The Tale of Bistun – Análise

Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabyte)
Gabriel Kreyssig Romualdo (@budabyte)

The Tale of Bistun é um jogo narrativo de ação e aventura desenvolvido pelo estúdio holandês Black Cube Games. Após anos prestando suporte ao desenvolvimento de outros títulos, a empresa resolveu criar seu próprio projeto, dando origem a Bistun, baseado no trágico romance persa “Khosrow e Shirin”. Embora ofereça uma narrativa envolvente ao jogador, o título é muito simplista em diversos aspectos, me fazendo questionar se o gênero ação e aventura é o ideal para ele. Vem comigo em mais uma análise!

Narrativa envolvente

Nossa jornada se inicia em meio às montanhas. O protagonista Farhad, um escultor de pedras, desperta sem ter consciência de seu passado, e perguntas começam a inundar sua cabeça, enquanto busca uma saída da montanha. Mais à frente, Farhad encontra um machado cravado numa pedra misteriosa, e ao puxá-lo, é transportado para o Reino das Revelações. Guiado por um misterioso sussurro, ele encontra e liberta uma árvore chamada de Todassemente, que revela que seus semelhantes foram aprisionados por uma doença, e pede ao nosso protagonista para encontrar as Pedras do Talismã, bem como libertar a natureza, ao mesmo tempo em que ajuda a descobrir um pouco mais sobre nosso passado.

A aventura de Farhad se resume a continuar escavando a montanha e descobrir mais sobre seu passado através de Todassemente e do Reino das Revelações. Grande parte da história de The Tale of Bistun é contada através de um misterioso narrador, embora possamos encontrar algumas tabuletas de pedra que revelam alguns textos importantes, bem como gravuras em pedras. No geral, a narrativa é bem envolvente, e o fato de um narrador contar a história é genial, pois realmente parece que estamos presenciando o conto persa de Khosrow e Shirin de forma audiovisual, além de que descobrir uma nova cultura é sempre bem-vindo. Vale lembrar que o título está localizado em português, o que certamente agrega à experiência!

Farhad comendo uma romã fornecida por Todassemente / Reprodução: Autor

Gameplay esquecível

Se a narrativa é um dos pontos de destaque de The Tale of Bistun, o mesmo não pode ser dito sobre sua gameplay. Em diversos momentos, o jogo nos prende em áreas de combate, onde devemos derrotar inimigos para purificar a natureza, como mencionadas anteriormente. Embora a variedade de oponentes seja razoável, especialmente considerando a curta duração da campanha, o combate em si é simplório e completamente esquecível.

As mecânicas se resumem a atacar, rolar e utilizar uma habilidade específica de cada arma – machado, picareta e martelo. No entanto, não há qualquer profundidade nesses confrontos. A estratégia se resume a apertar o botão de ataque como se não houvesse amanhã, esquivando-se ocasionalmente dos golpes inimigos, especialmente os à distância. A ausência de variedade nos combos e a falta de habilidades adicionais tornam o sistema de combate monótono, sem oferecer qualquer frescor à jogabilidade.

Diante dessa limitação, surge um questionamento: The Tale of Bistun não funcionaria melhor como um clássico walking simulator? Um jogo que focasse apenas na imersão narrativa, com eventuais momentos de exploração e alguns puzzles pontuais, poderia proporcionar uma experiência mais concisa. A sensação que fica é que o título se encontra em um meio-termo desconfortável, sem um combate envolvente o suficiente para justificar sua presença, nem a coragem de abandoná-lo por completo. No fim, essa indecisão compromete o potencial do jogo.

Combate de The Tale of Bistun é esquecível / Reprodução: Autor

Trilha sonora belíssima

Graficamente, The Tale of Bistun adotou um estilo artístico mais estilizado, puxando pro cartoon e low poly. Se fossemos comparar a outro título, diria que ele lembra muito Torchlight, sendo um tipo de jogo que não adota texturas detalhadas, e sim algo mais simplório, mas que faz jus ao que a experiência deseja passar. Nas montanhas, teremos cenários focados na vegetação. Já no Reino das Revelações, o ambiente é místico, e cores como o roxo, azul e laranja fazem o contraste da região, enchendo os olhos do jogador.

Quando partimos para a trilha sonora, a situação escalona, já que as músicas de The Tale of Bistun são certamente um dos pontos altos da experiência. Existe uma grande variedade de músicas, que vão desde simples acordes de violão à épicas melodias celestiais, dando um frescor à nossa jornada, deixando claro que estamos presenciando um épico conto antigo. Todas as trilhas se encaixam muito bem com o momento no qual estamos presenciando, tornando a experiência imersiva.

Lindo cenário / Reprodução: Autor

Bom, mas falta ambição

O saldo de The Tale of Bistun é, em geral, positivo. Embora seu combate seja completamente esquecível, mesmo estando presente em diversos momentos, a narrativa sustenta a experiência, acompanhada por uma trilha sonora envolvente. Não é um jogo que ficará gravado na sua memória pelo resto da vida, mas como uma experiência breve para se desfrutar em uma tarde de fim de semana, certamente vale a pena.

Esta análise é baseada na cópia de PC fornecido pela IMGN.PRO.

The Tale of Bistun
7.5
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