Running With Rifles, ou RWR para os íntimos, é um jogo indie de ação frenética em 2.5D em terceira pessoa para PC, lançado pela Steam em 02 de abril de 2015, e criado pela Modulaatio Games.
Basicamente você, soldado viril, é arremessado no meio de um jogo de guerra sem magia e nem criaturas mitológicas, mas que conta com o bom e velho tiroteio franco entre incontáveis jogadores, sozinho ou em multiplayer!
História e Ambientação – 7.5/10
Como um clássico jogo arcade, RWR não possui uma história muito complexa em si. Somos um soldado raso em meio a uma guerra entre duas nações e o nosso objetivo é um só: dominar; a matança é mera consequência.
O jogo é dividido em um modo campanha e outro multiplayer, mas por enquanto vamos focar no modo campanha.
Durante a jogatina nós passaremos por mais de 8 fases, cada fase subdividida em um território, de forma livre, que pulsam ativamente mesmo quando o jogador não está jogando naquela fase em específico. Bom, o fato é que a história de RWR é muito direta e padronizada, não há muitos segredos sobre o que se passa e o que se passará na guerra após a conquista desses territórios (ou fases).
O objetivo, então, fica na conquista desses territórios pelo jogador.
A ambientação é boa, a liberdade de escolha entre a sequência das fases e a escolha das armas disponíveis dão um tom diferencial a jogatina, permitindo-o se tornar um game de ritmo rápido, com muitos tiros e muitas mortes.
Um dos dois problemas que encontraremos na ambientação do cenário do RWR é a questão da sistemática do jogo, ou seja, as próprias ferramentas do jogo são as primeiras barreiras que impedem o jogador de se inserir mais a fundo num jogo de guerra como é RWR.
O outro problema na ambientação é a questão da cartunização dos seus elementos. Nisso abrangendo vários setores como os gráficos, a forma de batalha, de morte e de renascimento do personagem. Ele simplesmente não se parece um jogo de guerra, é um jogo de ação arcade com um envelope de um cenário de guerra, as vezes é muito artificial, muito ágil; na verdade há mais elementos cartunescos que elementos próprios de um cenário de guerra.
Claro, outros jogos já assumiram essa posição, mas isso não o isenta de retirar os bons elementos dentro da ambientação que poderiam estar presentes em RWR.
Gráficos e Efeitos – 8/10
Como já dizemos, os gráficos são cartunescos muito bem apresentados com cores vívidas e bem representativas, ainda que meio diminutas pela posição da câmera.
Aliás o grande astro da composição gráfica de RWR é justamente a câmera, motivo o qual retira aquele tabu de que jogo de guerra bom é jogo em primeira pessoa com gráficos Master Race.
RWR quebra esse tabu nos apresentando uma qualidade gráfica simples, mas que pela sua diferenciação do padrão base dos jogos de guerra, acabam por brilhar mais que outros do gênero.
Além disso há a presença de sombras e de objetos no cenário que facilitam a proteção com cobertura, improvisada ou não, que com certeza fizeram bom uso de uma conjuntura cooperativa entre a distinção gráfica e a jogabilidade, permitindo com que o jogador observe um objeto, entenda-o e identifique-o como uma possível cobertura contra fogo inimigo, para só então poder correr sem sofrer perigo de vida.
Esse ponto é essencial e que sempre me brilha os olhos, afinal de contas, jogo bom no Indiespensável é o jogo que consegue pontuação alta em todos os critérios e a melhor forma de fazer isso é integrar todos esses critérios uns com os outros.
Já na questão dos efeitos visuais, podemos repetir a mesma coisa de antes, é uma visão cartunesca de uma granada ou de uma explosão de um tanque de guerra. Até o tracejar de um míssil militar saindo pelo canhão de um tanque é bem indiscreto, com linhas de tiro pouco esfumaçadas e com poucos pixels ou quadros de animação.
Enfim, bons gráficos, bons efeitos, boa pontuação, porém o efeito cartoon prejudica um pouco na seriedade do cenário, abrindo espaço para mais shaders ou então alguns efeitos melhorados como um cenário destrutivo com prédios pegando fogo, talvez um tracejar de balas diferente, coisa que não podemos visualizar em RWR.
Música e Efeitos Sonoros – 7.0/10
Em questão musical, ela é boa quando há! Por esse raciocínio não posso ficar feliz por estar no meio de uma guerra sem uma trilha sonora que me leve a assassinar centenas de inimigos e o meu sangue continuar a pulsar enlouquecidamente!
Oras, os vikings já faziam isso e nem tinham vídeo games naquela época! Eu também, assim como você caro leitor, quero ser um viking em plena guerra moderna, mas em vez disso não há qualquer batida musical ou trilha que nos anime para embalar a nossa jogatina.
Há apenas música nos menus principais e nos de pause, cuja qual é a mesma para qualquer momento. Isso para mim foi frustrante, mesmo levando em consideração que essa música é animada e se enquadra bem pro momento em que ela foi incluída.
