Mafia III acerta no tom na história mas tem jogabilidade comedida
Mafia é uma das grandes series dos games lançadas nos últimos anos. Um terceiro capítulo, porém, talvez soasse desnecessário para alguns. Afinal, que variação ele teria do primeiro e segundo jogo? Felizmente a 2K Games achou uma boa saída, mudando totalmente o tom com Mafia III, bem como sua ambientação, personagens centrais e outros elementos principais.
Lançado no Xbox One, PS4 e PC, Mafia III se passa no final da década de 60, e não mais nos anos 30, com um novo protagonista: Lincoln Clay. Veterano de guerra, Clay faz parte da comunidade negra de uma cidade fictícia e que se inspira em Nova Orleans, aqui chamada de New Bordeaux.
O que temos, novamente, é um conto de mundo aberto. Sim, tudo lembra GTA quando citamos esse sistema de jogo. Mas a produtora se esforçou para manter as coisas um pouco diferentes. Clay, em sua história, precisa recuperar sua vida, enquanto tenta lidar com as máfias locais, e todas as facções que elas apresentam.
Mafia III lida não apenas com aspectos da sociedade da época, como também toca em assuntos que são bem atuais, como o racismo e a desvalorização do passado dessas comunidades, principalmente nos Estados Unidos. Como um homem branco, acho pouco indicado que eu detalhe muito sobre essa luta, que não é minha, mas cabe indicar e apontar a importância que o jogo tem para reforçar o assunto – e lida com isso de maneira bem madura.
História à parte, vamos falar de jogabilidade: infelizmente ela deixa a desejar, a ponto do que a história capricha. Pouco inspirada, a jogabilidade não tem muita variação e conta com controles limitados ou “sem graça”, se é que posso usar esse termo. Talvez por conta da representação da época, Mafia III não seja um jogo tão agitado e vivo, quando comparamos com outros títulos de mundo aberto disponíveis, a exemplo do recente Watch Dogs 2. Mas, ainda assim, ele tem alguma beleza.
Os combates, ao menos, são bem interessantes. Eles se parecem mesmo com uma guerra de gangues mafiosas, e por isso lidam bem com destruição, representação de caos e muito dano pela frente. Lincoln Clay é um exército de um homem só perfeito para este cenário, que deixa claro quando está em combate sério, principalmente por conta de seu passado na Guerra do Vietnã.
Há quem espere que um jogo de mundo aberto tenha também muitas missões paralelas, do tipo que fazem a experiência durar bastante e que te façam esquecer da campanha principal. Particularmente, não sou este tipo de jogador e prefiro terminar logo a história – afinal, são muitos jogos sendo lançados no mercado –, mas sim, Mafia III é recheado de conteúdo e pode te fazer durar horas segurando o controle.
As missões, tanto principais, quanto paralelas, são interessantes, e nos levam a caminhos até questionáveis em alguns momentos. Elas pegam o que há de melhor na história e te deixa viajar bem na realidade da época, ainda que esta seja uma Nova Orleans fictícia.
Mafia III se completa com belos gráficos (lembra da destruição, que falamos mais acima? Ela é bem realista) e com ótimas situações visuais ao longo do jogo. Como uma região pantanosa, New Bordeaux tem muitas áreas a serem exploradas e desbravadas. Isso sem contar na modelagem dos personagens, sempre caprichada.
Conclusão
Mafia III faz bem em se diferenciar bastante dos jogos anteriores da série, mas não se inspira muito na jogabilidade, que faz parecer com que o título fique “genérico” a longo prazo. Contudo, quem curte uma boa história vai adorar, principalmente pelas questões que ela aborda e pelas consequências que isso traz ao personagem e Lincoln Clay. Vale a pena dar uma conferida, para quem gosta de jogos de mundo aberto e por quem prefere aquele enredo em vez de uma jogabilidade quase perfeita. Nota 7.5/10.
Mafia III: Mafia III faz bem em se diferenciar bastante dos jogos anteriores da série, mas não se inspira muito na jogabilidade, que faz parecer com que o título fique “genérico” a longo prazo. Contudo, quem curte uma boa história vai adorar, principalmente pelas questões que ela aborda e pelas consequências que isso traz ao personagem e Lincoln Clay. Vale a pena dar uma conferida, para quem gosta de jogos de mundo aberto e por quem prefere aquele enredo em vez de uma jogabilidade quase perfeita. – pedrovaroni