Quando eu era criança e vi, pela primeira vez, o anime de Pokémon na TV, já curti sem nem pensar duas vezes. Levou pouco tempo para levar o assunto aos colegas da escola e descobrir que aquele programa tinha um joguinho que era muito legal, lançado no então Game Boy. Pokémon – quem imaginaria que, muitos anos depois, ainda estivéssemos atrás desses monstrinhos?
Nem nos meus sonhos mais molhados de adolescente em crescente puberdade eu iria imaginar um game no estilo de Pokémon Go. É claro que, como criança da época, era um sonho poder andar e capturar meus próprios monstros de bolso e viver “no mundo Pokémon”, como dizia aquela segunda abertura da saga. Com o novo game da Game Freaks, Niantic Labs e Nintendo, isso é o mais possível da realidade que podemos chegar em relação a estas criaturas.
É um novo mundo de aventuras
Pokémon Go você já conhece. Aquele mesmo, o jogo que fez enorme sucesso ao longo dos meses onde foi lançado e a longa fila espera que ele colocou os jogadores brasileiros. Enquanto “gringos” de outros países aproveitavam a novidade, ficávamos babando por aqui (enquanto outros tentavam trapacear para jogar antes da hora, que feio, senhoras e senhores).
Trata-se de um game lançado para iOS e Android com realidade aumentada, ou quase isso. Com a ajuda da câmera do seu celular, você pode enxergar e capturar os Pokémon no mundo real. “Eita, mas isso é bruxaria”. Na verdade, passa longe, é apenas uma tecnologia que, de certa forma, é até barata e já corriqueira em outras aplicações, mas que pela primeira vez vemos em um game deste naipe.
Mas Pokémon Go não se resume apenas a isso. Temos a verdadeira jornada. Usando o Google Maps, os jogadores podem andar com seu avatar criado dentro do game pelo mapa de sua própria rua, sua cidade, caminho para o trabalho ou escola, e por aí vai. Andar com o celular na mão pode não ser a ideia mais segura em uma metrópole brasileira, mas vá lá, a ideia é boa, e não foi pensada para cenários quase subdesenvolvidos, como o nosso.
Ainda assim, o Rio de Janeiro me deixou aproveitar Pokémon Go o suficiente para chegar ao nível 20, quando o game dá realmente uma pausa na evolução de seu treinador e “Pisa no freio”, quase que literalmente, em novidades. A partir daí o jogo começa a ficar arrastado, a evolução demora bem mais e os Pokémon que aparecem já não são inéditos assim – no nível 20 você á vai ter pego pelo menos 100 deles, em um total de 142 dos possíveis em território nacional.
De qualquer forma, o título ainda merece elogios. A ideia de misturar o real com o virtual de forma tão simples e eficaz surpreendeu muita gente desde aquele trailer de anúncio que, sim, foi bem “mentiroso” em relação ao jogo real, mas ainda assim não deixou de surpreender.
Treinadores, líderes, batalhas e tudo que temos direito
Pokémon Go não é um jogo apenas de andar e capturar monstrinhos aleatórios que aparecem pelo caminho. O game também tem outros elementos bem interessantes e até inéditos para a “lore” da série como, por exemplo, os líderes de time. Mas o que são eles? E o que são os times?
Acontece que, no universo deste jogo em particular, os treinadores são divididos em três times: Instinct, Valor e Mystic, cada um representado por seus líderes, treinadores de elite, especializados em um tipo e representados pelos três pássaros lendários: Articuno, Moltres e Zapdos. Ao chegar no nível de treinador 5 o jogador deve escolher um dos três.
É claro que Pokémon Go não seria Pokémon se não tivéssemos batalhas. Elas existem, ainda que sejam um pouco fraquinhas em relação ao nosso hype, ao que esperávamos delas ao menos. Não há um PvP direto, mas sim lutas assíncronas, que só ocorrem nos ginásios. Os ginásios, por sua vez, nada mais são que estruturas espalhadas por pontos de seu mapa, onde você pode ir e deixar um Pokémon de guarda, representando o time para o qual você jurou aliança.
As batalhas até já receberam algumas melhorias, mas elas continuam não sendo exatamente o que nós queremos, não é mesmo, Niantic? Vamos melhorar isso aí, pois elas estão precisando. Enquanto isso, o jeito é aproveitar o que tem e batalhar para conquistar aquele ginásio na estação de metrô ou na praça pública.
Faltamos falar dos PokéStops, não é? Bem, são estruturas menores que os ginásios, e que ficam espalhadas em maior número pelo mapa. São elas que fornecem PokéBolas, poções e outros itens úteis, mas que também podem ser comprados com dinheiro real. O que, você achou mesmo que um game mobile não teria sistema de monetização prontinho, para nos arrancar uma grana?
Conclusão
Mas, apesar de todos os defeitos e pormenores, Pokémon Go é um jogo inovador e que pode transformar os games mobile como os conhecemos. O título não fez feio em seu lançamento e, mesmo com a falta de atualizações constantes, surpreendeu pela simplicidade e diversão casadas perfeitamente. Some isso tudo a gráficos bem agradáveis e uma apresentação visual geral que não deixa a dever para o universo de Pokémon.
Uma coisa é certa, seu impacto na sociedade foi enorme. Até mesmo pessoas que nunca jogaram nada estavam aproveitando Pokémon Go. As pessoas pararam durante seu lançamento e, por semanas, só se falava disso nas rodas sociais, em sites de notícia e até mesmo na conversa de seu almoço de domingo em família. Isso não só prova a força da marca, mas também a importância que Pokémon tem no imaginário popular e como produto de entretenimento. Nota 8.5/10.
Pokémon Go: Pokémon Go é um jogo inovador e que pode transformar os games mobile como os conhecemos. – pedrovaroni
se tivesse feito pra celulares mais “fracos”, windows phone, nao teria sido esquecido tão rapido, leio tudo sobre pokemongo como se o jogo ja tivesse no passado, nao vejo mais ninguem joguem nas ruas, acredito que só em parques mesmo
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