Não haveria problema em não ter música num jogo em que as partidas são rápidas, como é Counter Strike ou Insurgency, mas em RWR as partidas são muito longas e ficamos muito tempo sem escutar nada mais que os tiros aliados e inimigos envolvidos por sons de granadas, quase que imitando guitarras e bateria.
Seguindo essa quebrada literária, posso dizer que os efeitos sonoros são muito bons e é nesse ponto que a falta da trilha sonora no meio da jogatina se envolve mais a fundo com ela. Esses sons parecem muito mais reais sem a música de fundo pulsante, tudo fica mais realístico dentro do possível.
Porém também não é impecável, uma granada pode explodir na sua orelha, se você não morrer, nem sequer ficará com surdez momentânea, é como se o jogador fosse mero expectador. Em alguns detalhes, ou melhor, na falta desses detalhes é que o jogo se torna mais artificial do que já citamos anteriormente.
Mas enfim, boa música e bons sons (quando existem).
Jogabilidade e Diversão – 8.5/10
RWR é muito divertido! Seus comandos são muito intuitivos, é como o título diz: correr com rifles e (a parte sem spoilers) mirar e atirar com o mouse. Esses comandos simples tornam a jogabilidade muito gostosa de se executar.
O grande prazer de qualquer jogo de tiro é abater o inimigo, mas em RWR abater um único inimigo não é lá grandes coisas, afinal de contas, quando se tem mais de 10 na sua tela, 1 não conta como um abate muito satisfatório!
Parte desse prazer do abate vem da possibilidade de escolha de uma gama de armas primárias, secundárias, utilitárias e de proteção, ciclando entre rifles, metralhadoras, snipers (sim, uma sniper vista em terceira pessoa), pistolas, coletes, escudos balísticos, binóculos, granadas, espingardas e até dinheiro!
Porém a forma de compra dessas armas é feita através de pontos adquiridos em batalha por capturar objetivos. Minha crítica a essa questão é que as mortes de outros jogadores não contam como pontos, que é a coisa que mais acontece nesse jogo!
Ou seja, aos poucos o jogador fica sem esse recurso numa batalha que dura mais de 20 minutos, o que, aliás, é um dos outros pontos negativos dessa diversão.
Cada partida tende a durar pouco mais de meia hora, principalmente na campanha em que as hordas de inimigos são infinitas e o conflito só termina quando ou o jogador se esquiva do conflito e conquista os pontos de interesse e territórios ou quando ele utiliza da força bruta e empurra as hordas inimigas até o objetivo.
Por esse motivo a campanha pode durar mais de 20 horas de jogo, em pouco mais de 8 fases, coisa que torna-o muito enjoativo. Como sabemos por experiência própria, um jogo com boa jogabilidade não consegue se manter com esse status quando se tem muitas horas jogando o mesmo conteúdo; não é diferente com RWR.
O que amortece essa problemática é o sistema de patentes, o qual o jogador pode subir nas escalas militares até conseguir desbloquear novas utilidades para serem usadas dentro do jogo, como ataques aéreos, reforços de tropas e munição, tudo através de um rádio com um péssimo sinal que “nunca” funciona quando queremos (obviamente quando mais precisamos também).RWR não é divertido do começo ao fim, é enquanto dura e, quando ele deixa de ser, nós ainda temos o modo multiplayer que nos proporcionará algumas outras horas de combate com outros jogadores pelo mundo a fora.
O problema é que há constantes lags por causa dos servidores americanos e também por causa do nível de habilidade de muitos desses jogadores.Num jogo desse nicho é fácil do jogador aprender a apelar com uma sniper ou com uma metralhadora com balas infinitas, mas nada que tira o fato diversão desse modo de jogo, afinal de contas se o oponente pode fazer, você também pode!
RESUMINDO –
Running With Rifles é dinâmico, cartunesco, fácil de ser jogado e muito divertido! Tudo isso misturado numa plataforma bem incomum, em 2.5D com visão em terceira pessoa dentro de um cenário de guerra aberta. Porém acaba ficando enjoativo rápido e o jogador pode finalizar o jogo por mera obrigação e não mais pela diversão que era pra ser seu companheiro do início ao fim. Ele acaba sendo facilmente colocado de lado se você tem outros jogos melhores na sua lista de espera. Nota 7/10.
Running With Rifles: Running With Rifles é dinâmico, cartunesco, fácil de ser jogado e muito divertido! Tudo isso misturado numa plataforma bem incomum, em 2.5D com visão em terceira pessoa dentro de um cenário de guerra aberta. Porém acaba ficando enjoativo rápido e o jogador pode finalizar o jogo por mera obrigação e não mais pela diversão que era pra ser seu companheiro do início ao fim. Ele acaba sendo facilmente colocado de lado se você tem outros jogos melhores na sua lista de espera. – Krolmn
Esse game chega no auge quando jogado com os amigos. Temos um grupo que a galera se junta pra divertir, é o Brasil Running With Rifles, na Steam.
Ótima análise!