Yaiba: Ninja Gaiden Z – Análise

Rodrigo de Souza
10 min de Leitura

 

Demorou um pouco até que Keiji Inafune(através de seu novo estúdio Comcept) e a Team Ninja trouxessem uma proposta turbulenta e interessante como seu novo jogo. Yaiba: Ninja Gaiden Z apresenta ação direta a intransigente, onde saber usar combos, bem como defender e esquivar é importante para aniquilar hordas de monstros que tentam deter nosso progresso.

Yaiba trás ao universo de Ninja Gaiden os já excessivamente explorados zumbis, mas que satisfazem (principalmente na questão do humor) os fãs de hack’ n’ slash com litros e litros do mais vermelho sangue. A união de dois talentos tão únicos certamente vai atrair os fãs mais ferrenhos, mas poderia passar despercebido para os jogadores mais focados em jogos com apelo maior.

Em Yaiba: Ninja Gaiden Z, você assume o controle de Yaiba, um ninja que busca vingança contra ninguém menos do que Ryu Hayabusa. O motivo da vingança? Sua própria morte pela espada de Ryu. Yaiba é derrotado por Ryu e tem metade do rosto, um braço e sua própria espada cortados pela lâmina de Ryu. Yaiba, porém, revive graças a um coração artificial bem como um braço mecânico e um olho cibernético, implantados pela peituda Miss Monday. Guiado pelo manipulador Sr. Del Gonzo, Yaiba conduzirá sua busca por vingança contra Ryu enquanto enfrenta uma horda de mortos-vivos que afligem a Russia.

A trama de Yaiba: Ninja Gaiden Z é bizarra e divertida. A desculpa perfeita para introduzir um personagem capaz de desmembrar centenas de corpos em decomposição e permitir que o usuário se diverta de forma direta e simples. Os fãs hardcore da série Ninja Gaiden podem sentir uma estranha sensação de ver sua franquia favorita se transforma em comédia com Gore , algo que não poderia ser de outra forma dada a presença de Inafune .

 

Yaiba : Ninja Gaiden Z tem uma jogabilidade simples, que vai direto ao ponto. A história consiste de um total de sete fases de cerca de uma hora aproximadamente. O nível de dificuldade escolhido pelo jogador tem um papel fundamental na duração do título. Se escolhermos o fácil ou normal, Yaiba : Ninja Gaiden Z dura em torno de oito horas. No entanto, em níveis mais elevados de dificuldade a duração do jogo cresce. Obviamente, devemos também levar em conta os itens espalhados por todo o jogo, itens que aumentam a barra de vida, por exemplo, nos chamando para dar uma segunda volta pelo jogo.

Yaiba tem três ataques básicos e uma defesa. Apertar a defesa no momento certo garante um contra-ataque. Combinar os ataques cria diferentes tipos de combos que, se bem aplicados, dão experiência para subir de nível e debloquear novas habilidades que irão facilitar o seu caminho até o final do jogo. Terminar o jogo, aliás, debloqueia um minigame que celebra os beat’em ups dos anos 80 e 90, um plus para que curte o estilo.

Durante o jogo, temos que enfrentar vários chefes, bem como inimigos comuns que vão do clássico até uma noiva zumbi eletrificada, um palhaço, os clássicos vomitadores de ácido, os granadeiros e até um sacerdote ortodoxo que cospe fogo. Embora este possa parecer o mais cômico, ele perde toda a graça quando você tem que enfrentá-lo de novo, de novo e de novo. E isso acontece com TODOS os inimigos. Menção especial para o último chefe, que apesar do visual espetacular é extremamente frustrante estrategicamente.

Além de atacar com sua espada (quebrada), seu braço mecânico e uma espécie de corrente, Yaiba ainda pode arrancar partes dos inimigos para ter armas temporárias. Assim, a cabeça do sacerdote vira um lança granadas, os braços do palhaço viram nunchakus e etc. Yaiba também pode pegar os zumbis mais fracos pelo pé e bater nos outros zumbis com ele. Simplesmente bizarro. Alguns zumbis tem elementos, são eles: ácido, fogo e eletricidade. Combinar os elementos cria combos espetaculares e devastadores que ajudam a enfrentas hordas maiores de inimigos.

