, mas ficaria feliz em ter uma seleção de dificuldade para quem deseja jogar de forma mais séria.

Gameplay rápida e dinâmica / Reprodução: Divulgação

Arte sublime

Tanto as artes conceituais como o pixel art são de um capricho admirável, e nota-se que tudo ali foi feito com amor. As animações que complementam os diálogos são bem expressivas, e muitas vezes até tiram um sorriso do rosto com as reações exageradas dos personagens. Outra escolhe de arte que me chamou a atenção foi que assim como em Castlevania: Symphony of the Night, CODE Bunny não se limita apenas aos elementos 2D, já que em diversas áreas do jogo podemos avistar objetos 3D que compõe o cenário, enriquecendo o visual e demonstrando o cuidado extra dos desenvolvedores.

Cenário com fundo 3D / Reprodução: Divulgação

Outro destaque do título é sua trilha sonora eletrônica, que compõe perfeitamente o mundo no qual CODE Bunny é formado. A vibe retrô construída em volta de samples de chiptunes fecha com chave de ouro o trabalho bem feito.

Ainda no aspecto da arte, minha única crítica fica quanto a escolha de mostrar a barra de vida dos inimigos. Ao meu ver, seria interessante fornecer uma opção para o jogador ocultar a barra de vida, já que mesmo parecendo algo simples, ela acaba atrapalhando a gameplay dinâmica e rápida que CODE Bunny propõe. Apesar dessa questão, só tenho a dar meus parabéns a todos os artistas que trabalharam no jogo, pois a arte é um show a parte!

Gameplay com Razel / Reprodução: Divulgação

Conclusão

CODE Bunny não é apenas um simples indie brasileiro, é também um jogo muito bem feito. Sua história é boa e, aliada de uma gameplay dinâmica e uma arte espetacular, demonstram todo o amor envolvido na produção do jogo. Apesar das minhas críticas quanto a algumas decisões artísticas, a experiência é sólida. Espero ver mais jogos do estúdio Team Seventh Star, e quem sabe até mesmo um CODE Bunny 2. Desejo todo sucesso ao estúdio, pois merecem!

Ficou interessado? Você pode obter a versão de PC do jogo diretamente na Steam clicando aqui!

CODE Bunny
8.5
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