Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça – Análise

Gabriel, vulgo Buda (@budabyte)
9 min de Leitura

Após muitas polêmicas e alguns adiamentos, finalmente o novo GaaS (ou jogo como serviço) da Rocksteady está entre nós. Suicide Squad pegou todos de surpresa ao deixar claro que seria um GaaS, visto que este modelo de negócio nunca caiu nas graças do público, por geralmente entregar experiências incompletas com a desculpa de que mais conteúdo será lançado com o decorrer das seasons. Também vale citar a inexperiência da Rocksteady com esse tipo de jogo, já que a própria franquia Batman Arkham sempre ofereceu uma campanha fechada aos jogadores.

Antes de dar início a review, gostaria de deixar algo claro, para que os fãs mais ensandecidos do universo de heróis não venham pegar no meu pé por qualquer gafe: nunca joguei um Batman Arkham além do Asylum, e sequer tenho conhecimento sobre qualquer coisa que envolva heróis. Com base nisso, deixo claro que qualquer inconsistência na história de Suicide Squad em relação a quadrinhos e filmes não será relatada por mim, pois não tenho a experiência necessária. Dito isso, bora pra review!

História carregada pelos quatro protagonistas

A história de Suicide Squad não é ruim, e até diria que empolga o jogador nas primeiras horas. Basicamente, Amanda Waller, chefona da A.R.G.U.S, contrata quatro membros para uma equipe chamada Força-Tarefa X, sendo eles Pistoleiro, Arlequina, Tubarão-Rei e Capitão Bumerangue. Dá pra dizer que são literalmente quatro malucos que estavam presos em Arkham Asylum e receberam a missão de salvar o mundo. E assim como o nome do jogo menciona, devemos ir atrás da Liga da Justiça, que está sendo controlada por Brainiac, buscando construir um novo Planeta Colu.

Se você está se perguntando “a história é só isso?”, saiba que sim, é, e incrivelmente funciona, muito por conta dos quatro protagonistas. Arlequina tem o jeitão dela que todos conhecemos, Tubarão-Rei é inocente, Capitão Bumerangue é o típico “burrão engraçado”, e o Justiceiro, apesar de ser o membro mais sério do grupo, tem seus momentos de descontração. Eu jurava que iria sentir vergonha alheia, mas não, a diversão é realmente garantida por toda a campanha com esses quatro. E é falando dos protagonistas que emendo no próximo tópico: os gráficos.

Gráficos não impressionam, mas expressões faciais se destacam

Essa review está saindo alguns dias após o lançamento de Suicide Squad, então existe uma chance de você já ter visto por aí comparações entre o game e Batman Arkham Knight. Se eu falar que Suicide Squad não é bonito, estarei mentindo, mas pra um jogo exclusivo da atual geração, certamente todos esperavam mais, visto que não há nada impressionante em relação a outros títulos recentes da indústria dos games.

Porém, como eu disse anteriormente, os protagonistas serviriam de emenda para este tópico, e é aqui que existe um brilho: as expressões faciais são absurdas. Sinceramente, não lembro de nenhum game recente que tenha personagens tão expressivos e com expressões tão bem definidas quanto as apresentadas em Suicide Squad. Dou um grande destaque a Arlequina e ao Capitão Bumerangue, que vivem fazendo caras e bocas, deixando ainda mais explícito o nível de detalhes das expressões. Até mesmo o Tubarão-Rei, que é simplesmente um tubarão, conseguiu ter seu destaque nesse quesito. O time da Rocksteady responsável por essa área está de parabéns.

Gameplay diverte e cansa ao mesmo tempo

Se você, assim como eu, ama uma gameplay caótica, Suicide Squad vai te proporcionar bons momentos. Tudo aqui é bem variado, com cada personagem oferecendo possibilidades diferentes. Deseja o basicão dos jogos de tiro, vulgo rifle de assalto, pistolas e sniper? Vá com o Pistoleiro. Curte armas pesadas, como miniguns? O Tubarão-Rei vai te servir. Cada personagem tem suas limitações quanto a armas, e certamente um vai agradar mais o jogador que os outros três.

Vale também um destaque para a movimentação do game, que me lembrou um pouco Marvel’s Spider-Man. Justiceiro conta com uma mochila à jato, Arlequina pode se pendurar em drones (inclusive lembrando um pouco o próprio Spider-Man), Tubarão-Rei tem pulos altos e o Capitão Bumerangue conta com a mecânica mais cool dentre todos, que é se teleportar (ou correr em alta velocidade) com seu bumerangue. É inegável que andar pelo mapa de Metrópolis é divertidíssimo com as opções oferecidas pelo game.

Se até aqui foram só elogios, agora o negócio começa a desandar um pouco. Sabe aquele famoso menu do Destiny, que se popularizou entre infinitos jogos nos últimos anos? Pois é, ele está presente aqui, e junto com ele vem toda aquela infinidade de números e cores de diversos tons. Se prepare para ver diversos tipos de informações nos seus equipamentos e na sua árvore de talentos, informações essas que muitas vezes você sequer sabe qual a utilidade durante a gameplay.

Outro ponto negativo é que apesar da gameplay divertir, o cansaço bate com o tempo. A estrutura das missões é extremamente repetitiva do início ao fim, se resumindo a “vá até lá e deixe aquela área segura”, e apesar da variedade de inimigos que vão sendo introduzidos durante a história, tudo é muito igual e oferece pouco desafio ao jogador. Em muitos momentos eu só desejava chegar logo próximo de uma boss battle, para quebrar um pouco o ritmo repetitivo.

Em partes essa repetitividade certamente vem pelo GaaS, visto que preencher o jogo com missões iguais é uma das estratégias desse modelo. O foco é justamente você fazer a mesma coisa sempre, visando subir seu nível e obter melhores equipamentos, e isso fica ainda mais claro após o fim do game (sem entrar em spoilers), quando novos modos de jogo são liberados, e adivinha?, esses modos continuam tendo a mesma estrutura de gameplay. É uma pena que exista essa repetição, visto que se o jogo fosse composto apenas pelas missões principais e uma ou outra missão secundária diferenciada, a campanha poderia ser bem mais interessante.

Surpreendeu por não decepcionar

Perceba que a todo momento, Suicide Squad teve seus pontos de equilíbrio: a história é simples, mas os personagens são absurdamente bons. O gráfico não impressiona, mas as expressões faciais são incríveis. A gameplay enche o saco com o tempo, mas é divertida. No final, o jogo que aparentava ser um desastre se tornou uma boa experiência. Acredito que se não fosse pelo GaaS, com uma estrutura de gameplay não tão repetitiva e uma história mais fechadinha, Suicide Squad poderia ter alcançado patamares mais altos, mas o saldo final ainda foi positivo. Nota final: 7.0/10

Prós:

  • Jogabilidade divertida
  • Personagens carismáticos
  • Expressões faciais absurdas
  • Movimentação excelente

Contras:

  • Gráficos não impressionam
  • Estrutura de gameplay cansa com o tempo
  • Excesso de informações sobre as armas e habilidade torna tudo muito confuso
  • GaaS atrapalhou o que poderia ser um jogo muito bom

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça: Suicide Squad tem seus momentos mas certamente a estrutura de GaaS atrapalhou o que poderia ser um jogo muito bom. budabyte

7
von 10
2024-02-22T12:57:31-0300
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