 

O jogo também faz uma avaliação do desempenho do jogador no fim de cada episódio, dando pontos de experiência e dando medalhas para que possamos comparar com nosso amigos e ver que consegue melhor pontuação. Além de ter que matar zumbis, o jogo também apresenta alguns puzzles simples para trazer um pouco de variedade, mas nada que faça você ficar preso. O jogo também tem alguns segmentos de plataforma em que precisamos apertar o botão na hora certa para fazer um salto ou giro. Nada muito complicado.

Não podemos esquecer do modo Rage, um ataque muito poderoso que podemos acionar quando enchemos o indicador na tela e que faz de Yaiba uma máquina de matar. O jogo, infelizmente, parece um pouco curto. Um hack’n’slash normalmente deve render e ter uma história um pouco melhor elaborada, um jogo de sete fases parece pequeno para os padrões atuais. A dificuldade, porém, compensa um pouco este problema.

A dificuldade, que deveria se um plus e um ponto positivo do jogo, acaba por ser um problema. Não que uma dificuldade elevada não seja interessante, pelo contrário, mas quando traz desafio real e gratificante. A dificuldade de Yaiba é simplesmente irritante. Ela se resume em pegar os sub-chefes mais chatos e colocá-los de novo, de novo, e de novo, cada vez em maior número e cada vez mais combinados com outros tão irritantes quanto. A grande vantagem é que podemos usar as combinações dos elementos contra os próprios inimigos, o que quebra um pouco da monotonia, mas não salva o jogo neste aspecto.

O jogo também peca por não deixar certas situações claras para o jogador, em alguns momentos temos que simplesmente adivinhar ou descobrir por tentativa e erro o que fazer para passar de certos pontos. A descrição de algumas habilidades te diz o que Yaiba pode fazer sem dizer necessariamente COMO fazer, o que pode ser frustrante em muitos momentos e que vai garantir muitas mortes desnecessárias.

Os gráficos de Yaiba têm uma abordagem interessante. A Team Ninja e a Comcept optaram por usar o cell shading e, com isso, escolheram dar muita luz e cor ao jogo. O design dos inimigos é criativo e interessante, bem como as fases. A maneira de contar a história através de quadrinhos dá ao conjunto um bom acabamento. O desenho dos personagens cria uma certa distância do realismo da série Ninja Gaiden, embora personagens como Ryu e Momiji, que aparecem no jogo, estarem perfeitamente reconhecíveis e fiéis aos seus modelos originais.

 

O design dos inimigos é interessante, mas a variedade infelizmente, é muito menor do que se espera de um jogo como este. Os cenário, entretanto, são lineares e previsíveis, mas cumprem o seu papel. Eles têm o seu lugar e até apresentam algumas áreas interessantes, como as plataformas. A trilha sonora faz o seu papel, sem grande destaque e sem deixar vestígios.

Yaiba: Ninja Gaiden Z vai apelar para os amantes de gênero hack’n’slash. Embora o título da Team Ninja, Keiji Inafune e comcept não seja tão profundo como outros expoentes do gênero (como God of War III ou Bayonetta), o jogo garante horas de diversão e uma abordagem gráfica diferente, que se afasta do realismo dominante de nos dias de hoje.

Os fãs de Ninja Gaiden vão achar um bom desafio nos níveis mais elevados de dificuldade, os iniciantes, porém, podem ter dificuldade e podem acabar se irritando em alguns momentos do jogo. Yaiba: Ninja Gaiden Z tem pontos positivos, mas não o suficiente para atrair o grande público.

 

Yaiba: Ninja Gaiden Z: O jogo tem pontos positivos mas falha em impressionar e tem uma experiência mediana. RodSilver

6.5
von 10
2014-05-04T20:30:44-0300
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Game Designer, Professor e Pai (Não nessa ordem). Gamer também, quando dá tempo.
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