Graças ao grande, imenso, enorme Tio Phil (Phil Spencer) que sempre puxou uma sardinha para o jogo Voodoo Vince ao qual ele participou da produção em sua época áurea de desenvolvedor, me senti instigado a experimentar esse jogo de plataforma desconhecido do Xbox Original ou Xbox Classic. Agora, remasterizado para uma nova geração. O jogo originalmente foi lançado em 2003, mas em 2017 recebeu um remake para as novas plataformas Xbox e PCs, desenvolvido pela Beep Industries o jogo é focado no gênero platformer sandbox com elementos de collectathon, porém algumas fases quebram esse ritmo com seções de puzzles, shmups e FPS.
Humor Ácido
Se tem uma coisa que posso rasgar elogios em Voodoo Vince é no seu humor, temos piadas de peido? Temos. Temos Piadas escatológicas? Temos. Temos piadas manjadas? Temos também. Mas também o jogo conta com um forte ‘‘espírito’’ ácido, o boneco de Voodoo conta com vários diálogos entre os NPCs e inimigos e em quase todos os encontros me encontrei rindo sozinho das suas piadas de cunho duvidoso, como piadas sobre morte, tristeza e clichês que todos os jogos de plataforma possuem, percebi ao jogar uma forte inspiração em Conker’s Bad Fur Day outra joia esquecida pela Microsoft. Outra forma de humor que o jogo possui em seu arsenal são as piadas físicas, o próprio boneco se utiliza de uma mecânica de suicídio (não sei se essa palavra da algum problema) para ferir os inimigos como um especial, toda vez que apertamos o botão do especial ele se mata de uma forma diferente e em cada fase as mortes são mais criativas como ser morto por uma gangue dentro de um carro alvejado a tiros, tomar um copo de veneno, comer uma carne estragada e morrer de infecção no banheiro (sim existe uma animação dele entrando no banheiro e morrendo lá dentro de má digestão), atropelamento entre outros. Então até na cena final conta com uma piadoca do boneco esquecendo de seu objetivo principal, aliás esquecer é uma piada recorrente, ele sempre esquece do que está fazendo pois ele não tem cérebro há há!
Voodoo é pra Jacu
Na questão de história o jogo é mais do mesmo, temos uma ‘‘donzela’’ em perigo ao qual devemos salvar das garras do vilão, a donzela no caso é nossa dona a Madame Charmaine que é raptada pelo Kosmo o Impetuoso que quer dominar o mundo (falei mais do mesmo) através dos poderes voodoo que ela possui, com isso ele quer transformar o mundo em seu grande circo. Nosso protagonista o boneco de Voodoo Vince era apenas um boneco comum até ganhar vida como último desejo de sua dona antes de ser raptada de sua loja, nisso o Vince começa a perseguir os vilões pela cidade, passamos por áreas urbanas, pântanos, cemitérios e arranha céus até por fim chegar no grande circo do Kosmo para enfim enfrentá-lo.
Gameplay Tenebrosa
A gameplay de Voodoo Vince e totalmente focada no fato do seu protagonista ser um boneco de voodoo, com isso temos magias que focam em se auto mutilar, além de contar com ataques comuns de soco, chute e giro (assim como Crash Bandicoot), os chefes também são derrotados com ataques dos próprios, ou seja esse é um jogo em que você não deve desviar dos ataques, mas sim ir em direção a eles para derrotar os chefes o que é genial. O jogo conta com elementos de collectathon, porém ele em nenhum momento te força a pegar todos os itens que as fases contém, eu fiz 100% pegando todos os coletáveis e mesmo assim não tive nenhuma recompensa, por um lado isso é bom para os jogadores casuais, agora para quem gosta de pegar tudo que o jogo disponibiliza é um pouco frustrante não ter nenhuma recompensa final a não ser possuir mais slots de vidas e magias ao chegar no chefe final.
Mais uma Joia esquecida pela Microsoft
Em uma de suas últimas entrevista Phil Spencer diz ter se arrependido de não ter assinado a continuação de Voodoo Vince quando pôde, a única coisa que ele havia permitido na época foi o remake que realmente saiu, agora após o término da campanha do jogo entendo perfeitamente a sua tristeza, o jogo em si não deixa pontas soltas, vamos até o final e derrotamos o vilão e ele realmente morre sem deixar rastros, mas uma continuação seria muito bem vinda, o jogo é excelente, tem boas mecânicas, história decente, arte e design bem ricos tanto que ao jogar notamos que o jogo foi feito com amor (coisa difícil de ser vista nos jogos atuais principalmente dentro do Xbox).
Sobre o Remastered
O remastered não muda tanto o jogo original, o que no final é uma coisa boa! Não só agora temos um upgrade gráfico de excelente qualidade como a possibilidade adquirir o jogo em novas plataformas e com baixo custo. Ele está disponível na Steam e Xbox One. Só faltou uma versão de Switch.
Conclusão
Meu objetivo nesta retro review é que joguem Voodoo Vince principalmente se você gosta de jogos em plataforma sandbox ou collectathon, o jogo é bem casual, ele não conta com opções de dificuldades pois ele já é bem fácil e intuitivo, o Vince sempre solta dicas do que fazer ao jogar, eu mesmo não fiquei preso em nenhum momento do jogo, somente na última fase onde já estamos bem treinados em como o jogo funciona a sua dificuldade dá um belo salto, o circo de Kosmo é um grande desafio que a essa altura já podemos ultrapassá-lo. Nota Final: 8.5/10
Prós:
- Jogabilidade casual
- Gráficos bem feitos e detalhados
- Humor ácido
- Mecânicas criativas
Contras:
- História clichê
- Falta de recompensa aos jogadores hardcore
- Ausência de um seletor de dificuldade
Voodoo Vince: Remastered: Certamente uma joia esquecida do Xbox. Joguem a versão original ou a remasterizada. É garantia de diversão! – lafaieteaugusto