Unravel – Análise

Luiz Felipe Guimarães
5 min de Leitura

Unravel chegou com uma proposta bem diferente do que estávamos esperando na conferência da Electronic Arts do ano passado, e deixou muita gente satisfeita com os visuais e algo que não só adiciona à extensa biblioteca de jogos publicados pela EA, mas que também traz um frescor em meio a tantos jogos esportivos e de ação, mostrando que a empresa está se mostrando disposta a investir em novos horizontes. O tempo passou, e Unravel chegou ao PlayStation 4, Xbox One (inclusive pelo EA Access) e PC, pela loja online da Origin. Mas será que a experiência vale?

Logo de cara, o que chama a atenção no jogo são os gráficos. A direção de arte da Coldwood fez um excelente trabalho caracterizando os ambientes bucólicos de Unravel, e mesmo nas versões para consoles, tecnicamente inferiores a de PC, a qualidade gráfica impressiona; O jogo é lindo, isso é inegável. Outro fator simplesmente maravilhoso, e que merece todo o destaque é a trilha sonora. Relaxante e agradável, a trilha orquestrada consegue perfeitamente passar as sensações do ambiente e fazer você esquecer de todos os problemas.

Unravel faz parte dos vários tipos de puzzle/plataformer que povoam o mercado indie hoje em dia. Uma tendência que começou com Limbo, e continua até hoje com uma proposta semelhante, procurando trazer experiências emocionantes para o jogador, além de só ir do ponto A até o ponto B. E para isso convoca Yarny, um pequeno ser feito de fios de lã que viaja por vários ambientes, desde bosques e praias até planícies geladas para reviver e reconstruir as memórias de uma velha senhora. A história é contada de forma bastante vaga, com parábolas e fotos de família que não explicam muito bem e não ajudam a aprofundar o background do jogo como um todo. Na verdade o ponto mais baixo de Unravel é justamente a sua história, algo que deveria ser o ponto forte: A história vem, vai, e termina sem nenhuma grande nota, e te deixa esperando por algo mais.

Todos os puzzles de Unravel se baseiam na habilidade que Yarny possui de utilizar as fibras do seu corpo para se pendurar, escalar e criar pontes, entre outras coisas, fator que funciona muito bem, e tem um quê de estratégia, pois você tem quantidades de lã limitadas para resolver os problemas e passar para a próxima área com novelos que você encontra no caminho, que servem como checkpoints. As fases tem bastantes desses espalhados, uns fáceis, outros mais complicados de encontrar. Falando nas fases, o jogo tem duração média para um puzzle do gênero, que é baixa, com cerca de 6 a 8 horas, se você quiser coletar todos os itens espalhados nas fases (5 por fase). São 8 fases no total, com diversos ambientes para você trafegar.

Os puzzles não são complexos de forma geral, aliás, alguns são tão simples que demoram para ser resolvidos porque acabamos pensando em formas complicadas demais para ser resolver. Os problemas surgem às vezes com a física do jogo. Tudo em Unravel depende da movimentação de objetos e dos fios de lã, e algumas vezes isso não funciona da forma como deveria, o que pode causar muita frustração, especialmente quando você acha que pode cair em certas partes do cenário, e acaba morrendo no processo. O jogo é muito baseado em tentativa e erro, e cabe à paciência do jogador perseverar.

O preço do jogo aqui no Brasil também pode ser um problema grave. Nos EUA, Unravel custa US$ 15, o que não parece grande coisa, mas com as conversões e impostos, pode chegar até R$ 80 (70, se contar com o desconto do EA Access), o que pode ser um tanto salgado para o conteúdo que o jogo proporciona.

No mais, Unravel é uma boa experiência que é recomendada para todos, especialmente os fãs do gênero, e esperamos que a EA passe a investir mais nesse tipo de iniciativa, possibilitando mais empresas pequenas a chegar longe, do que conteúdo supérfluo para Battlefield. Nota 8/10.

Unravel: No mais, Unravel é uma boa experiência que é recomendada para todos, especialmente os fãs do gênero, e esperamos que a EA passe a investir mais nesse tipo de iniciativa, possibilitando mais empresas pequenas a chegar longe, do que conteúdo supérfluo para Battlefield. Zuel

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von 10
2016-02-14T22:41:40-0300
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Artista, modelador e apreciador de todos os estilos de jogos. Tem um diploma de graduação em biologia guardado em algum lugar. Só não sabe onde.
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